sexta-feira, 29 de setembro de 2006

A primeira vez a gente nunca esquece!

Existe primeira vez para tudo: primeiro beijo, primeira namorada, primeira paixão, primeira briga, primeira vez que se dirige um carro, primeira vez que se bate ele, primeira vez no exterior... e, por fim, para quem quer fazer cinema, a primeira filmagem mais profissional. A minha, pois, foi um trabalho prático de faculdade que consistia em copiar todos os elementos básicos de uma seqüência do filme Nueve Reinas (aliás, para quem não viu o filme, aconselho, que é muito bom). Nos organizamos, preparamos tudo e gravamos.

Gravar, ao contrário do que se pode pensar, não é diversão o tempo todo. Diverte-se, mas também se estressa bastante. É câmera que tem que ficar em tal altura, é ator que tem que fazer isso, é alguém que tem que preparar isso e ainda não conseguiu fazer, é a composição que não se pode executar porque a luz natural está atrapalhando... Etc.

Agora, já que tudo tem uma primeira vez, a minha com a claqueta também foi inesquecível. Nosso encontro se deu na esquina das ruas Uriarte e Santa Rosa, em Palermo, no sábado passado. Eu estava ali, parado, descansando, ela estava do meu lado, começamos a conversar, papo vai, papo vem, rola uma aproximação, rola aquela coisa, a gente se aproxima, vai se aprochegando, até que... Bom, tá aí o resultado do fatídico encontro!






segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Latitud 34°36'39.96"S , longitud 58°26'24.22"W


Para quem ainda não conhece a minha casa e a do Camilo, vai lá uma fotinho que tiramos em um passeio que fizemos de helicóptero esses dias. Conhecemos um casal de franceses, que ficaram nossos amigos, e dividimos com eles o custo de um passeio aéreo. Pedimos expressamente ao piloto que passasse em cima de casa para tirarmos uma foto. Ficou boa, não? Também temos umas do Rio da Plata...


Não se empolguem! O dia em que eu e o Camilo tivermos dinheiro para ficar fazendo passeios de helicóptero, certeza que não vamos mais viver em Pequeno Cavalo e sim no Cavalo Dourado.


segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Colectividad inmigrante



immigrant, immigrant, immigrant punk (Gogol Bordello)

Upon arriving to the melting pot
I get penciled in as a goodamn white
Now that I am categorized
Officer gets me naturalized
immigrant, immigrant, immigrant punk
Now that I'm living up in God knows where
Sometime it gets hard without a friend
But as I am lurking around
Hoptza! I see another immigrant punk!
There is a little punk rock mafia
Everywhere you go
She is good to me and I am good to her... Legalize me! Realize me!
Despite the living up in USA
I'm still holding up in all my ways
I gotta friends, we gotta band
We still make sound you can't stand
Without banging on some big old pot
Without getting out of bed
But I'm relaxed, I'm just lurking around
Hoptza! I see another immigrant punk!
There is a little punk rock mafia
Everywhere you go
She is good to me and I am good to her...
Legalize me! Realize me!
Party! Party!
Of course we immigrants wanna sing all night long
Don't you know the singing salves the troubled soul?
So I'm relaxed, I'm just lurking aroundI got a method and you don't
You got a dictionary kicking around?
Look up the immigrant, immigrant, immigrant punk!


De fato a reunião aqui em casa foi bem cosmopolita, para não dizer sui generis. Tínhamos: 2 brasileiros (Camilo e eu), 12 argentinos (Guido, 3 amigos, Isabel e namorado, Estefanía, sua amiga, Ariel, Bárbara, Nanu e Mônica), 1 porto-riquenha (Alejandra), 1 equatoriano (Xavier), 1 colombiano (Diego), 1 argelino (Amin), 1 mexicano (Jorge) e 1 catalã (Carola). E isso que faltaram ainda 2 argentinos: Mocoronga e Príncipe Pooh.

Para quem não sabe, Gogol Bordello é uma banda de imigrantes ucranianos ilegais que foram para Nova York, se juntaram e hoje em dia tocam o que eles próprios chama de punk cigano. Atualmente estão em excursão pelo mundo todo.





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sábado, 9 de setembro de 2006

¡Un cuarto de siglo!


O que se pode fazer em um quarto de século?

Bom, a resposta a essa pergunta pode ser muito simples: pode-se fazer muitas coisas. Pode-se casar, pode-se ter filhos, pode-se comprar uma casa, pode-se comprar vários carros, pode-se ter várias namoradas, pode-se ter nenhuma, pode-se mudar de emprego inúmeras vezes, pode-se viajar muito, pode-se ler muito, ver muitos filmes, pode-se conversar muito, pode-se encher a cara inúmeras vezes, pode-se conhecer muita gente... Ou se pode não ter feito muita coisa. Tá, e daí, mas o que se pode fazer em um quarto de século?


Pergunta bem capciosa essa. A resposta para ela pode ser também bem complicada: um pouco de cada uma das coisas ditas acimas e mais um pouco de um monte de outras coisas. Como resumir então 25 anos?


Poderia-se resumir da maneira mais comum possível:


Nasci em 9 de setembro de 1981, na cidade de Criciúma, Estado de Santa Catarina. Sou filho de Luiz e Rosemeri. Aos 3 anos (não sei a data ao certo) meus pais se mudaram para Brusque e me levaram a tiracolo (literalmente). Aos seis anos nós mudamos para Curitiba. Aos 17 começo Filosofia e Letras. Aos 22 me mudei para a França. Morei em Paris e em Clermont-Ferrand (ouh la la la la la la vache!). Com 23 voltei para Curitiba e aos 24 terminei a faculdade. Um pouco antes de ter 25 me mudo para Buenos Aires. Fim.


Mas será que isso resume um quarto de século? Se esse um quarto de século fosse a vida de um camponês da Idade Média que está por acaso aparecendo em um livro de História, até que poderia servir. Mas esse um quarto de século é tudo o que eu tenho e já tive. Parece-me pouco demais resumir tudo em 5 ou 6 linhas. Deveria ser mais. Tampouco posso começar a escrever detalhadamente esses meus 25 anos. Quem sabe eu levasse mais 25 anos fazendo isso e, depois que o tivesse feito, eu diria, quando completasse metade de um século, que passei um quarto fazendo exatamente o que descrevi no outro um quarto. Seria uma estupidez.


Como reunir então 25 anos (que para mim é muito porque é o único que tenho) em 5 parágrafos? Talvez não seja possível, talvez tenha e eu ainda não tenha descoberto como.


Hoje, dentre todas as pessoas com quem conversei para me darem parabéns, falei com o meu pai. Entre outras coisas, ele me disse, ipsis litteris: "É, caboclo, 25 já! A vida passa rápido, né?" Quê dizer? Sim, pai, passa rápido, muito rápido!


Post scriptem


Quisiera desear feliz cumple a Mercedes y a Tomás.

Queria deseja feliz aniversário para a Fer.

Gostaria de prestar homenagem a Tolstói, que também nasceu hoje.


Por fim, queria agradecer ao Camilo pela tortinha de morango e doce de leite hoje de manhã. Valeu, De la Croix!

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

¿Equivocación?

Eis abaixo o meu primeiro trabalho mais longo escrito em espanhol. É um conto que tem como característica principal ser pensado para ser adaptado para roteiro. Também devia ocupar no máximo duas páginas. Ou seja, ficou estranhamento curto, mas mesmo assim vale a pena echarle un ojo:

Es mañana. José entra en la comisaría más cercana de su casa, ubicada en un pueblito lejos 10km de su propiedad, y pide para hablar con el comisario. Un funcionario lo acompaña a la oficina del agente policial y le pide que se siente. No hace falta que José espere más de cinco minutos antes que el agente Antonio entre en la oficina y le salude. Le pregunta que pasa. José le cuenta que en la noche pasada, mientras volvía a casa, vio a un alienígena. Se lo cuenta al comisario con tranquilidad, como si fuera algo raro pero que suele pasar a veces. Agrega al relato que fue la primera vez que le tocó a él ver a un extraterrestre. En un primer momento le pareció algo raro. Tuvo miedo. Creyó que lo iban a llevar para hacer testes de orden fisiológico con su cuerpo. Pensó que lo iban a matar. Pero vio que no. Aparentemente el alienígena vino en paz. Quería charlar. Hablaran de todo y de nada. Conversaran como se fueran dos amigos de largo rato. José relata que cuando se dio cuenta, ya se había acostumbrado a la presencia, al aspecto del rostro y al olor raros que tenía el extraterrestre. José añade a su historia el hecho de haber invitado al raro amigo a su casa para tomar un mate. Al principio, su raro “amigo” no quiso venir. Parecía tener miedo de que le hiciera algún mal. José, sin embargo, le convenció a venir con el argumento de que no podía marchar sin haber probado un buen mate. El “amigo”, al final, aceptó la invitación y fue a la casa de José, que se quedaba a dos pasos.

Oficial Antonio, sorprendido pela historia, le pregunta a José si está seguro que lo que haya visto fue un alienígena. José contesta que sí y dice que lo vio tan cercano suyo y con tantos detalles que no podría haberse equivocado. Además, la pasó muy bien con él.

José continúa su relato contando al agente Antonio como charlaran en su casa, como le gustó al “amigo” el mate y como éste, enamorado de la bebida, se llevó dos paquetes.

El comisario Antonio se ve aturdido. No puede creer en lo que recién escuchó. Después de haber terminado el relato, se queda un buen rato parado, callado. Al final, se levanta, sale de la oficina y vuelve con un vaso de agua. Se lo ofrece a José pediéndole que tome. Le dice que se debe haber equivocado, que debe haber confundido el dicho “amigo” con una persona o con lo que sea. Quizás José haya soñado todo esto. José, no obstante, insiste que no y dice que está seguro de lo que vio y de lo que le pasó. El comisario Antonio, por lo tanto, le pregunta a José por qué vino a contar toda esa historia. José le explica que vino porqué quería contribuir con su testimonio a las investigaciones policiales y federales sobre ovnis y seres alienígenas. Le gustaría darles su testimonio, contarles como le pasó todo, como están equivocados con la manera que los figuran en la tele...

Oficial Antonio pide una vez más a José que tome un poco de agua, pues se debe estar confundindo. Como José insiste que haya visto un extraterrestre con muchos detalles y el oficial, de su parte, insiste que él está equivocado, los dos se ponen a discutir. Tan seguro de lo que haya pasado está José que, cuando el oficial le pide que se calme, pues que ya está ultrapasando la límite del aceptable, ve esto como una falta de educación de la parte del oficial y cambia el tono de voz. Se pone más enérgico. Empieza a gritar.

Lo que sigue es horrible.

José grita. El oficial se siente amenazado ante la actitud. José se pone nervioso. El oficial lo quiere calmar. José no se permite ser tocado. Antonio interpreta su gesto como una afronta. José se descontrola, injuria sin querer al oficial. Éste, ya sintiéndose completamente irrespetado, lo quiere prender. José no lo quiere y da gestos de huirse. Un quilombo se crea en la comisaría. Antes que José haya podido salir, el oficial Antonio ya había pedido ayuda por teléfono a sus compañeros y logra prender a José. La discusión continúa hasta el final del día.

Tres días se pasan y José continúa preso. En la cárcel, viéndose injustizado ante el hecho de que no le creen y ante haberlo tratado tan mal y con tanta desconfianza, se pone cada vez más nervioso, y cuanto más nervioso más gritaba y más se descontrolaba.

Tan grande fue su descontrol que el oficial Antonio lo ve un poco loco, un poco fuera de sí. Logra transferirlo a un sanatorio para que sea adecuadamente tratado. Lo transfieren y esto deja José todavía más descontrolado. En el sanatorio, le preguntan porqué sigue insistiendo en afirmar una cosa tan absurda, de que haya conversado con un alienígena. José sigue afirmándolo simplemente porqué se lo ha pasado. Y punto. Al cabo de un mes, los médicos diagnostican alucinación irreversible.

Mientras todo esto, en la máquina fotográfica digital de José, que está sobre su escritorio en casa, al lado del mate y de la bombilla, está una foto suya que sacó abrazando a su “amigo” alienígena, con quién José insiste haber pasado un largo rato charlando.



domingo, 3 de setembro de 2006

Patas duras


Qual é a sensação que um brasileiro tem ao ganhar da Argentina? Felicidade. Qual seria a sensação que ele tem ao ganhar da Argentina estando no país inimigo? Mais alegria ainda e um pouco de medo (vai ver se eles não nos resolvem dar um esculacho para rebater a derrota que sofreram). E qual seria a sensação de ganhar da Argentina estando na Argentina e ainda tendo visto o jogo na casa de um argentino fanático por futebol? Bom, a sensação é indescritível, ainda mais porque se vê nitidamente, nos olhos inimigos, a vontade que ele tem de te matar e de te echar da casa dele. Pior para ele, que ainda teve que agüentar duas malas-sem-alça em casa e ainda ficar recebendo a cada momento nossos telefonemas e mensagens relembrando-o do que ele já sabia de cor e salteado, que o Brasil ganhou dos argentos por 3 x 0. Realmente, futebol também pode ter o seu valor antropológico.

Para quem não sabe, pata dura, em argentinês, é perna-de-pau. Echar é expulsar.