quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Pequena lista de coisas raras acontecendo em terras hermanas

1. Ruas vazias. Nenhuma alma-penada na rua (especialmente no dia 25).

2. Ônibus vazios. Dá até para sentar. No dia 25, não tinha quase ninguém pegando ônibus. Quem conhece a realidade colectivera de BsAs sabe que isso é algo bem estranho.

3. Casa que nem um brinco. Nossa casa sempre está limpa, mas que nem brinco é coisa da minha mãe.

4. Geladeira abarrotada. Ela sempre tem alguma coisa, mas não assim. O que os seus pais não fazem por você...

5. 25ºC durante dezembro. Estranho, muito estranho. De noite dá até para se cobrir.

6. Cidade menos barulhenta. Em alguns momentos até pareceu uma cidade do interior. Isso sim é bizarro.

7. As ruas, árvores e casas não são tão decoradas como no Brasil. Nem pareceu Natal.

8. Minha mãe não inventou de pôr nenhum enfeitezinho na minha casa. E nem precisei conversar com ela. É, a distância muda as pessoas. Quem conhece a minha mãe e a minha casa em época de festas sabe que isso é algo para se comemorar.

9. Arroz, feijão, salada de tomate e cebola, batatinha frita, bife todo os dias. Nada de milanezas, napolitanas, supremas!

10. Telefone quieto, sem nenhuma atendente ou pesquisadora de marcas de óleo ligando e enchendo as paciências. Motivo de festa. Sim, Camilo, isso é uma indireto para o senhor.



Sugerencia del troesma

Pergunta: que tem a ver o famosíssimo diretor hollywoodiano Brian de Palma (Vestida para matar, Carrie, Scarface, Os intocáveis, A fogueira das vaidades, Carlito´s Way, Missão Impossível, Mulher fatal e Missão a Martes) com o zé-ruela do Bruce Springsteen? Que aquele já dirigiu um clipe deste! Pode isso? Detalhe: preste atenção em quem vai subir no palco no final do clipe e vai dançar com o nosso querido Bruce. Um bombom para quem acertar quem é! Todo mundo tem que começar de algum lugar, né?


terça-feira, 26 de dezembro de 2006

O colecionador de colectivos


É, o inesperado também pode acontecer. De várias maneiras diferentes, diga-se de passagem. Quem diria que meu caríssimo pai, El Bigodón, iria um dia dar o ar de sua graça dentro de um ônibus? Pior, quem imaginaria que não seria um ônibus simples, mas uma série deles, incluindo o bom e velho 42, el colectivo de la muerte? Pois bem, ele já está virando assíduo desse transporte outrora tão desconhecido por sua pessoa. Além do 42, somam-se à lista o 152, o 132, o 92 e o 25. Além, é claro, dos metrôs da Linea A e da C.


Tais comentários podem não significar nada para o leitor mais despreparado, mas com certeza significarão muito para o leitor já interado de toda a situação. O caso é o seguinte: meu velho pai nunca na sua vida havia entrado dentro de um ônibus de transporte urbano, nem dentro de um metrô. E olha que ele já tem lá seus 53 anos. Já tinha viajado de ônibus de viagem, mas nunca tinha pegado um ligeirinho, um sanfonão, interbairros ou qualquer coisa do gênero. Quem o conhece sabe que isso, por mais bizarro que seja, é a coisa mais normal do mundo para ele. Ele adora dirigir e não desgruda do carro. Certo ele. Se eu tivesse carro também não desgrudaria.


O segundo fato inesperado é que não só pegou o 42, como o pegou vazio. Alguém pode acreditar nisso? Também sei que isso não diz muito para uma pessoa que não saiba o que é o 42, por onde ele passa ou como ele é. Camilo sei que vai me entender. Nena também, por mais que este(a) não leia esse blog. De qualquer forma, ele pegou o 42 e estava vazio. Inédito! Acho que se eu jogasse na Mega-Sena hoje só com cinco números, mesmo assim ganharia o prêmio principal sozinho.




Sugerencia del troesma


A sugestão do cabroco índio véio que vos fala é um vídeo que fiz de regalito de navidad ao meu amigo Jorge "mexicano comedor de pimenta" Morales. Que ele não me escute. As imagens do vídeo foram feitas por mim, com minha camerazinha de fotos, e editado também por mim.






Além do além do mais, felizes essas coisas que se dizem nesta época. blábláblá... Não me levem a mal os mais ortodoxos.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Breve histórico de uma longa espera

23h01 entré al 86
00h12 cheguei
00h54 tô na fila
1h10 mmm... foda
1h29 três horas de atraso
6h53 tô saindo agora, without notion

Detalhe: o Camilo deveria ter embarcado às 3h.



Sugerencia del troesma

Como diria meu grande amigo Bob Bombom, viemos ao mundo a passeio. Sendo assim, vamos nos divertir. Aqui segue o link para um blog engraçadíssimo. Por dois motivos: 1. é escrito em português de Portugal, o que já é mais que motivo para ser engraçado; 2. a narrativa, a maneira de construir as idéias e as anedotas são impagáveis. Para quem não conhece, o blog se chama O Meu Pipi, de autor anônimo. Tamanho foi o sucesso em Portugal que o publicaram. Mario Prata, jornalista de O Globo, traduziu-o ao português do Brasil e o publicou em terras tupiniquins.





Link para O Meu Pipi

Obs.: Aqueles que têm problemas no coração ou que são altamente impressionáveis por literatura dita de baixo escalão, aconselho a nem flertar com o link. Podem se dar mal.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

O calcanhar de Aquiles

Se levarmos em conta que em cada ano temos dois semestres e que em três anos teremos seis semestres, podemos dizer, com uma conta mental muito simples, que um semestre é equivalente a um sexto de um triênio. Sendo assim, eu, que recém terminei o meu primeiro semestre de Cinema, posso dizer que dei cabo ao primeiro sexto do meu objetivo dos próximos três anos. Muito bom. Parabenizo-me a mim mesmo.

Agora, pode-se pensar que encarar a coisa toda desse jeito é estruturar-se demais. Eu vejo a questão pelo ponto de vista oposto. Tendo uma boa idéia de para quê vim e para onde quero ir, pensar em sextos, quintos e terços é bem prático. Fora que faz a minha cabeçola aqui tão humanóide pensar um pouco em exatitudes. Aliás, isso meio que fez falta hoje. Explico-me: hoje tinha que fazer uma prova oral de Iluminação e Câmera. Só isso já é de assustar para alguém que nunca foi de saber a ordem exata dos diafragmas (1, 1.4, 2, 2.8, 4, 5.6, 8, 11, 16, 22, 32, 45), a correlação das cores (as primárias em cinema, ao contrário de pintura, são o vermelho, o verde e o azul; a soma dos três é o branco; a ausência dos três é o preto; se você juntar duas cores primárias você obtém uma secundária, que são o amarelo, o ciano e o magenta; e por aí vai...), a temperatura das cores e das "coisas" (sol ao meio-dia tem 5500K, uma vela tem entre 1700 e 2000K, dependendo da sua intensidade, uma lâmpada de tungstênio alógena tem 3200K), a transferência do sinal de vídeo (sua TV, meu caro leitor, se for PALM, tem 625 linhas que funcionam do alto para baixo, da esquerda para a direita, dos números ímpares para os pares, tendo uma frequência de quadro de 50Hz; NTSC é 60Hz), etc. Mas tudo bem, que estamos aqui para isso mesmo, para estudar. De forma que estudei, e bastante, e mesmo assim apanhei das leis da física, química e o car... a 4. Mas passei, com uma nota, no meu ponto de vista, não muito satisfatória, mas passei, sobretudo para quem estava indo tão bem quanto eu estava indo. Mas é assim mesmo, cada um tem sua fraqueza: Aquiles, o seu calcanhar; Popeye, a Olívia Palito; Super-homem, a criptonita; Barcelona, o Inter... eu, Iluminação e Câmera. Como diriam, então, os argentinos, ¡Remá, boludo, tenés que remar!



A partir de hoje, caros senhores, se Deus e Alá quiserem e a preguiça não bater mais forte na hora de postar, haverá em cada post um pequeno adendo sobre alguma coisa, um bônus desse mero mortal que vos fala. Vamos então ao que viemos:

Sugerencia del troesma

Fato: o VocêTuba é o grande amigo daqueles que não têm televisão. Isto posto, a dita pessoa que vos fala estava disfrutando de algumas imagens que se formam por uma série de pontos que se subdividem em RGB e que viajam à velocidade de 300.000 km/s (puta falta que ela faz, meu p... de óculos) quando se deparou com o seguinte vídeo: um presente de recordação do governo da cidade de Buenos Aires ao Príncipe de Gales quando da sua visita à capital argentina em 1925. Ignorem a trilha sonora, que é horrível. Valem as imagens...





terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Pileta libre


O mundialmente conhecido Litte Horse, Petit Cheval, Micrós Hippós, Piccolo Cavallo, Мало Прогулки, Kleines Pferd, لا الحصا, denominado por estas terras rio-platenses tão-somente como Caballito, arrefeceu frente às forças ocultas e intempéries da natureza nesse fim de semana passado. Em outras palavras, não agüentou o tranco e pediu água. Sim, senhores e senhoras, cavalheiros e senhoritas, a questão aqui é água. Nesse último sábado, fatídico sábado, a porca torceu o rabo, o burrinho foi para a sombra... Depois de dias fazendo um calor do cão (se é que cão agüenta isso aqui), São Pedro, que andava meio vadio, resolveu trabalhar aquilo tudo que não tinha trabalhado no mês. Só nas duas primeiras horas de pé-d'água aqui foi o equivalente a todo o mês de dezembro. Detalhe: não choveu durante só duas horas; choveu durante mais de doze... Bilan: inundação na pobrezinha da cozinha dos brasileiros do vigésimo andar. Entrava água a torto e a direito. Pela janela, pelos buraquinhos de sei lá o quê, pelo vão, pelas frestas, por tudo. Não fosse só a chuva, ainda tinha um vento de uns 60km/h que contribuía para que houvesse um chuveirinho de água entrando pela ventanilla. Melhor para o Camilo, que nesse dia não precisou ir à piscina do bairro nadar. Patrão é patrão. Só nós mesmos com tamanho privilégio: piscina dentro de casa. Para poucos, caríssimos.


E nessa casa tem goteira
Pinga ni min

E nessa casa tem goteira
Pinga ni min

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Plaza Vea

O supermercado não é lá aquelas coisas. A verdura nem sempre está fresca, nem sempre está verde quando deveria estar verde, ou vermelha quando deveria estar vermelha. Às vezes não tem o produto que você quer (um simplório amendoinzinho para tomar com aquela cervejinha no final do dia ou para pôr nas tantas salades mêlangées que o Agente da Limpeza que aqui vos fala tanto gosta de fazer). E se tem, está vencido! Em outros momentos, simplesmente os produtos não estão onde deveriam estar: não raro você pode encontrar o sal no meio dos cotonetes ou os alfajores com os macarrões. As filas para pagar são sempre quilométricas, sobretudo na hora do almoço e nos fins de semana (fazer compras nas quartas-feiras às 16h é sempre a melhor opção)...

Agora, no entanto, não se pode dizer que só haja coisas ruins a dizer do queridíssimo Plaza Vea, el mercado que está siempre con vos. Não, existem sim coisas boas. Uma é que você pode pagar as suas contas todas no caixa. Obviamente que tem que passar pelas filas quilométricas, mas essa questão de distância pode ser algo muito relativo. A outra é que as atendentes, por já te conhecerem de tanto você ir, não te atendem com a cara fechada. Até soltam um sorrisinho de vez em quando. Uma terceira coisa, e não menos importante, é que o dito cujo supermercado, que de "super" não tem quase nada, fica em frente de casa. Mas quando digo "em frente" quero dizer realmente na frente na frente. Basta atravessar a rua e entrar. Nem mais nem menos. Melhor seria se nem tivéssemos que atravessar a rua, mas aí já seria pedir demais.

Quem já veio aqui em casa sabe que não podemos falar muito mal do Plaza Vea porque seria cuspir no prato que comemos. Compramos nossos colchões lá, os copos, sempre compramos comida lá (o que encontramos), coisas de última hora... Aliás, o bom de morarmos na frente do gigante Plaza Vea é que podemos olhar um na cara do outro às 21h45 e dizer: "Putz, tem que ir no mercado. Bora?" E vamos, e chegamos em dois minutos. E quando entramos só vemos aquela cara de fdp... dos atendentes que ficam olhando e pensando: "Poxa, faltam dez minutos para fechar e vcs entram justamente agora?" Bom, é o que acontece. Mas muito se enganam os atendentes achando que somos duas lesmas caquéticas. Não, senhores. Como diria o saudoso Chapolin Colorado (que los pinches cabrones mejicanos lo tengan!!!), não contavam com a nossa austúcia. Se somos capazes de ir ao mercado em cinco minutos, também somos capazes de comprar tudo em menos de dez. Como? Segredos da profissão.

Muito embora tudo isso seja verdade, você, caro leitor, que já deve estar de saco cheio de ler essa lengalenga toda, deve estar pensando: pá qué coño nos está contando todo eso? Bom, estou aí no blábláblá para contar que nessa segunda-feira passada o insuperável Plaza Vea fez um desconto de 15% em todas as compras para todos os produtos. Obviamente que De la Croix e De la Lumière aqui entraram sedentos a fim de aproveitar ao máximo. Compramos de tudo e mais um pouco. No entanto, questão fundamental, como íamos levar tudo isso para casa? Por mais que seja logo em frente, só temos quatro braços e isso é pouco. A saída foi choramingar para a tiazona do caixa e fazer com que ela nos deixasse trazer as compras de maneira motorizada. Ou quase. Eis, então, o resultado:



Quem aí é que teve a oportunidade de tirar fotos tão sensuais com um carrinho de mercado (piada interna para Tiazona)?

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Srozhdestvom Kristovym

E eis que o Natal chegou a Little Horse. Neste último dia 08/12, dia da virgem de alguma coisa (todo dia é dia de alguma virgem ou santo), construímos nossa árvore de Natal. Aliás, dizem as más línguas que este é o dia de montar a famosa arvorezinha.

De fabricação artesanal e integralmente composta por partes recolhidas do
basurero del 20º piso (em diferentes dias e horários), Florenciana (nome sugestivo) é a síntese do espírito natalino: tudo se aproveita, tudo combina (sem preconceitos), a beleza esta naquilo que você sente e não no que vê, o que não serve para você pode ser útil para seus vizinhos estrangeiros que não têm árvores de Natal guardadas.



Ho-Ho-Ho Feliz Navidad a todos! Srozhdestvom Kristovym

Obs.: post dedicado às nossas mães e a Sol (que não armou sua arvorezinha no dia que tinha que armar... tststs).
Obs. 2: este post foi redigido pelo excelentíssimo Fiscal da Censura, Camilo De La Croix.
Obs. 3: a observação 2 é de autoria de Magoo, Agente da Limpeza.
Obs. 4: eu, Magoo, gostaria de deixar aqui a minha queixa a De La Croix: guri, os acentos foram criados para serem postos nas palavras, não para serem esquecidos... Valha-me Deus.
Obs. 5: para esclarecer a observação anterior, o ilustríssimo senhor Camilo De La Croix não põe a p... dos acentos nas palavras e ficou sobrando para mim essa tarefa tão indigna (coisa mesmo de revisor).
Obs. 6: fim.

Post-obs. 7:
PS. fiscal da censura eh o c.... ! (postado por de la Croix. sempre zelando por voce, caro leitor, na árdua tarefa de amoldar o cabriocarico vocabulario do estrogonoficamente mediovágel de la lumiere).

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Cinema, documento e visitante

Sim, o mundo dá voltas. Uma por dia em geral. Sendo assim, coisas acontecem, pessoas vêm, pessoas vão...

O quadrimestre (aqui não é semestre, é quadrimestre) terminou e começaram o que eu chamo de meias-férias. "Meias" porque ainda tenho compromissos que cumprir. Sim, aqui a p... do quadrimestre não acaba quando terminam as aulas, mas sim só depois que você rinde los finales. Que seria isso? Bom, render as finais (tradução tosca porém válida) significa estudar que nem um cavalo para prestar um exame oral tendo como banca três professores diferentes da mesma cátedra. Para quem nunca fez nenhuma prova com banca, isso tudo está me parecendo meio assustador. Por ser assustador, estou estudando bastante para chegar o mais preparado possível lá na frente da trindade e não fazer feio.

Como o quadrimestre terminou, terminamos também o nosso curta, que já disponibilizei no VocêTuba (YouTube), junto com alguns outros trabalhos da facul e os making offs todos. De qualquer forma, para quem está com preguiça de ir até lá, clicar no link ou sei lá o quê, estou disponibilizando todos aqui mesmo:


Calcado de Nueve Reinas



Notem que o som não ficou sincronizado por motivos maiores à minha pessoa. Esse foi o primeiro trabalho em vídeo que fizemos. Nosso objetivo era copiar uma cena do filme Nove Rainhas.



Bloopers (making off) de Nueve Reinas





Inmigrante moderno




Trabalho sobre os diferentes tipos de lente que se pode usar (tele, normal e grande-angular).



Le monologue de la statue




Trabalho de Iluminação e Câmera que consiste em apresentar, da maneira que for, como quiser, uma estátua.


Por fim, o curta que fizemos, Maletín, com os bloopers (making off).



Por ora é isso.

Mudando de assunto, tenho o prazer de informar aos incautos leitores que agora Camilo de la Croix e eu, Magoo de la Lumière, já somos cidadãos estrangeiros com cédula de identidade. Ou seja, estamos absolutamente legais. Não que não estivéssemos antes. Estávamos tramitando os documentos. Agora, porém, já somos argentinos... arghhh

E para terminar, temos uma nova moradora em casa, mas a sua história eu só vou contar depois... É muito triste para pôr junto de tudo isso aqui.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

¿Suma?

Qual é a soma entre um pato e um cachorro? Em castelhano, um pato-perro.

Este ser inóspito, de constituição bizarra, peso desconhecido, cujos latigrasnados poucas pessoas já escutaram, é um animal raríssimo (alguns especialistas dizem até que o pato-perro está em extinção). Também é conhecido como patus-canis bizarrus, que é seu nome científico, tem hábitos estranhos, como correr atrás de pedaços de madeira, latigrasnar para gatos, fazer xixi em árvores, gostar que o levem para passear. Ao mesmo tempo, também é um grande excrementador, como todos os patos. Tende a ser muito fiel ao seu dono e a protegê-lo batendo as asas, avançando e latigrasnando.

Até agora, dada a rareza de tal criatura, não o conseguimos fotografar, mas já o vimos algumas vezes. É um animal que merece ser mencionado e que merece entrar nos autos da ciência mais prolixa.

E eu, como desbravador incólume, descobri um espécime ao lado de casa. Quem sabe não mereça que chamem esse animal de patus-canis bizarrus maguus?

sábado, 4 de novembro de 2006

Canos, canudos e computadoras

Como o mundo é grande e acontecem muitas coisas ao mesmo tempo, o post de hoje vai ser dividido em várias partes.


1. Que diabos é isso?


Qual é a soma de três canos, um peso, algumas roscas e um parafuso? A primeira resposta poderia muito bem ser: um monte de ferro que não serve para nada. Eu contestaria dizendo que a pessoa que disse isso está completamente correta. Não passa mesmo de um monte de ferro. Uma segunda resposta poderia ser: sei lá, canos e coisas do gênero para arrumar a pia da cozinha? Vocês conseguiram quebrar a pia da cozinha? Ainda não, responderia eu, incauto leitor, ainda não conseguimos a façanha de destruir a pia da cozinha. Nem nada, para ser franco. Estamos bem comportados. Uma terceira resposta seria: a soma de tudo isso é uma arma mortal para matar pernilongos e mosquitos que andam atormentando a casa. Minha contestação, para essa brilhante idéia, seria: não! Primeiro que quase não se tem mosquitos em casa (estamos no vigésimo andar). Em segundo lugar, as poucas moscas que ousam entrar no querido lar são exterminadas com aerossol anti-moscas. Malditas moscas do dianho! Por fim, alguém poderia dizer que não sabe e que quer que eu pare de enrolar e diga logo o que pode ser a soma de tantas coisas inusuais. Pois, meu caro e querido leitor, dir-lhe-ei (no melhor dos portugueses), o que é: um lindo, maravilhoso e amarelo steady cam caseiro. Nesse exato momento até me imagino que alguém deve ter dito: "Hum... não se parece exatamente com isso, mas..." Mas é, porpetta!



O fato é que na quinta, na faculdade, encontrei com uns amigos (Carlos e Tomás), que estavam falando de montar uma US$14 steady cam que encontraram na internet. Carlos queria porque queria tentar fazer. Tomás estava indeciso. Muito dinheiro, muito risco. Foi aí que eu disse ao Carlos: pois bem, eu faço isso com você, dividimos os custos e vemos como sai. E nos encontramos de tarde, compramos tudo, que saiu 40 pesos, montamos, nós a testamos e bum... perfeita. Claro, tem que se levar em conta que é uma steady cam caseira feita com 40 pesos. Não se pode exigir muito dela. Mas serve bastante, porque faz o que tem que fazer. Se se praticar bastante, quase não se nota que é tão tosca como ela é.



2. O que é um canudo na vida de uma pessoa?



Para os que ainda não sabem, e acho que são muitos, esta pessoa que vos fala passou de futuro da nação para mais um relés desempregado. Sim, me formei. Melhor dizendo, minha mãezinha se formou para mim, já que, por motivos óbvios, eu não pude estar presente na cerimônia de colação de grau. E como me sinto agora que estou formado? Que, mesmo depois de todo o esforço, das incomensuráveis horas de estudo (até parece!), das horas na frente do computador escrevendo trabalhos (isso sim!), dos incontáveis dias em que já estava um tanto quanto cansado da faculdade, dos professores, dos companheiros, da galera do tubão que fica jogada no pátio da reitoria esperando o tempo passar, da coquetagem da cantina (isso sim mesmo!)... que tudo não valeu tanto a pena assim, já que NÃO TENHO MAIS DIREITO A CELA ESPECIAL PORQUE SOU FORMADO. Maldita lei, que vivem mudando. Fora essa decepção profunda, conto a vocês que me sinto igual que antes (meu caro Piperito José sabe o que é isso).





3. Sim, ele fala!



Há muito tempo quero dizer isso ao mundo, deixar que esse sentimento que vem crescendo dentro de mim, de dizer a verdade, nada mais que a verdade e só a verdade, venha à tona e saia aos quatro ventos espalhar o que vou dizer. Ficava hesitante, não sabia se devia dizer, se não devia. Às vezes ficava me perguntando se eu estava certo, se estava errado, qual seria a repercussão disso. Pensava, despensava, pensava, despensava, até que decidi falar, porque acho que o mundo deve saber disso: O CAMILO FALA SOZINHO O DIA INTEIRO. Rapaz, o meu caro roommate não pára de falar sozinho. Às vezes eu acho que está no telefone ou falando comigo, quando vou ver está falando com o computador ou com uma fotocópia... Que mais posso dizer? Tenho ou não tenho razão? O guri tá ficando louco!

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Vida boa!


Que tal passar o dia estudando assim?

domingo, 15 de outubro de 2006

Fear Factor

Você atravessaria de um prédio a outro a 50 metros de altura?



Não? E se fosse por R$ 5.000,00? Ou por R$ 10.000,00? E por R$ 15.000,00?



E se eu te dissesse que você estaria concorrendo a 35.000 € se atravessasse de um prédio a outro pendurado em dois cabos?


Pois saibam que 6 loucos tentaram fazer isso e não conseguiram. Começaram, foram indo e, quase todos, na metade do caminho, não conseguiram continuar por "n" motivos. Tiveram que abandonar. E como se abandona a 50 metros de altura?


Ora, jogando-se lá de cima! E de brinde ganha meio que um bungee jump.

E onde foi que isso tudo aconteceu? Resposta meio improvável mas verdadeira: no pátio da minha casa. Isso mesmo! Tudo isso aconteceu no pátio de casa. Como? Não me pergunte! A questão é que um programa inglês chamado Fear Factor, com uma filial na Turquia, veio gravar alguns desafios do programa deles aqui na Argentina, exatamente no pátio da minha casa. Segundo os câmeras da companhia argentina contratada para filmar tudo, já é o segundo ano seguido que fazem isso. E como é que sei tudo isso? Eu e o Camilo nos metemos no teto do nosso prédio e ficamos conversando com um câmera e o assistente deles. Descubrimos bastante coisa. E sabe o que foi o melhor de tudo? Poder ficar vendo como o cara da grua ficou manejándola.

Diz o Camilo que atravessaria por 10 mil. Você acredita nele?

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Sim, por mais que se diga que não, ela faz falta...

Por mais que eu queira dizer que não, ela faz falta. Digo para alguns que não, que não muda muito a minha vida, que poderia viver sem ela, que tudo continuaria igual, mas é verdade: a minha vida seria bem diferente se ela estivesse aqui comigo no dia-a-dia. À noite, quando chegasse em casa, eu a encontraria. Seria aquele momento de você passar pela porta de casa, quando está chegando cansado do trabalho, dos estudos ou da aula, e você se senta no sofá. Ela estaria ali olhando para você, sorridente, preparada para te receber.

Confesso que muitas vezes não chego a pensar nela quando chego em casa. Em outros momentos penso sim. É inegável.

Já tive muitas na minha vida, mas lembro de cada uma que passou. Deixaram as suas marcas. Não foi à toa. Cada uma, a sua maneira, tem suas qualidades e seus defeitos. Foi um filme que vi com uma, um partido de futebol com a outra, uma tarde que passei sem fazer nada com uma terceira. Sempre estiveram aí, a meu lado, acompanhando-me nas horas difíceis e nas horas fáceis.

Conversando com o Camilo, explicando-lhe como eu me sentia em relação a sua ausência, ele me disse, que da parte dele, em relação às suas, ele se sentia igual. Também sentia falta, también la extrañaba. É, às vezes não é fácil. A solidão às vezes bate, você pensa como poderia ser a tua vida com ela, como tudo poderia ser diferente. Para bem ou para mal, seria definitivamente diferente. Já me vi na situação de estar com ele e os dois reclamarem da falta que fazem. Putz, que fazer? Ó vida severina essa! Mas hemos de seguir em frente e ir levando a vida até que cada um consiga a sua ou que os dois consigam uma mesma.

Sim, muito provavelmente é o que vamos fazer. Como o mar não está para peixe, vamos ter que dividi-la. Em muitos momentos vai ser complicado. Um vai querê-la para uma coisa, outro para outra. Os interesses vão divergir, mas os momentos de necessidade vão ser os mesmos. Como fazer? Ou jogamos um ao outro pela varanda ou entramos em acordo. Alguém vai ter que ficar chupando dedo enquanto o outro se deleita com as suas maravilhas... Quem sabe até um fique com ciúme por ela ficar com o outro mais tempo. Vai saber como vão ser as coisas! Ter que dividi-la é isso. Ele a quer, eu a quero... E quem ela vai querer mais?

De qualquer forma, nota-se a ausência de uma aqui em casa. Cada um, da sua maneira, está tentando resolver isso. Pelo bem da coletividade. Que fazer então? Torcer para que ela venha o mais rápido possível, por mais que ela venha pelo lado dele e não queira nada comigo no começo. Sei que posso convencê-la com o decorrer do tempo. Da mesma forma, sei que ele vai convencê-la também. Ou seja, os dois vão ter que dividi-la. Vai ser quase como um triângulo amoroso. Mas assim é a vida...

TELEVISÃO, ai que falta que você faz na nossa vida!

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

A primeira vez a gente nunca esquece!

Existe primeira vez para tudo: primeiro beijo, primeira namorada, primeira paixão, primeira briga, primeira vez que se dirige um carro, primeira vez que se bate ele, primeira vez no exterior... e, por fim, para quem quer fazer cinema, a primeira filmagem mais profissional. A minha, pois, foi um trabalho prático de faculdade que consistia em copiar todos os elementos básicos de uma seqüência do filme Nueve Reinas (aliás, para quem não viu o filme, aconselho, que é muito bom). Nos organizamos, preparamos tudo e gravamos.

Gravar, ao contrário do que se pode pensar, não é diversão o tempo todo. Diverte-se, mas também se estressa bastante. É câmera que tem que ficar em tal altura, é ator que tem que fazer isso, é alguém que tem que preparar isso e ainda não conseguiu fazer, é a composição que não se pode executar porque a luz natural está atrapalhando... Etc.

Agora, já que tudo tem uma primeira vez, a minha com a claqueta também foi inesquecível. Nosso encontro se deu na esquina das ruas Uriarte e Santa Rosa, em Palermo, no sábado passado. Eu estava ali, parado, descansando, ela estava do meu lado, começamos a conversar, papo vai, papo vem, rola uma aproximação, rola aquela coisa, a gente se aproxima, vai se aprochegando, até que... Bom, tá aí o resultado do fatídico encontro!






segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Latitud 34°36'39.96"S , longitud 58°26'24.22"W


Para quem ainda não conhece a minha casa e a do Camilo, vai lá uma fotinho que tiramos em um passeio que fizemos de helicóptero esses dias. Conhecemos um casal de franceses, que ficaram nossos amigos, e dividimos com eles o custo de um passeio aéreo. Pedimos expressamente ao piloto que passasse em cima de casa para tirarmos uma foto. Ficou boa, não? Também temos umas do Rio da Plata...


Não se empolguem! O dia em que eu e o Camilo tivermos dinheiro para ficar fazendo passeios de helicóptero, certeza que não vamos mais viver em Pequeno Cavalo e sim no Cavalo Dourado.


segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Colectividad inmigrante



immigrant, immigrant, immigrant punk (Gogol Bordello)

Upon arriving to the melting pot
I get penciled in as a goodamn white
Now that I am categorized
Officer gets me naturalized
immigrant, immigrant, immigrant punk
Now that I'm living up in God knows where
Sometime it gets hard without a friend
But as I am lurking around
Hoptza! I see another immigrant punk!
There is a little punk rock mafia
Everywhere you go
She is good to me and I am good to her... Legalize me! Realize me!
Despite the living up in USA
I'm still holding up in all my ways
I gotta friends, we gotta band
We still make sound you can't stand
Without banging on some big old pot
Without getting out of bed
But I'm relaxed, I'm just lurking around
Hoptza! I see another immigrant punk!
There is a little punk rock mafia
Everywhere you go
She is good to me and I am good to her...
Legalize me! Realize me!
Party! Party!
Of course we immigrants wanna sing all night long
Don't you know the singing salves the troubled soul?
So I'm relaxed, I'm just lurking aroundI got a method and you don't
You got a dictionary kicking around?
Look up the immigrant, immigrant, immigrant punk!


De fato a reunião aqui em casa foi bem cosmopolita, para não dizer sui generis. Tínhamos: 2 brasileiros (Camilo e eu), 12 argentinos (Guido, 3 amigos, Isabel e namorado, Estefanía, sua amiga, Ariel, Bárbara, Nanu e Mônica), 1 porto-riquenha (Alejandra), 1 equatoriano (Xavier), 1 colombiano (Diego), 1 argelino (Amin), 1 mexicano (Jorge) e 1 catalã (Carola). E isso que faltaram ainda 2 argentinos: Mocoronga e Príncipe Pooh.

Para quem não sabe, Gogol Bordello é uma banda de imigrantes ucranianos ilegais que foram para Nova York, se juntaram e hoje em dia tocam o que eles próprios chama de punk cigano. Atualmente estão em excursão pelo mundo todo.





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sábado, 9 de setembro de 2006

¡Un cuarto de siglo!


O que se pode fazer em um quarto de século?

Bom, a resposta a essa pergunta pode ser muito simples: pode-se fazer muitas coisas. Pode-se casar, pode-se ter filhos, pode-se comprar uma casa, pode-se comprar vários carros, pode-se ter várias namoradas, pode-se ter nenhuma, pode-se mudar de emprego inúmeras vezes, pode-se viajar muito, pode-se ler muito, ver muitos filmes, pode-se conversar muito, pode-se encher a cara inúmeras vezes, pode-se conhecer muita gente... Ou se pode não ter feito muita coisa. Tá, e daí, mas o que se pode fazer em um quarto de século?


Pergunta bem capciosa essa. A resposta para ela pode ser também bem complicada: um pouco de cada uma das coisas ditas acimas e mais um pouco de um monte de outras coisas. Como resumir então 25 anos?


Poderia-se resumir da maneira mais comum possível:


Nasci em 9 de setembro de 1981, na cidade de Criciúma, Estado de Santa Catarina. Sou filho de Luiz e Rosemeri. Aos 3 anos (não sei a data ao certo) meus pais se mudaram para Brusque e me levaram a tiracolo (literalmente). Aos seis anos nós mudamos para Curitiba. Aos 17 começo Filosofia e Letras. Aos 22 me mudei para a França. Morei em Paris e em Clermont-Ferrand (ouh la la la la la la vache!). Com 23 voltei para Curitiba e aos 24 terminei a faculdade. Um pouco antes de ter 25 me mudo para Buenos Aires. Fim.


Mas será que isso resume um quarto de século? Se esse um quarto de século fosse a vida de um camponês da Idade Média que está por acaso aparecendo em um livro de História, até que poderia servir. Mas esse um quarto de século é tudo o que eu tenho e já tive. Parece-me pouco demais resumir tudo em 5 ou 6 linhas. Deveria ser mais. Tampouco posso começar a escrever detalhadamente esses meus 25 anos. Quem sabe eu levasse mais 25 anos fazendo isso e, depois que o tivesse feito, eu diria, quando completasse metade de um século, que passei um quarto fazendo exatamente o que descrevi no outro um quarto. Seria uma estupidez.


Como reunir então 25 anos (que para mim é muito porque é o único que tenho) em 5 parágrafos? Talvez não seja possível, talvez tenha e eu ainda não tenha descoberto como.


Hoje, dentre todas as pessoas com quem conversei para me darem parabéns, falei com o meu pai. Entre outras coisas, ele me disse, ipsis litteris: "É, caboclo, 25 já! A vida passa rápido, né?" Quê dizer? Sim, pai, passa rápido, muito rápido!


Post scriptem


Quisiera desear feliz cumple a Mercedes y a Tomás.

Queria deseja feliz aniversário para a Fer.

Gostaria de prestar homenagem a Tolstói, que também nasceu hoje.


Por fim, queria agradecer ao Camilo pela tortinha de morango e doce de leite hoje de manhã. Valeu, De la Croix!

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

¿Equivocación?

Eis abaixo o meu primeiro trabalho mais longo escrito em espanhol. É um conto que tem como característica principal ser pensado para ser adaptado para roteiro. Também devia ocupar no máximo duas páginas. Ou seja, ficou estranhamento curto, mas mesmo assim vale a pena echarle un ojo:

Es mañana. José entra en la comisaría más cercana de su casa, ubicada en un pueblito lejos 10km de su propiedad, y pide para hablar con el comisario. Un funcionario lo acompaña a la oficina del agente policial y le pide que se siente. No hace falta que José espere más de cinco minutos antes que el agente Antonio entre en la oficina y le salude. Le pregunta que pasa. José le cuenta que en la noche pasada, mientras volvía a casa, vio a un alienígena. Se lo cuenta al comisario con tranquilidad, como si fuera algo raro pero que suele pasar a veces. Agrega al relato que fue la primera vez que le tocó a él ver a un extraterrestre. En un primer momento le pareció algo raro. Tuvo miedo. Creyó que lo iban a llevar para hacer testes de orden fisiológico con su cuerpo. Pensó que lo iban a matar. Pero vio que no. Aparentemente el alienígena vino en paz. Quería charlar. Hablaran de todo y de nada. Conversaran como se fueran dos amigos de largo rato. José relata que cuando se dio cuenta, ya se había acostumbrado a la presencia, al aspecto del rostro y al olor raros que tenía el extraterrestre. José añade a su historia el hecho de haber invitado al raro amigo a su casa para tomar un mate. Al principio, su raro “amigo” no quiso venir. Parecía tener miedo de que le hiciera algún mal. José, sin embargo, le convenció a venir con el argumento de que no podía marchar sin haber probado un buen mate. El “amigo”, al final, aceptó la invitación y fue a la casa de José, que se quedaba a dos pasos.

Oficial Antonio, sorprendido pela historia, le pregunta a José si está seguro que lo que haya visto fue un alienígena. José contesta que sí y dice que lo vio tan cercano suyo y con tantos detalles que no podría haberse equivocado. Además, la pasó muy bien con él.

José continúa su relato contando al agente Antonio como charlaran en su casa, como le gustó al “amigo” el mate y como éste, enamorado de la bebida, se llevó dos paquetes.

El comisario Antonio se ve aturdido. No puede creer en lo que recién escuchó. Después de haber terminado el relato, se queda un buen rato parado, callado. Al final, se levanta, sale de la oficina y vuelve con un vaso de agua. Se lo ofrece a José pediéndole que tome. Le dice que se debe haber equivocado, que debe haber confundido el dicho “amigo” con una persona o con lo que sea. Quizás José haya soñado todo esto. José, no obstante, insiste que no y dice que está seguro de lo que vio y de lo que le pasó. El comisario Antonio, por lo tanto, le pregunta a José por qué vino a contar toda esa historia. José le explica que vino porqué quería contribuir con su testimonio a las investigaciones policiales y federales sobre ovnis y seres alienígenas. Le gustaría darles su testimonio, contarles como le pasó todo, como están equivocados con la manera que los figuran en la tele...

Oficial Antonio pide una vez más a José que tome un poco de agua, pues se debe estar confundindo. Como José insiste que haya visto un extraterrestre con muchos detalles y el oficial, de su parte, insiste que él está equivocado, los dos se ponen a discutir. Tan seguro de lo que haya pasado está José que, cuando el oficial le pide que se calme, pues que ya está ultrapasando la límite del aceptable, ve esto como una falta de educación de la parte del oficial y cambia el tono de voz. Se pone más enérgico. Empieza a gritar.

Lo que sigue es horrible.

José grita. El oficial se siente amenazado ante la actitud. José se pone nervioso. El oficial lo quiere calmar. José no se permite ser tocado. Antonio interpreta su gesto como una afronta. José se descontrola, injuria sin querer al oficial. Éste, ya sintiéndose completamente irrespetado, lo quiere prender. José no lo quiere y da gestos de huirse. Un quilombo se crea en la comisaría. Antes que José haya podido salir, el oficial Antonio ya había pedido ayuda por teléfono a sus compañeros y logra prender a José. La discusión continúa hasta el final del día.

Tres días se pasan y José continúa preso. En la cárcel, viéndose injustizado ante el hecho de que no le creen y ante haberlo tratado tan mal y con tanta desconfianza, se pone cada vez más nervioso, y cuanto más nervioso más gritaba y más se descontrolaba.

Tan grande fue su descontrol que el oficial Antonio lo ve un poco loco, un poco fuera de sí. Logra transferirlo a un sanatorio para que sea adecuadamente tratado. Lo transfieren y esto deja José todavía más descontrolado. En el sanatorio, le preguntan porqué sigue insistiendo en afirmar una cosa tan absurda, de que haya conversado con un alienígena. José sigue afirmándolo simplemente porqué se lo ha pasado. Y punto. Al cabo de un mes, los médicos diagnostican alucinación irreversible.

Mientras todo esto, en la máquina fotográfica digital de José, que está sobre su escritorio en casa, al lado del mate y de la bombilla, está una foto suya que sacó abrazando a su “amigo” alienígena, con quién José insiste haber pasado un largo rato charlando.



domingo, 3 de setembro de 2006

Patas duras


Qual é a sensação que um brasileiro tem ao ganhar da Argentina? Felicidade. Qual seria a sensação que ele tem ao ganhar da Argentina estando no país inimigo? Mais alegria ainda e um pouco de medo (vai ver se eles não nos resolvem dar um esculacho para rebater a derrota que sofreram). E qual seria a sensação de ganhar da Argentina estando na Argentina e ainda tendo visto o jogo na casa de um argentino fanático por futebol? Bom, a sensação é indescritível, ainda mais porque se vê nitidamente, nos olhos inimigos, a vontade que ele tem de te matar e de te echar da casa dele. Pior para ele, que ainda teve que agüentar duas malas-sem-alça em casa e ainda ficar recebendo a cada momento nossos telefonemas e mensagens relembrando-o do que ele já sabia de cor e salteado, que o Brasil ganhou dos argentos por 3 x 0. Realmente, futebol também pode ter o seu valor antropológico.

Para quem não sabe, pata dura, em argentinês, é perna-de-pau. Echar é expulsar.

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Primera carátula


Não é exatamente um beijo ou uma namorada, mas a primeira vez a gente nunca esquece. Eis aí a carátula (capa) do meu primeiro trabalho prático da faculdade. Além do conteúdo, o professor ainda pediu que o entendêssemos como um produto audiovisual. É claro que um trabalho impresso não pode ter o "audio", mas o visual tem. Ou seja, tínhamos que, em outras palavras, tratar de deixá-lo bonito, agradável e atrativo aos olhos do leitor. Feio eu diria que não ficou!

¿Quilombo o desmadre?


brasileirês

argentinês

porto-riquenhês

dinheiro

guita

chavo

zona

quilombo

bordel

muito bom

re bien

cabrón

cara

flaco/pibe/

tipo

cabrón



Algumas pérolas: ficar puto da cara, em porto-riquenhês, é encabronarse. Em argentinês, é enojarse.

E depois dizem que o espanhol é uma língua só! Como é que eu posso aprender desse jeito?


Obs.: Caso haja alguma correção ou acréscimo à tabela, favor mandar para a tornarmos ainda mais babélica. Minha cabeça já cansada de ouvir o dia todo tantas palavras diferentes para a mesma coisa agradece.

Obs. 2: Para receber em sua casa uma lista mais
caliente, com gírias de mais baixo escalão, favor mandar um mail.


quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Clases de cine

día

materia

horario

aula

lunes

iluminación y cámara

8h30 a 11h10

set iii

martes

guión

9h10 a 11h10

5

miércoles

literatura argentina y latinoamericana del siglo XX

9h10 a 11h10

5


historia del cine

11h30 a 13h30


jueves

dirección i

8h30 a 11h30

set iii

viernes

producción

9h50 a 11h10

6


historia del cine práctica (proyección)

11h30 a 13h30

set iii



Parece interessante?

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Gerúsia?


... casi nunca he aceptado el nombre-etiqueta de las cosas y creo que eso se refleja en mis libros, no veo por qué hay que tolerar invariablemente lo que nos viene de antes y de fuera, y así a los seres que amé y que amo les fui poniendo nombres que nacían de un encuentro, de un contacto entre claves secretas, y entonces mujeres fueron flores, fueron pájaros, fueron animalitos del bosque, y hubo amigos con nombres que incluso cambiaban después de cumplido el ciclo, el oso podía volverse mono, como alguien de ojos claros fue una nube y después una gacela y una noche se volvió mandrágora...

CORTÁZAR, J.; DUNLOP, C. Los autonautas de la cosmopista. Buenos Aires: Muchnik Editores, 1983, p. 17

Se o Cortázar pode pôr o nome que bem entende nas coisas que estão na vida dele, por que eu, que sempre fiz isso e sempre fui rechazado pelos meus amigos (principalmente o Piper, que nunca entendeu por que os meus carros tinham nome), não posso fazer o mesmo? Porque ele é m escritor famoso e eu não sou ninguém, nem sequer um zé-ruelinha? Eu sei que o meu caro Piper Piper ia responder isso.

Fato é: nossa vozinha (nuestra abuelita), que nos adotou recentemente (ela sabe que estamos falando dela, por isso não se faz necessário nombrarla), não bastasse nos ter salvado sendo nossa fiadora, nos dando uma mesa, pôsteres para enfeitar o apartamento, estar tentando nos arranjar uma geladeira com a amiga dela e ainda nos deixar guardar nossos cobertores e colchas em sua casa, teve a delicadeza de nos trazer hoje ao apartamento um regalo, uma begônia, cuja foto está acima. Nosso primeiro presente para a casa depois que já estamos instalados. Dado que sempre fui de dar nomes às coisas, hábito que, repito, sempre soou estranho para alguns, quero dar um à nossa planta. Ainda não sei bem qual. De qualquer forma, dar nomes nunca foi um problema para mim, haja vista: Duína, Piper, Zunga, Zunguinha, Cabra, Marmota, Zird, Bigode, Jonê, Charlê le francê, Bob Bombom, Moco, e por aí vai...

Sendo assim, por que não Gerúsia para a begônia?

Che, abu, muchas gracias por la begónia, por haber venido hoy a la casa, por habernos acompañado en la torta dulce y en todas las golosinas que hemos comprado.


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domingo, 13 de agosto de 2006

Flequillo





Pode parecer besteira dizer isso, mas cortar os cabelos em outro lugar que não no salão de beleza onde o teu cabeleireiro trabalha é sempre um pesadelo. Pode ser em outro bairro, em outra cidade, em outro país, sempre é algo com que se preocupar bastante. Tenho um grandessíssimo amigo (ele próprio sabe que estou falando dele) que isso o incomoda a tal ponto que ele, que mora em outra cidade, só corta os seus cabelos quando vai a Curitiba.

Quando morei na França, passei por essa situação periclitante (de ter que cortar os cabelos com outra pessoa que não o meu cabeleireiro) umas tantas vezes. A primeira vez que cortei os cabelos (que je me suis fait couper les cheveux) foi perto da Gare de l´Est, em um salão de beleza de uns argelinos. O argelino em si era muito simpático, mas o maldito corte de cabelo que ele me fez, Jesus!, quelle merde! Saí irritadíssimo de lá, quase bufando de tanta raiva. No momento, tinha maldito todos os argelinos sobre a face da Terra, e o país deles também.

Mais ou menos um mês depois eu tive que cortar os cabelos de volta. Outra vez em Paris. Dessa vez, já prevenido pelo que poderia acontecer, fui em um cabeleireiro mais perto de casa (eu morava na Rue Piat, no 19ème), já sabendo que se o meu cabelo tivesse ficado aquela coisa eu teria que ficar menos tempo andando pela rua com aquela joça. O segundo cabeleireiro que tive foi um congolês, imigrante ilegal que tinha recém-chegado na França. Um pobre incauto, porém, tendo ouvido o meu relato até aqui, poderia me fazer a seguinte pergunta: "Mas por que cargas d´água você foi cortar os teus cabelos justamente com essas pessoas e não procurou um cabeleireiro mais, digamos, profissional?" Respondo: simplesmente porque pagar 30, 35 euros por um corte de cabelo, sendo que 1 euro, na época, valia mais ou menos 4 reais, me pareceu um pouco demais da conta. Ou seja, tive que deixar os cabelos à sorte e esperar que o caríssimo congolês fizesse o seu trabalho como eu queria. Disso se pode fazer uma outra pergunta: "Por que diabos é tão difícil de o cidadão fazer o corte que você queria, sendo que ele era supersimples?" Respondo eu mais uma vez dando um exemplo. Imagine você na situação de ter que explicar para uma pessoa que não é da tua cultura, que não fala a tua língua e que, sobretudo, mais que sobretudo, não tem os mesmos instrumentos de trabalho, que você quer um corte de máquina número 6 do lado, número 8 em cima, no cocuruto, que o cabeleireiro deve fazer isso em degradé para que não fique feio nem discrepante, que depois você quer que ele faça o pezinho, ajeite os pés das orelhas e não deixe a franja reta e sim salpicada? Já não é fácil dizer isso em português, imagine agora em outra língua, sem saber nenhuma dessas palavras a não ser cortar os cabelos (couper les cheveux) e, ainda mais, sem saber que o teu corte é assim.

Pois bem, quando fui nesses cabeleireiros todos, eu não sabia que o meu cabelo era cortado assim. Eu ia no Mariano, sentava na cadeira, perguntava como ia o Paraná Futebol Clube (seu time do coração), falávamos de futebol, xingávamos alguém, eu levantava, pagava os mesmos R$ 10 de sempre e ia embora mais que satisfeito. Tudo isso em no máximo 10 minutos.

Voltemos então ao congolês, e, por conseguinte, ao argelino. Como lhes dizer que eu queria tudo isso sem saber que era isso que eu queria e ainda em outra língua, cujos vocábulos específicos da arte de cortar os cabelos eu desconhecia? Não tinha como, pelo menos não achei como dizer. Resumo, fui embora do congolês mais bravo ainda do que tinha ido embora do argelino.

A terceira vez, disparadamente a mais traumática de todas, foi em Gerzat, cidade-satélite de Clermont-Ferrand, onde eu dava aula quase todos os dias. Saindo de um dia cheio de aulas, lá pelas 15h (em geral, as aulas de colégio, na França, terminam a essa hora), peguei a ruazinha que me deixava no ponto de ônibus. No caminho, cruzei com um salão de beleza masculino meio escondido. Pensei: "Salão de beleza escondido, será? Por que não? O cara já deve ter a clientela dele, deve ser um cara bom." Entrei, sentei e comecei a explanar a minha situação. Eu sou brasileiro, queria cortar os cabelos, já tentei duas vezes em Paris e não deu muito certo, saí chateado, queria um cabelo assim e assado. O cara me disse para eu não me preocupar que ele ia fazer exatamente o que eu estava pedindo. Sentei na cadeira, ele a abaixou e começou a conversar comigo. Começou a cortar aqui, ali, passou a máquina acolá... Tudo parecia muito com o jeito do Mariano e por isso me deixei relaxar.

(Para continuar essa história, é importante ressaltar um detalhe fundamental da minha pessoa: eu uso óculos. Ou seja, quando sento na cadeira do cabeleireiro, sou obrigado, por não poder atrapalhar o seu serviço, a tirar os óculos, o que me dá uma desvantagem moral e visual considerável.)

Pois bem, me sentei, me acostei e deixei que fizesse o seu serviço. Começou a me perguntar sobre o Brasil, sobre o que eu estava fazendo ali em Gerzat, onde morava, etc. A conversa correu bem, agradável, até quando ele levanta a cadeira e me diz: Ça y est, quoi! (Tá pronto!). Peguei os meus óculos e, ao ver o meu reflexo no espelho, fiquei branco de medo e terror. Carai, que merda aquele sujeitinho tinha feito. Ele simplesmente tinha cortado tanto o meu cabelo que eu estava quase como se fosse com a máquina 2. Filho de uma mãe mal parida, isso sim! Irritado, levantei, paguei (6 euros, valor bem chamativo; em resumo, pega-trouxa), lhe disse C´est vraiment n´importe quoi. Très bien, monsieur! e fui embora bufando de raiva. Tive tanta raiva que naquele momento, se eu tivesse cruzado com La Vache, eu juro que tinha largado a mão naquela energúmena. Depois disso, fiquei mais de um mês e meio sem cortar os cabelos puto da cara com os coiffeurs.

Tendo tudo isso em vista, ontem, sábado, que poderia muito bem ter sido fatídico, saí de casa pela manhã decidido a enfrentar mais um dos meus medos: cortar os cabelos com qualquer outra pessoa que não seja o Mariano (São Mariano!). Já tinha, no dia anterior, sexta-feira, meio que olhado por tudo atrás de um cabeleireiro que me parecesse mais ou menos passável. Perguntei às pessoas, a uma atendente da imobiliária, e acabei chegando, nessa mesma sexta, a uma tal de Peluquería na Calle Yerbal. Quando estava por entrar, recebo um telefonema do Camilo me dizendo que os móveis que tínhamos comprado no Easy iam ser entregues dentro de poucos momentos. Eu, que já estava com a mão na maçaneta, soltei e voltei para casa a trote. Sorte minha. Imagino que Deus, muito bondoso para com a minha pessoa, deve ter se apiedado desse pobre mortal e feito com que os entregadores da Easy telefonassem para o Camilo e ele, mui prontamente, me ligasse e me pedisse para vir para casa ajudá-lo a trazer tudo para cima. Ligaram, o Camilo ligou, eu soltei a maçaneta e voltei. Acabamos passando o dia todo em cima dos móveis, montando o armário de cozinha, a mesa da sala, a minha mesa, arrumando o colchão e outras coisas. Deixei o cabeleireiro para o outro dia.

No sábado de manhã, como disse, mais que decicido a cortar os cabelos, já me sentindo mais que incomodado com aquela juba de leão e com aquela barba de soldado no front, saí de casa direto para o salão da Yerbal. Quando voltei a pôr a minha mão na maçaneta, vi pela vidraça uma mulher me fazendo sinal de não, que ali era uma peluquería só de senhoras. Me indicou o salão que estava no outro lado da rua. Atravessei a rua e já de cara me dei com o modesto preço promocional de sábado: 17 pesos. Pensei: "Nem fodendo!" Resolvi voltar para a Avenida Acoyte, avenida principal, e procurar outro. Já ali naquela mesma quadra, escondido no fundo de uma galeria, encontrei a Peluquería Hector. Vai ser aí mesmo, pensei eu com os meus botões, e que seja o que Deus quiser. Entrei, saudei todo mundo e já fui falando com o cabeleireiro. Disse a ele que queria cortar os cabelos. Me pediu para sentar. Ele estava terminando de passar uma meleca branca no cabelo de uma senhora que não parava de reclamar que o seu neto não saía da frente da tv. Assim que ela levantou e foi para o fixador de cabelos, o Hector me pediu para sentar. Sentei e comecei a explicar-lhe toda a situação. Lhe disse que era brasileiro, que queria cortar os cabelos, que isso e que aquilo. Desse vez, no entanto, saí de casa mais que preparado. Sabia como tinha que ser cortado o meu cabelo (quando voltei da França, pedi ao Mariano que me explicasse como ele fazia para cortar as minhas longas tranças), estava com um dos pentes da máquina. O fator contra a minha pessoa era, nem menos importante, o castelhano. Expliquei tudo para ele e ele me disse: No te preocupes, muchacho, que te vas a salir muy conforme de acá. Vixe! Flashback total. Mas resolvi encarar.

Tirei os óculos (me entreguei ao inimigo), tentei relaxar e comecei a conversar com ele. Perguntei da vida dele, de por que tinha aberto uma peluquería, etc. Ele perguntou o que eu fazia em Buenos Aires... E assim foi a conversa.

Hector deve ter levado mais ou menos, segundo os meus cálculos, uns 30 minutos para cortar os meus cabelos. Ele teve que cortar em baixo com a máquina 3 (na Argentina, os números dos pentes das máquinas de cortar cabelo são diferentes; por quê, Deus, por quê?) e fazer o cocuruto e o degradé tudo com a tesoura. Enquanto isso, a manicure e pedicure que trabalha ali com ele me ofereceu um café, que aceitei, gesto o qual achei muito simpático (bien el gesto).

Foi aí que ele disse Listo! Ai, Jesus Maria José, agora é a hora da verdade. Quando pus os óculos e me vi no espelho... Bah, ficou como eu queria. Obviamente não como o São Mariano faz, mas muito próximo, o mais próximo que já encontrei. Que felicidade no meu pobre coração de mortal que padece das misérias do mundo. Para terminar em grande estilo, o Hector ainda se deu o trabalho de pegar uma ficha, anotar o meu nome e pôr, passo a passo, como ele tinha cortado o meu cabelo, para, caso eu voltasse, ele soubesse como tinha feito. Quando saí, lhe disse: che, creo que ganaste un cliente! Vamos ver agora se nos próximos dias o meu cabelo não se rebela e vejo que me meti em outra enrascada.

Glossário de apoio

peluquería
- salão de beleza
peluquero - cabeleireiro
pelo - cabelo
peine - pente da máquina
corte - corte
peinado - penteado, corte
hacer la nuca marcada - fazer o pezinho
flequillo - franja



sábado, 12 de agosto de 2006

Glossário castellano-português - parte II

Ratona - mesa baixa de sala
Despensero - armário de cozinha
Escobero - armário de produtos de limpeza
Silla - cadeira
Mesa - mesa (por supuesto)
Sillón - sofá
Futón - espécie de sofá-cama mas diferente
Almohada - almofada
Fiaca - poof
Inalámbrico - wireless
Mop - esfregão
Balde - balde
Paño - pano
Sábana - lençol
Martillo - martelo
Clavo - prego
Destornillador - chave de fenda
Pinza - alicate

E assim vai... Para bom entendedor, meia palavra basta.

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Lar, doce lar

A casa

Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada

Ninguém podia entrar nela, não

Porque na casa não tinha chão

Ninguém podia dormir na rede

Porque na casa não tinha parede

Ninguém podia fazer pipi

Porque penico não tinha ali

Mas era feita com muito esmero

na rua dos bobos numero zero

(Vinícius de Moraes)

Engraçada de fato ela é. Haja vista as paredes.
Teto nós temos, graças a Deus! E também algumas coisas. Já temos até onde sentar.
Chão também temos..
Rede... Isso ficamos devendo. Por enquanto, pelo menos. Quem sabe em um futuro não muito distante
Pipi também se pode fazer, ainda bem. E nem se precisa de um penico, como na minha infância, porque temos um vaso bem do bonito até. Até banheira temos!!! Só não sei se funciona.
Com esmero? Sim, foi feita com esmero. Lixamos, passamos fixador, tiramos o pó, passamos massa corrida em todos os buracos, pintamos, limpamos...
Na rua dos bobos? Hum... não é bem na rua dos bobos. O endereço é outro. O que dá para adiantar é que fica em Cavalinho, também conhecido como Little Horse, Petit Cheval, Cavallino, Mikrós Híppos...

Hogar, dulce hogar...

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Cuarto día (término de la primera mano)


Abrimos a última das latas de tinta que compramos. Decepção geral. Pintamos umas das paredes. Mais decepção ainda. Meio que no ápice do desânimo e do desespero de ter gastado dinheiro, resolvemos voltar na loja de tintas e fazer com que o atendente ficasse com pena da gente (dois projetos de pintores) e nos quebrasse o galho de escurecer um pouco a cor que tínhamos escolhido. Ele escureceu para nós. Voltamos ao apê, pintamos e ainda assim não nos agradou. Quê fazer? Voltamos para casa, resfriamos a cabeça e pensamos: "Certeza que amanhã vai ser um novo dia e que vamos gostar da cor". Quando chegamos no apartamento, decepção estilo "fundo do poço". Detestável a cor. Voltamos na loja de tintas, falamos mais uma vez com o atendente e não conseguimos coagi-lo a nos ajudar (ao invés de escurecer, tínhamos que ter deixado a tinta mais clara!). Resolvemos então fazer o famoso chuncho e dar um jeitinho brasileiro. Compramos outra tinta, seja o que Deus quiser e viva a baianagem!

Obs.: As fotos da pintura estão em preto-e-branco porque não queremos estragar a surpresa daqueles que vierem nos visitar. Com certeza terão um choque! Ou de Caralho, que tesão!, ou de Putz, que merda vocês fizeram?
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Tercer día (pintura)


Passa fita-crepe nos rodapés, nos marcos, protege a beirada do carpete com jornal, depois póe em papel-cartáo por todo o piso, passa a primeira máo, dá uma semi-acabada nos cantos e tetos, faz os marcos, come uma pizza do Ugi's (No a las drogas, sí a la pizza), continua pintando outras paredes e fazendo semi-acabamentos em outras paredes, come outra pizza do Ugi's (No a las drogas, sí a la pizza), compra mais rodo, mais fita-crepe... Posted by Picasa

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Segundo día (aplicación del fijador y del enduido)


Segundo os gurus portenhos, também conhecidos como atendentes de pinturerías, depois de lixar as paredes, é necessário limpar o pó que ficou nelas com um pano, passar fixador (fijador) por tudo, massa corrida (enduido), fixador de volta e aí sim começar a pintar. Qué sé yo, ¡espero que ellos tengan razón! Quem diria que um dia eu ia aprender a dizer "massa corrida" em espanhol!

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Primer día (lijar las paredes)

Porque tudo tem que começar por algum lugar. Entao que seja pelas paredes e lixando-as.

segunda-feira, 31 de julho de 2006

Un sitio para llamar de hogar

Se às vezes nos sentimos sem lugar neste mundo, é um pouquinho pior quando você náo tem um lugar para chamar de casa. Mas isso mudou hoje pela manhá, quando assinamos contrato e temos um apartamento só nosso alugado pelos próximos dois anos. É um apê exatamente como queríamos. No último andar (vigésimo andar), com vista (tem vista para metade da cidade, dá até para ver o Río del Plata), nenhum prédio mais alto que o nosso atrapalhando o sol, quartos iguais, sala grande, cozinha decente e espaçosa, banheiro maior que uma caixa de fósforos e, por fim, mas náo menos importante, uma sacadinha de onde se poderá, no veráo, sentar-se e tomar um mate com as visitas.

Já váo começando a se sentir à vontade para nos visitar dentre em pouco.

domingo, 30 de julho de 2006

Dibujo



Caros e caras, Depois de muito bater perna, pegar metrô, ônibus lotado, se perder, se encontrar, voltar a se perder, voltar a se encontrar, entrar em imobiliária, falar, discutir, ser convidado a se retirar por náo apresentar as qualificaçóes necessárias, caminhar andando para cima e anotando no celular cerca de 50 números de imobiliárias, chegar em casa, telefonar, marcar visita, ir, náo gostar do apartamento, marcar outra visita, ir, ficar esperando mais de 30 minutos e náo vir ninguém te encontrar, andar mais, desanimar, sentar e comer, recuperar o fôlego para mais caminhada, andar, se perder e... Conseguimos encontrar um apartamento muito bom, contrato do qual vamos assinar na segunda-feira pela manhá. Até que enfim um lugar para chamar "minha casa". Acima é a planta do apartamento que vai ser alugado.

sexta-feira, 21 de julho de 2006

Minhas leituras


Tenho sido um grande leitor ultimamente. Voraz até. Tem um tema que tem me apaixonado nas duas últimas semanas, um tema interessantíssimo, um tema instigante, um tema apaixonante...

terça-feira, 18 de julho de 2006

Hola, quisiera hablar...

- Hola, estoy llamando por el departamento de la calle xxx, número xxx.

- Hola, buenas tardes. Bueno, es un departamento con 3 ambientes, contrafrente, semipiso, 5 piso, con cocina, living comedor, 2 habitaciones, baño completo...

- Bueno, perfecto. Y el alquiler sería cuanto?

- A ver. El aquiler de eso sería 900 pesos, más las expensas, que son 150, más ABL. Las águas argentinas están siempre bajo la responsabilidad de quién alquila.

- Dale.

- Y vos tenés garantía de Capital Federal?

- Sí, tengo. (Conseguimos no final da semana passada)
- Perfecto. Y ingresos de sueldo, tenés?

- Ahí está el tema. Yo soy estudiante, vengo de Brasil, y hace cómo una semana que estoy acá. Estoy buscando departamento para vivir y no tengo ingreso de sueldo en Argentina. Tampoco lo tengo porqué todavia estoy tramitando mi DNI argentino, y sólo con él puedo abrirme una cuenta en el banco, entonces...

- Hum...

- Es un problema para ustedes?

- No es un problema para nosotros, pero para vos.

- Sí, ya lo sé. cómo te dije, hace una semana que estoy buscando departamento y siempre se me cae o el tema del garante o el tema del ingreso de sueldo.

- Bueno. Lo que puedo hacerle por hora es llamar a la dueña, plantearle todo eso y después llamarte, te parece bien?

- Sí, me parece bien. Dale. Espero entonces tu llamada. Muchas gracias, hasta luego.

- Chau.


Rápido vocabulário de ajuda:

ambiente - peça
contrafrente - fundos
semipiso - dois ou mais por andar
piso - andar
living comedor - sala de estar ou jantar
habitación - quarto
baño - banheiro
alquiler (a palavra que mais ouço falar nos últimos dias) - aluguel
expensas - quase um condomínio
ABL - impostos prediais e sei lá mais o quê
águas argentinas - água (sempre cobrada bimestralmente)
garantía de Capital Federal - garantia do fiador
Capital Federal - Buenos Aires
ingreso de sueldo - entrada de grana do salário (que estamos tentando dar um jeito com um amigo, Ariel, gracias, chico!)
ingreso - só entrada de grana
DNI - RG
tema - assunto, problema, qualquer coisa que possa pôr um problema, nesse caso
garante - fiador


E nunca mais ouço falar dessa imobiliária ou da dona ou de quem seja.

Agora imagine repetir isso todos os dias ao menos umas 30 vezes e desde que cheguei mais de 200 vezes! É de... E o pior é quando tudo isso vai bem, vê-se o apartamento, encanta-se por ele e no final a dona velha f... encasqueta com sei lá o quê. Carajo!

Mas bola para frente que atrás vem gente!