segunda-feira, 8 de março de 2010

O dia a dia de um "viajero sin bandera"

Nossa maior fã, Ana Abuelita Wallander, muito curiosa, me pediu que lhe contasse como é o nosso quotidiano durante a viagem. Queria saber se só fazemos festa, se passamos o dia passeando em excursões ou sambando com a gente. Este, pois, é um post-resposta às suas inquietações.

(Para organizar melhor o post, vou escrevê-lo em normal e negrito, sendo que este último corresponde às atividades do Camilo, ao passo que o outro às minhas)

Entre 6h e 8h - levanto-me, tomo meu café da manhã com café solúvel e pão (o que tem!) e tento estudar sueco quando dá.
Entre 7h e 9h - levanta-se, toma café da manhã, irrita-se porque não há leite, procura a todo custo leite para seu café, suas aveias e sua maca (viagra andino!).

Depois do café - tomo banho.
Depois do café - toma banho, obviamente não junto comigo.

Entre 8h e 10h - este período da manhã é muito variável. Depende do que vamos fazer no dia, do que foi no dia passado. As opções usuais são: morgar no hostal na internet ou lendo um livro; fazer algum passeio turístico ou simplesmente conversar com os convivas do hostel.
Entre 8h e 10h - basicamente o mesmo que eu.

Meio-dia - começar a pensar em comida. Nossa pança já começa a fazer ruídos requisitórios por volta do meio-dia. As opções de comida na hora do almoço são sempre restaurantes, sejam os baratinhos de rua, os dos mercados municipais ou alguns, às vezes, mais elaborados.
Meio-dia - acrescentaria somente que, se deixar, come no primeiro restaurante que encontrar. Sua fome é voraz.

À tarde - quase sempre me meto a caminhar pela cidade, em algum tour ou, quando estou cansado, faço uma siesta e fico descansando durante a tarde.
À tarde - basicamente o mesmo, já que temos estado em sintonia. Difícil um de nós dois querer fazer uma coisa e outra o outro.

Meio da tarde - aquela vontade de café decente, que nunca consigo realizar.
Meio da tarde - vontade quase incontrolável de comer chocolate, que consegue concretizar.

Fim da tarde - voltar para o hostel, tomar um banho e relaxar. Quem sabe chequear os mails intermináveis de que nunca damos conta de ler e responder tudo no dia.
Fim da tarde - o mesmo acrescido de uma vontade de ir para um bar e ficar conversando.

À noite - pensar no jantar e descansar mais, conversando com os amigos que fiz no dia.
À noite  - também pensar no jantar, que em geral não pode repetir o menu do almoço (eu não me incomodo com isso) e vontade de conhecer mais outras pessoas, num ambiente de bar.

Meia-noite - sonolento e com vontade de dormir, pois acordei no mesmo dia por volta das 6h.
Meia-noite - desejo de pegar alguma baladinha, o qual quase nunca não é acompanhado por esta pessoa.


De maneira bem geral, pode-se resumir nossos dias assim. São, como se pôde ver, muito pautados pelas funções básicas do corpo: comida, sono, cansaço e vontade de sociabilização. Estes, porém, são os dias típicos quando estamos, ou podemos estar, no hostel. Porque há também os dias em que estamos em excursão e os em que estamos tão-somente viajando.

Os de excursão são marcados por acordar de madrugada, passar o dia inteiro caminhando ou dentro de um ônibus, percorrendo sítios turísticos de interesse comum, conhecendo gente e conversando com os locais.

Os de transporte são gastos em rodoviárias, ônibus (jamais avião). Nós os passamos tirando sonecas, lendo e ouvindo música.

Outro ponto comum da viagem, que atravessam o nosso dia de cabo a rabo, é ir conversando com tudo que cruzamos no caminho, seja crianças, idosos, animais, gringos ou locais. Simplesmente falamos com todos. Permite-nos isso nossa brasilidade. É falarmos que somos brasileiros que ninguém mais nos olha com cara feia ou desconfiança. Devem pensar que somos todos um bando de psicopatas sociais. Se somos?

A interação é nossa marca carimbada. Nos ônibus turísticos, cumprimentamos a todos e vamos nos sentar no fundo. Os que não se deixam inibir acabam vindo nos acompanhar, já que estamos sempre rindo, conversando e falando besteiras. Não foi um nem dois amigos que fizemos assim. Muitos, mas muitos mesmo.

Em geral, já vamos apelidando todos e assim rompendo barreiras. A melhor estratégia para fazer rir. E quem faz rir já tem vantagem.

No resto do tempo, é simplesmente ir gozando da viagem e dando-se conta de que, muito embora já tenham passado 3 meses, ainda temos muito mais pela frente... Sim, somos sortudos!



Um comentário:

Anônimo disse...

Ya vemos, una vida de sacrificios !!!
Que siga... Anabus