terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Um dia de *m

Manhã. Acordo com o intuito de, durante o período da manhã, agilizar algo a respeito de trabalho com um contato meu. Ligo para H., pergunto se posso passar em seu trabalho para cumprimentá-lo e ver como ficou um livro no qual trabalhamos juntos (H. é o autor; eu fui o revisor). Detalhe importante: por mais que já tenha trabalhado com H., já tenha recebido dele e trocado uma série de e-mails, nunca o conheci. Facilidades do mundo moderno, onde você pode trabalhar em casa apenas com seu laptop e internet. Bom, eu sou um deles, como todos já sabem: tradutor e revisor freelance home office.

Independentemente de tudo isso, como já disse, ligo para ele e marco de passar por seu trabalho dentro de meia hora. Saio de casa.

Quando, procurando o local a pé, me deparo com algo grande no final da rua e bem escondido atrás de umas árvores. Do lado, uma empresa de caminhões, entregas ou algo do gênero. O dito local, à medida que vou me aproximando, vai tomando forma e, diga-se de passagem por ser muito importante, cor. Sim! Muita cor. Quanto mais caminho e me aproximo, mais vou ficando surpreso com o que vou vendo. Paredes amarelas, pilastras azuis, detalhes em vermelho e uma série de detalhes cujo significado desconheço.

Estando já no final da rua, de frente para o muro e as grades do local a que tinha que ir, posso finalmente ver tudo com detalhes. O lugar onde H. trabalha é uma *lm. Mas não uma qualquer. A maior do estado. A sede principal de todas, segundo o que me disse ele depois.

De qualquer forma, voltemos a eu de frente para o portão. Estou eu lá fora, olhando para as grades, os amarelos das paredes, os azuis das pilastras e os vermelhos dos detalhes. Fico pensando com os meus botões como é que faço para chamá-lo lá dentro, já que não havia um interfone, uma guarita nem nada. Observando mais atentamente, encontro, do lado direito, meio escondido, um interruptor de campainha. Toco, mas nada ouço. De repente, ainda sem ter ouvido nada, o portão elétrico se abre sozinho. Penso: “Puta merda, onde é que eu fui me meter?!”. Meio que automaticamente, resolvo entrar sem pensar nem temer muito. O melhor a fazer, se você está em dúvida se sua vida corre ou não perigo, é não demonstrar medo e agir como se durante toda a sua vida você tivesse feito aquilo. E foi o que eu fiz.

Passei a soleira do portão e entrei no estacionamento, cujo pavimento era de paralelepípedos. Haveria algum significado oculto e especial por trás da escolha das pedras? Sei não. Ainda sem muito bem saber o que fazer, procuro o lugar para onde devo ir. Fico em dúvida. Será que devo ir diretamente à porta principal, alta, imponente, ou será que devo procurar a porta dos empregados e meros mortais? Como não vejo a dos empregados e julgo que ficar fuçando no terreno alheio pegaria pior que simplesmente ir até a porta principal e tentar abri-la girando a maçaneta, faço o que acabei de descrever. Meio com medo, é claro. Mão na maçaneta, giro-a e, para o meu espanto, abro a porta. Eu esperava que ia haver algum procedimento misterioso, algum segredo ou manha que eu ia ter que aprender para entrar, ou até quem sabe passar por algum questionário obscuro feito por algum porteiro anão, mas nada. Giro a maçaneta e a porta se abre como se fosse a porta da minha despensa. Frustração? Desilusão? Pior: preocupação. Mais sinistro que encontrar com um porteiro anão, é encontrar porteiro anão nenhum. Mas mesmo assim eu entro.

Uma vez dentro, vejo que o interior não tem nada a ver com o exterior do lugar. Enquanto fora é colorido, dentro é tudo cinza. O piso é de lajota cinza, as paredes de gelo. Um ambiente bem austero, poder-se-ia dizer. E, para piorar a sinistrice, não encontro ninguém ao entrar. Era inevitável que eu pensasse: “Mas quem é então que abriu a porta para mim?”. De repente, como que do nada, sai um homem mais velho, barrigudo, e me cumprimenta. “Oi”. Eu, sempre tentando ser muito simpático, digo aquele meu “opa” de costume. Ele diz “opa”. Eu digo “Gostaria de falar com o senhor H”. Ele responde um “Vou ver se ele está aí”. Eu emendo “Acho que sim, porque marquei com ele”. Ele manda um “Vou ver”. E vê, e H. está e o homem barrigudo me mostra o caminho para chegar até H. “Suba a escada, vire à direita, mais uma vez à direita em um corredorzinho (hum..., corredorzinho!, penso eu) e pegue essa passarela que está em cima da sua cabeça”. Passarela? Sim, passarela. E, olhando para cima, verifico que de fato, mais uma vez para meu espanto, há uma passarela, e dentro do prédio! Sinistro!

E vou eu lá. Subo as escadas, viro à direita, viro à direita de volta, pego o corredorzinho, pego a passarela e chego a uma sala, de onde estava saindo um outro homem, de mais idade. Era H. Só podia ser H, mas mesmo assim me apresento: “Bom dia, estou procurando o senhor H.” “Sou eu”, responde H. E finalmente nos encontramos.

E começamos uma conversa que acabou durando quase duas horas. Em primeiro lugar, H. me mostrou seu filho e meu afilhado (o livro no qual trabalhamos juntos). Me contou todos os problemas que teve para imprimi-lo (problemas por conta da diagramadora), etc. Em seguida, enveredamos para assuntos mais específicos. H. me falou um pouco de sua trajetória profissional, perguntou da minha... Até que entramos no assunto de *m. Muito falamos e pouco entendi. E nenhum dos mistérios referentes àquele lugar que eu já tinha elencado na minha cabeça foi solucionado. Muito pelo contrário até. Pelo que puder entender, na *m quanto mais mistério houver e se puder fazer ao redor de um assunto, mais iniciático e supostamente profundo é o conteúdo por trás do mistério.

Eu, que pouco sabia de *m à exceção do que li no livro que revisei dele, só fiquei dizendo “Sei, sei” e tentei assimilar todas as informações que ele ia me passando. Informação e sabedoria nunca é demais, já dizia meu velho pai.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Vossuncê tumém qué?

São 13h15 e tem meia hora que Tião, depois de vasculhar o lixo da vizinhança, empanturrou o bucho de uns restos de arroz, feijão e salada, azedos, que encontrou. Satisfeito, estacionou sua carrocinha sobre a calçada, debaixo de uma árvore, e se ajeitou na boléia enquanto sua égua Parruda começou a atacar o matinho. Cruzou as pernas, pegou uma folha de papel almaço já rascunhada que recuperou do mesmo lixo, um pouco de fumo do bolso da calça, enrolou um palheiro e brasa. Queria disfrutar do primeiro mormaço da tarde e da lombeira do almoço. Descanso merecido para Tião e sua égua.



sábado, 19 de janeiro de 2008

Butucaland

Sempre partícipe desta intrépida tarefa de reinventar o mesmo, fui passar uns dias na Ilha do Mel, aonde não ia há anos. A última vez tinha sido com Barbosa, Céline e Ariana. Desta vez, no entanto, com Duim.

No frisson de uma conversa de bar regada a narguilé em uma quarta-feira de madrugada, Duim tem a grande idéia: "Vamos para a Ilha?" Eu, sempre de prontidão e daquele meu jeitão, respondo: "Mas só se for agora!". E fomos bem cedinho. Não passava das 9h já estávamos lá molhando os pés na água e se preocupando em não voltar vermelho de queimado para casa. Eu pelo menos me cuidei, peguei uma cor e ainda não me queimei. Ponto para mim!

E, ainda tomado pela intrépida tarefa, pedi que Duim me levasse a lugares que eu ainda não conhecia. Ela me levou à Gruta e à praia do Nhô Jeca, que, diga-se de passagem, vaut le coup! Pena não termos foto de lá.

Mas a maior experiência de todas foi o nosso encontro com o monstro da Gruta. Era um serzinho desprezível, meio peludo, meio barrigudo (de cerveja, de cerveja) que veio vindo em direção à câmera com seu andar mambulenque e tentou nos atacar. Por sorte, nossa destreza foi maior e conseguimos fugir das suas garras. Um registro foi feito, para não dizerem depois que sou um mentiroso. Confesso que desconfio que haja alguma conexão internacional com nosso grande e impiedoso inimigo Pato-Perro. O cramunhão sempre está presente.

E para depois não me dizerem que tiveram pesadelos de noite, uma fotinho mais feliz!


Shots taken directly from Butucaland by Duim, the courageous girl!




domingo, 13 de janeiro de 2008

Quem disse que o bom de chuva é se molhar?

Hemos de convir que deslumbrar-se com o sempre igual não é das tarefas mais fáceis. Vai fazer um mês que estou de volta à terra tupiniquim e sinto que já vi e fiz tudo o que podia fazer e que as coisas já estão começando a se repetir.

Querendo evitar isso, estou tentando reinventar minha estadia no Brasil e na cidade onde quase sempre morei. Fico me forçando a ir a lugares a que nunca fui, a tomar caminhos que nunca tomo para variar os trajetos, a reencontrar pessoas que há muito não vejo, a conhecer pessoas novas, a conversar de assuntos que normalmente não converso, a deixar que puxem papo comigo na esperança de ser supreendido. Às vezes sou, às vezes não.

Sendo assim, ontem fui ao Parque Barigüi com um amigo das antigas vê-lo praticar Trikke. Chegamos, fomos para a pista de automodelismo e ele me mostrou como funcionava o brinquedinho. Muito divertido. Parece difícil, mas não é. Dá para pegar o jeito em um dia, imagino eu. Lá, acabamos encontrando com um conhecido das antigas, contra quem jogamos hóquei. Nosso timeco de merda (sim, eu jogava hóquei quando era mais novo, assim como patinava) contra o time semiprofissional onde ele jogava. É claro que levamos um coro, ainda mais porque eles jogavam com o disquinho (tinham uma pista lisa o suficiente para isso), enquanto nós estávamos acostumados a jogar com a bolinha (porque jogávamos em qualquer quadra de futebol, com ou sem buracos. Não que a lavada que levamos possa ser justificada por isso, mas também não deixa de ser.

De qualquer forma, conversamos sobre patins, trikke e afins mais de hora e fomos ao que tínhamos ido. Eu caminhar ou correr ou sei lá o quê (confesso que o pançudo aqui tinha levado um livro para ler - O inventor da solidão, de Paul Auster) e o meu amigo a praticar o trikke (quem faz trikke trikeia? vai saber!). Mal tínhamos percorrido 300 metros na ciclovia fomos surpreendidos por uma tempestade. Não foi uma chuvinha de merda. Foi um pé-d'água que há tempos não via. Tivemos que nos abrigar em um quiosco e, por estar lá e eu já com fome, a fazer uma boquinha. Mas bah, diriam vocês: foi fazer exercício e acabou só aumentando a massa adiposa que teima em não querer abandonar esse lindo corpinho que você tem! Ah, muito obrigado pelo elogio que me toca.

Continuando, contribuí sim para o aumento, pequeno, quase imperceptível, do meu brioche. Ele agradece, minha estética já não tanto. E foi que nos vimos, dois quase atletas querendo esculpir seus corpos (o meu, no caso, muito lindo), sentados esperando a chuva passar. E foi que me vi observando as pessoas que também estavam lá no quiosco. Havia, como era de se esperar, uns tanto que estavam ali fazendo a mesma coisa que nós. Esperando a chuva passar. No entanto, outros que não. Em especial, havia um casal que me chamou muito a atenção. Ele, típico vileiro curitibano (calça jeans cheia de balacubacos bregas que só vendo), ela, também vileira, com aquela pinta de "não olha muito que te 'ranco os dentes, piá".

Eu, muito na minha, fiquei só de zoio nos dois.

Embora não quisesse muito, tive que observá-los: era muito engraçado os dois juntos. Era nítido que não tinham ido ao parque para fazer esportes. Era nítido que não tinham se protegido lá no quiosco para não se molharem. Mas, então, o que é que os dois estavam fazendo lá? Namorando, uai, sô. E por que cargas d'águas os dois foram namorar bem ali? Para ver os patinhos nadando no lago que não! Nem para ver o bonito que é as aves voando. Então para quê? E não é que os dois estavam assim de mãos dados. Não, estavam se amassando forte, sem o menor pudor. Conclusão a que cheguei? Que, ao contrário do que tinha pensado antes, foram lá se proteger. Mas não porque não podiam fazer exercício, e sim porque queriam é dar uma e não estavam podendo. Primeiro porque começou a chover, e segundo porque, por estar chovendo, não rolava se sujar lá no meio do mato. Dar uma no matinho molhado é foda!

E é assim que foi: eu e asperar a chuva passar e os dois loucos da vida por não poderem dar uma. Ê vidão, ê lá em casa!



segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

A volta daquele que vive querendo ir embora

Nossa querida Argentina ficou para trás. Melhor dizendo: continua no mesmo lugar, nós é que a abandonamos. A partida foi uma odisséia digna de ser narrada por Homer(o).

Durante a última semana, as preocupações foram mil: resolver tudo referente ao aluguel de Little Horse; combinar com o novo dono da geladeira de ele vir buscá-la; vender mesa de vidro e o que mais desse da cozinha; vender os respectivos móveis próprios (meu colchão de casal foi dado para Ariana; a mesa, cadeira e cubos do Camilo vendidos a uma amiga dele; todo o resto, incluindo quase tudo, foi levado por ela); dar os resquícios de louça para Nena; entregar os alguns quilos de fotocópia para Jorgelín; vender
mi equipito de sonido para la compu para o mesmo; encerrar a conta da internet e entregar o módem na loja; encerrar contas dos celulares; despedir-se de todos os amigos... Em suma, semana corrida.

Para o último dia, duas coisas tinham ficado pendentes e não poderiam não estar pendentes: realizar o ritual de devolução da casa para o maleta da imobiliária e ir para a rodoviária. Já tínhamos combinado com o funcionário de vir meia hora antes de irmos e com o motorista do frete (isso mesmo, precisamos de um frete para levar tudo!) para nos buscar na hora que tínhamos que ir.


O funcionário vem, treta com algumas coisas como era esperado e por fim assina a devolução. Descemos tudo para o saguão e, já suando como porcos, esperamos que nosso frete chegasse.


Descemos com 5 minutos de antecedência. Espero 5 minutos até o horário marcado. O frete não aparecia. Mais 5 minutos, e nada de frete. Mais 5 minutos e ainda nada. Nós, sabendo que precisávamos estar na rodoviária com pelo menos 1 hora antes do embarque, para despachar a pouca quantidade de malas que tínhamos, começamos a ficar preocupados. 20 minutos atrasado e resolvemos ligar perguntando. A atendente disse que ele estava por chegar. 35 minutos atrasado, chegou o frete com aquela cara de cu de sempre... Embarcamos tudo na parte de trás, eu perdi no par ou ímpar e acabei tendo que ir atrás, e assim fomos.


Não bastasse ter chegado atrasado, o motorista ainda resolveu pegar o pior caminho possível para chegar em Retiro. Já na saída de casa pegamos engarrafamento (justamente neste dia havia greve do metrô). Indo pela Hidalgo, pegamos a Avellaneda e fomos embora. Lá pelo centro, ele resolveu entrar na Corrientes. Fatal: outro engarrafamento, ainda maior que o primeiro. E nós, que havíamos pedido o frete com muita antecedência para não chegarmos tarde, acabamos chegando na rodoviária às 11h25. O ônibus saía às 12h. Detalhe a não se esquecer: tínhamos que desembarcar todas as malas só nós dois, pesar, embarcá-las no despacho e ainda comer. Correria total.


Depois de uns 20 minutos levando mala e mais mala escada abaixo até o guichê da empresa e já completamente suados disso tudo, Camilonga, com sua lábia eterna, se põe de pé do atendente para acompanhar tudo. A quilagem de nós dois: 190kg. Exatamente isso. Quase 200kg de bagagem, isso sem contar as de mão, onde tinha pelo menos mais uns 30kg. A passagem de cada um dava direito a 30kg para levar, de forma que podíamos descontar 60kg dos 190kg. Os outros 130 eram excesso. Facada no rim. Mas foi para isso que Camilonga de la Croix tinha se aprochegado do atendente. Conversê para cá, conversê para lá, Camilo e o atendente entraram em um acordo: o atendente diria que não tínhamos excesso de bagagem e nós lhe dávamos 80 pesos pela maracutaia. Nós economizamos 50 pesos, o atendente ganhou 80 e a empresa, que era uma bosta mesmo, ficou sem nada. Azar dos burros, sorte dos espertos.


Já dentro do ônibus, o lance era tentar relaxar naquele Pluminha de merda convencional, onde ficaríamos, em tese, as próximas 30 horas. Acabaram sendo 37h: atrasamos 1 hora para sair, outras duas na fronteira por conta de uma jeca do mato, outras 3 porque o pneu furou e outra aí nas tantas idas e vindas pelas garagens da empresa. Querem um conselho? Nunca em suas vidas peguem a Pluma. O Camilo tinha me avisado, mas eu não lhe tinha dado ouvidos.


Por fim, na madrugada do dia seguinte ao seguinte, chegamos em Curitiba. Uf! Viagenzinha cão.


No dia seguinte, começou tudo: encontro do Clube do Bolinha, futebóis no Cachorródromo, idas à Cachoeira da Curva (secretíssima) e à de Witmarsum, cafés-da-manhã, almoços e jantares com amigos, cineminhas... Por sorte, uma inifinidade de coisas.


Chegou o Natal e aquela comilança de costume. Chegou o Ano Novo, tranqüilinho este ano também, o qual passei entre amigos.


Aí vem a entrada de novo. Um ano estranho, há de se dizer. Começou já muito diferente do que eu havia planejado. As forças cósmicas advindas de sabe-se lá onde foram mais fortes que a minha organização. Tudo ficou virado do avesso, e assim estou. Questão agora de se desvirar. Vai levar um pouco de tempo, mas desviro.

Sensação de voltar para o Brasil? Sinceramente, muito estranha. Ao mesmo tempo em que é tudo muito familiar, tudo também é muito estranho. Às vezes me sinto um peixe fora d'água. Por motivos mil... Desafio atual? Tentar encontrar o estranhamento naquilo que sempre foi o mesmo. É assim, então, que vos deixo com as palavras de um dos tantos sábios da montanha jogados por esse mundo afora:

“Estrangeiro (e estranho) é quem afirma seu próprio ser no mundo que o cerca. Assim, dá sentido ao mundo, e de certa maneira o domina. Mas o domina tragicamente: não se integra. O cedro é estrangeiro no meu parque. Eu sou estrangeiro na França. O homem é estrangeiro no mundo.” (Vilém Flusser)

Saludos a todos.