terça-feira, 18 de setembro de 2007

Palermização...

Aquele que conhece um pouco de Buenos Aires sabe que aqui existem uns tantos quantos Palermos: tão-só Palermo, Palermo Hollywood, Palermo Viejo, Palermo Soho e sei lá mais quantos Palermos. Bom, o fato é que nossos amigos portenhos, não satisfeitos em terem dois bairros truchados dos lá de cima, agora querem trocar o nome de Villa Crespo para Palermo Queens. Pode uma coisa dessa? Dizem as más línguas que está havendo uma grande comoção contra a mudança do nome. Os adeptos à não-mudança são, em geral, idosos tradicionalistas que moraram toda a vida em Villa Crespo.

Eu, da minha parte, como pouco me importo com isso e até gosto de atiçar, estou pensando em propor à câmara da cidade que troquem o nome de Caballito para Palermo Brooklyn, já que estão para construir aqui uma ponte móvel que ligará não se sabe onde a não se sabe quê. O princípio é mesmo só ter uma ponte. Vai saber. Independente, já que estão mudando os nomes dos bairros, Caballito, que é um bairro tradicional por excelência, bem que podia ter seu nome em homenagem ao bairro nova-iorquino. Eu com certeza votaria a favor se houvesse um pleito.


Sugerencia del troesma

Há dias estava sem ter o que sugerir. Pois hoje tenho: World Passport. Na verdade, foi minha semsorte que me recomendou esse site com músicas africanas da melhor qualidade. Melhor então, porque sugestão vinda por terceiros corrobora ainda mais a qualidade da sugerencia de este troesma que os habla.


Our freek world

Chinês morto por jogar na net.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Como não celebrar um aniversário em 10 passos

Primeiro: não avise ninguém que é seu aniversário.

Segundo: não faça festa e, óbvio, não fique triste com isso.

Terceiro: não espere presentes (oras bolas, se você não avisou ninguém, como podem te dar presente).

Quarto: saia para almoçar ou jantar no restaurante que você quiser; dê-se esse presente.

Quinto: compre um bom vinho e tome-o escutando jazz.

Sexto: evite pensar que você está ficando mais velho (isso pode te deprimir).

Sétimo: quando atender o telefone, não espere que seja para te darem os parabéns; a lo mejor querem te pedir alguma coisa.

Oitavo: assista Simpsons (sempre te fará bem).

Nono: se você tiver algum amigo como eu que faça aniversário em alguma data próxima do seu, vá a feste dele, coma e tome de graça e comemore consigo mesmo.

Décimo: durma pensando que no ano que vem tem mais!



terça-feira, 11 de setembro de 2007

5 casamentos e nenhum funeral

Este, de fato, foi o ano dos casórios. Começamos com Marmota Peluda e dona Tatinha frente ao Todo-Poderoso. Festerê, conversê e bucho cheio. Alguns meses depois, já seu Gros Caco e Guidalina juntaram suas tralhas oficialmente. Lua-de-mel aqui em Buenos Aires. Na seqüência, Pri e Márcio se casaram às pressas e também vieram passar aqui a lua-de-mel. Alguns poucos dias depois, O Príncipe e Lilian casaram num mó festerê, também vindo passar a lua-de-mel aqui. Por fim, Nena e Carola, na última quinta-feira, se casaram no civil, com festa de arromba na sexta (embora eu tenha ido embora às 4h, teve festa até às 9h).

Se formos pensar que dos 5 casais que casaram 3 vieram passar a lua-de-mel aqui, que 1 dos casais é daqui e que o presente do único casal que não veio para cá foi comprado aqui, chegamos à conclusão que Buenos Aires é sinônimo de casamento e de ajuntamento. Quem serão os próximos? Cuidado, senhoras e senhores, porque aqueles que pisarem em terras argentinas correm o sério risco de se casarem em seguida.


Sugerencia del troesma

Estou viciado em um escritor sueco fantástico. Seu nome é Henning Mankell. Quem quiser um bom policial, não hesite em ler Os cachorros de Riga ou A Leoa Branca.


Our freek world

Coisas de Camilo.



terça-feira, 4 de setembro de 2007

Aqueles que trabalham por um mundo melhor...

Há indivíduos neste mundo que vêm a passeio. Há outros que não vieram a passeio porque têm preguiça de bater perna. Outros, por fim, trabalham por todos os outros por um mundo melhor (também sinônimo de mais dindim no bolso!). Que eu conheço, da minha idade, são quatro:

1. Dueña Ariana Moroconga Loca - trabalha mais de 15 horas por dias, 6 dias por semana, como contadora, chefe, orçamenteira de mudanças, professora de português e assistente social;

2. Rubén Pooh García - trabalha em uma empresa de artefatos, canos e coisas do gênero para terceiros que mexem com petróleo; nas horas vagas, para variar, trabalha no seu locutorio tirando xerox, atendendo telefone e tudo o mais que envolve um locutorio;

3. Ana Carol Kachel - gerente sei lá do quê da Kraft; começa às 8h e vai até às 22h quase todos os dias; simplesmente louca;

4. Camilonga de la Croix - novo empresário da área, atuante em três países diferentes, também proprietário da Camilo Empreendimentos, que terá muito futuro nesta terra sem porteira.

Por que digo isso? Porque este último, além de todas as suas funções, ainda tem me brindado diariamente com pérolas incríveis deste mundo afora. Só isso já é merecedor de respeito. Sendo assim, deixo aqui minha homenagem a ele e aos outros três de cima e vos deixo com as pérolas no nosso Our freek world:

Perigo continua rondando o pobre Caballito. Já estava ficando de dar medo.

O supermercado português.

Cuidado onde você dorme! Eita Brasilzão velho!




segunda-feira, 3 de setembro de 2007

A maneira argentina de avançar

Tendo em vista que este simplório país já esteve muy bien, gracias, e hoje em dia está más o menos, papá, sou obrigado a discorrer um pouco na maneira deles de irem para a frente. Quando digo "ir para a frente", estou literalmente dizendo "ir para a frente", na direção que vão os seus pés. No entanto, parece que a direção dos pés destes sul-platenses não é das mais objetivas. Não que nosso querido reino tupiniquim seja um exemplo de nação que está progredindo, mas tenho a impressão, quando comparo a nossa situação com a dos hermanos, que nós vamos bem, pero ellos no tanto...

Precisando eu hoje pela manhã imprimir uns documentos e fotocopiá-los, saí eu em direção ao locutorio a que sempre vou para imprimir. Não que seja o mais barato, mas pelo menos, dos que há aqui perto de casa, é o único que não leva literalmente uma hora para imprimir 10 folhas. Eram 9h30 da manhã, um horário já bem tardio. Quando chego lá, fechado. Às 9h30 da manhã um estabelecimento fechado? Hum... ok. Voltei às 11h30 e continuava fechado. Pensei eu: pero qué coño están haciendo? Almoçando que não pode ser, porque aqui se almoça lá pelas 14h. Bom, decidi que voltaria depois do almoço.

Às 15h volto lá e está aberto. Sou atendido, tudo perfeito. Vou à fotocopiadora, onde devia tirar xerox dos documentos que tinha acabado de imprimir. O que encontro? Fotocopiadora aberta, mas com o funcionário de preguiça. Explico: cheguei e perguntei se o atendente tinha como tirar xerox daqueles papéis naquele momento, já que estava com um pouco de pressa. Sabem o que ele me respondeu: "Olha, até daria, mas não vai dar. Tenho que xerocar esses dois livros e estou meio ocupado". Ok, concordo que ele estava ocupado, mas o que ele precisaria fazer era tão-somente ir na máquina, pôr no automático e dizer quantas cópias queria. A fotocopiadora faria todo o resto sozinha. Obviamente eu lhe disse isso. O que ele me respondeu: "Disculpá, jefe, pero no llego a hacer todo a la vez." Pois vejam só vocês. Não estou querendo eu chamá-lo de incompentente, mas se um dia esse cidadão fosse tirar xerox no Brasil, acho que ia ficar com vergonha.

Concordemos que brasileiro é vadio, mas os argentinos estão se mostrando para mim ainda mais. Que eles não me escutem, por favor.

Our freek world

Fantástico. Camilo está cada vez melhor na busca de suas pérolas: O pedreiro e sua amante.



sábado, 1 de setembro de 2007

Nova cartografia criminal

Que há na esquina da Vallese com Hidalgo? A ver: um kiosco, um prédio, um sobrado e uma lavanderia.

Que há na esquina da Campichuelo com a Díaz Vélez? Uma igreja, o Parque Centenário à frente e um mercadinho chinês.

Que há no cruzamento da Av. Gaona com a Av. San Martín? Uma pracinha, nada mais.

Que há na esquina da Ambrosetti com Avellaneda? Um mercadinho, um açougue e uma locadora.

E que há na esquina da Vallese com Acoyte? Um supermercado, três prédios altos, uma farmácia e um locutorio.

Mas será mesmo só isso?

A princípio, não haveria porque haver mais que isso. Mas tem!

Há cerca de dois ou três meses, na rua Ambrosetti 400, quase esquina com Avellaneda, mataram um guarda sem mais nem menos.

Algumas semanas atrás, na Av. San Martín, 1274, mataram o casal de zeladores con un martillo o un hierro. Crime feroz, até hoje sem explicação, que assustou os moradores do bairro.

Se não me engano, no sábado passado, às 22h da noite, mataram um caixa chinês do mercadinho chinês que tem na esquina da Campichuelo (onde sempre passo para pegar o metrô Linha B) com Díaz Vélez.

Há cerca de 15 dias, quando João Arthur e Louise tinham recém-chegado, tentaram entrar no apartamento. Era um domingo às 2h. Até hoje não se sabe direito o que aconteceu. Existem muitas teorias e hipóteses...

Na quarta-feira, na esquina da Hidalgo com a Vallese, ocorreu um tiroteio às 15h da tarde. Estava eu em casa, exatamente na cozinha, fazendo um cafezinho para mim depois de ter almoçado. Estava tranqüilo e calmo, querendo relaxar tomando meu café e comendo um alfajor, o que sempre faço aqui después del almuerzo. Pus o pó na macchinetta napolitana, pus a água e acendi o fogão. Esperando que a água fervesse, fiquei olhando pela janela da cozinha. Quando, de repente, ouço o barulho de carros correndo, fazendo curvas, freiando e ouço uns pipocos! Um, dois, três, quatro... Depois do quarto perdi a conta... Devem ter sido uns 10 ou 12 ao todo. Não saberia precisar. No primeiro ou segundo, pensei que fosse um escapamento estourando, mas depois notei que eram tiros. Vi uns pintores que estão pintando uma fachada pulando para o teto do mesmo prédio, gente correndo na rua, outros entrando em qualquer lugar e outros se jogando no chão. Uns 10 segundos mais tarde, outro amontoado de ruídos de carros, arrancadas, freiadas e silêncio. Eu, neste ínterim todo, só olhando pela janela. Dois minutos depois, sirenes por todos os lados. Uma, duas, três ambulâncias ao total chegaram. Um minuto depois três carros de polícia e já uma multidão no local. Meu café ficando pronto e eu me dando conta de que não ia poder saber mais nada se não descesse, me sentei e fiquei esperando dar na TV alguma coisa. Não saiu nada.

Ontem, voltando para casa pela mesma Hidalgo, encontrei um dos funcionários aqui do prédio (um dos suspeitos, da minha parte, pela tentativa de invasão aqui de casa). Nos cumprimentamos e lhe perguntei que tinha havido ali mesmo na Hidalgo dois dias antes. Ele me explicou: estava vindo uma caminhonete, de propriedade de uma empresa de segurança que parece que tem aqui perto de casa, com dinheiro de não se sabe quê. A uns 10 minutos daqui, o motorista percebeu que estava sendo seguido. Via rádio, entrou em contato com seus colegas na empresa de segurança, avisou-os que estava sendo seguido e combinaram de preparar uma armadilha para os ladrões justamente na esquina da Hidalgo com a Vallese. Foi assim que, na Díaz Vélez com Hidalgo, a caminhonete deu um gás e veio voando até a esquina da Vallese, onde agora tem um semáforo. Furou o semáforo e parou na esquina. Nisso, vinha vindo o carro perseguidor. Quando este se acercou, começou o tiroteio. O pessoal da empresa de segurança tinha se colocado estrategicamente e abriu fogo. Foi um pipoco só, incluindo resposta dos ladrões. Fatos: um dos ladrões morreu no hospital, nenhum dos funcionários da empresa se machucou e o outro passageiro ladrão do carro perseguidor fugiu no carro de apoio de sua quadrilha. Detalhe: tudo isso quase na frente de uma escola, justamente na hora de saída de uma criançada. Bah!




Sugerencia del troesma

Ótimo ensaio no NYT.