quinta-feira, 15 de abril de 2010

Tragédia! (parte 2)

Todas as paisagens coloridas do norte argentino desaparecidas. Todos os perrengues bolivianos, bem como momentos passados com a dupla Poeta e 77, com Pajarito, Principessa e Maud, infectados pelo vírus. O trekking de Colca com Tutancâmon, Swiss Army e Charlotte perdido. Cuenca, Arequipa, Puno, Lima. Um mês inteiro no Peru virado cinzas.

Simplesmente o pior desastre de todos os tempos para um viajante...

Continuação...

Nem carece dizer que eu queria matar a francesa qual desenho animado, agarrando-a pelo pescoço e chacoalhando-a. O fato de que era bonita e simpática já não importava mais. 

Minha cara deve ter sido tão reprovadora, tanta deve ter sido a raiva que transpareci quando tudo aconteceu que ela notou instantaneamente que eu não queria papo com ela até resolver o problema do computador, fosse possível ou não.

Corri então na net, conectei-me e procurei no Google algo sobre o vírus. O oráculo máximo, que tanto estimo e admiro, acusou que havia gente no mundo que já tinha padecido do mesmo problema. A saída era baixar um programa (FileAssassin) e destruir o vírus. 

Mas não funcionou. O assassino de arquivos sequer pôde encontrar o vírus. 

Outra saída era apagar o vírus diretamente, o que tampouco não adiantou.

A essa altura, desespero já tinha desaparecido. Restava somente a resignação de ter perdido mais de 6.000 fotos.

Baixo outro programa, já sem muitas esperanças, e este sim consegue desinfectar o computador, mas sem recuperar nenhum documento. Ao seja, ao neutralizar o vírus, neutralizei também tudo o que havia sido agregado a ele. O capitão decidiu afundar no barco junto com toda a tripulação.

Resignação é o que resta. Sem fotos, sem vídeos e com o HD vazio, não sobrou muito mais que cogitar a existência de Deus e rezar por Ele pedindo-Lhe ajuda.

Coincidência, acaso ou auxílio divino?, vem-me à mente vagas recordações de uma conversa que tive com um amigo (Shuriken) sobre computadores. Tinha perdido tudo devido a um vírus e pôde reaver o conteúdo com um programa recuperador de arquivos.

Sim. Eureka! Existirá mesmo esse programa?

Mais uma vez vou ao oráculo e obtenho a resposta. Recuva é o nome da esperança.

Baixo o programa e o faço rodar no HD atingido. Enquanto espero (o processo durará duas horas), ficamos, Camilo e eu, discutindo a existência de Deus (poderá Ele ajudar-nos) e pondo todas as fichas na qualidade dos criadores e programadores do Recuva.

Uma hora se passa e o programa continua rodando. Nenhuma dica de como terminar isso. 

Quando se dá por terminado o processo, incrivelmente vejo o programa anunciar a recuperação de mais de 6.000 fotos, todas com nomes trocados e desorganizadas. Mas são, pelo menos, 6.000 fotos, penso eu. Mando recuperá-las e, quase a passe de mágica, vejo as recordações de nossa viagem voltando à vida qual fênix ressurgindo das cinzas. 

Alegria generalizada. Brasileiros pulando de alegria, francesas entreolham-se com alívio.

Mais nenhum ódio para com elas. 

Por sorte, nossa tragédia não terminou mal nem com ninguém furando os olhos. Fica somente a dúvida da bendição divina, a confiança, mais uma vez reforçada, no oráculo máximo e a crença ferrenha nos idealizadores do Recuva. 

Viajantes tupiniquins quase morreram do coração, mas acabaram recuperando o que somente suas memórias poderiam brindar-lhes.


4 comentários:

Anônimo disse...

UUUUUFFFFFFFF (alivio!)
Linda

Unknown disse...

Puxa, q bom q vc lembrou de recuperar os arquivos apagados. Boa sorte. Grande abraço

Duim disse...

Duimzinho do meu coração.
Suas gostosas bundinhas durinhas nasceram mesmo viradas pra lua. Que azar e que suerte, queridos.
Beijocas saudadentas

Juliana disse...

Meu, que sorte!!! Viu, compre um HD externo, um pendrive gigante, sei lá, algo que vc use só para guardar as fotos. Ou coloque TUDO no Picasa, mas não corra mais esse risco. Se fosse comigo tinha arrancado todos os cabelos da cabeça (minha e das francesas), hahaha. Beijo e se cuida.