segunda-feira, 1 de março de 2010

Carnaval boliviano

Cabritos e Cabritas


Entendo ja estão (quase) todas e todos refeitos passado o período carnavalesco nacional.


Assim sendo, antes que mais nada, meu desejo feliz ano novo a todos! 
(afinal, no Brasil o ano so começa depois do carnaval)
Espero também que tenham todos e todas se divertido, como fizera Baco 
Escrevo-lhes, desta vez em poucas linhas, para compartilhar minha experiencia, meu carnaval  2010 na.... 
.... Bolivia! 

Passei pois os dias festivos em Santa Cruz de la Sierra, em companhia de alguns viajantes tupiniquins que, por razoes diversas, decidiram abandonar a terrinha nesses sagrados dias.
O carnaval no país começa, entretanto, bastante antes do que no domingo habitual (ou sexta feira para alguns). Precisamente duas quintas feiras antes do referido final de semana. Ou seja, na quinta-feira 5 de fevereiro para o presente ano. 
Neste dia Pepino é desenterrado e festeja-se o conhecido "jueves de compadres", quando os homens, e somente eles, saem para devertir-se (leia-se beber ate cair). Como em referido dia estava a bordo de um busum boliviano que ia de Potosi a Sucre, passei a festividade pois em branco.
Exatamente uma semana depois, na quinta feira 12, tem lugar o "jueves de comadres". A vez das damas. Neste dia estava pois em Cochabamba, na companhia e residencia de um bom amigo que insistiu para que ficassemos, com Magoo, na cidade até referida data - sob a ameaça de término da amizade caso partissemos antes e a promessa de lindas mulheres dançando loucamente - como no Brasil.
Armados de paciencia e tratando de contagiarnos com a alegria local, esperamos até as duas e meia da madruga para poder entrar em um bar onde,  até essa hora, só haviam mulheres dançando e tomando até cair (algumas tinham já caido). Especie de "ladies" first local. Ao invés de descrever o cenário, deixo-lhes com as palavras do cantor Luis Miguel, que dizia mais ou menos assim: "yo no sé donde están las mujeres más lindas de planeta, pero las más feas están aqui" (estava ele em Oruro). Enfim, "jueves de comadres"
Cumprida esta estapa, fomos a Santa Cruz de la Sierra aproveitar os dias de carnaval, pensando em divertir-se como voces, carissimos leitores. Conhecedores da guerra de bolinhas d`agua e jatos de espuma que explodia nas ruas hà semanas (desde que Pepino fora desenterrado),  preparamos o espírito para a batalha campal que nos esperava. Foram entao comparadas algumas bolinhas, sprais e até e pistolas d´agua - para aqueles mais fortemente armados.   Ademas, graças as boas almas do hostel, fomos alertados que, precisamente nessa cidade (e nao nas demais), além de água e espuma, os folioes tem o (maldito) costume de jogar tinta nas pessoas. Uma tinta que dificilmente sai, seja da pele, roupa ou cabelos.
A trupe tupiniquim em questao preparou-se entao para a batalha, munida do referido armamento acima descrito, colocando as roupas mais usadas (que no nosso caso nao foi muito dificil escolher) e uma touca da vovô para proteger as madeixas. Constituida por este que vos escreve, seu companheiro de aventuras e presepadas, um pessoal bacana dimaisss de Uberlândia, um casal suiço, um cubano e um irlandes que chegou por ultimo, saímos pois as ruas enfrentar a multidao.
Galera, é tinta, água e espuma pra tudo quanto é lado! O lance é atacar quem passar do teu lado rapida e precisamente, seja homem, mulher, criança ou cachorro. Depois de alguns minutos de desorganizacao e desperdicio de municao, sendo tambem sucrilhado pelos locais, adotamos uma tática romana: nos movimentamos em círculos, cada um protegendo a retaguarda do outro, atacando todos de uma vez aquele que nos tivesse atacado. Deu um pouco mais certo, em que pese fomos todos atingidos.
Quanto a cerveja e samba.... nao teve muito nao. A musica era ofertada por uma fiila de carros de som, colocados uns ao lado dos outros e provocando uma mistura sonora, que nao permitia acompanhar a cumbia do momento. Ja cerveja foi bebida quente e de maneira rapida, olhando para os lados pronto a se esquivar do futuro ataque. 
Essa festa durou pois quatro dias, até a quarta feira de cinzas. Sábado foi "Iscanata" (juego pequeño), domingo "Hachanata" (juego grande) e segunda e terça "Chaya": dias de colorir casas e carros (alguns tambem com tinta). Já no domingo 21, a festa acabou, marcada pelo desfile de corsos e pelo enterro do famoso Pepino (!)
Saludos a todos

Camilo,
em Arequipa (Peru), recuperando-se de uma caminhada de dois dias para tentar ver um Condor - que parece nao apareceu...

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