Chegava, pois, ao fim a UYtrip. Só nos restava conhecer melhor a Punta del Diablo, passar pelo Fuerte de Santa Tereza e de lá tocar 900km até Curitiba.
No manhã do décimo quinto dia de viagem, depois de uma péssima noite dormida na barraca, de roupa, com saco de dormir e tendo como colchão o cobertor que levei por precaução, acordamos e fomos atrás de uma padaria tomar café-da-manhã (saco vazio não para em pé).
Com um saquinho que madalenas e um iogurte cada, fomos nos sentar na Punta del Diablo. O clima já era de despedida. Aquela seria a última praia uruguaia que eu veria em muito tempo (por algum motivo, demoro muito para voltar aos lugares que visito; a Buenos Aires, por exemplo, não volto desde que vim para o Brasil; à França, uns 5 anos).
Comemos, batemos umas fotos e nos dirigimos para o Fuerte. Apesar de terem falado muito bem, não achei nada demais. Aliás, a reserva na qual se situa o forte é mais interessante. De qualquer forma, estávamos já no espírito de volta a Curitiba e fim de férias, infelizmente.
Visita feita, retornamos à UY e mandamos brasa. Passamos por uma parte em que a estrada se alarga, tornando-se também pista de pouso. Dizem os uruguaios que é costume deles irem até lá estreiar seus carros novos, descendo a lenha na pista, que tem quase 3km. O Gonza, sempre heróico, chegou a 150km/h. E o motorista responsável por essa imprudência não fui eu.
Um tanto mais para frente chegamos à divisa. Como não tínhamos mais reais, passamos em uma casa de câmbio para trocar tudo o que tinha sobrado pela moeda tupiniquim e seguimos para a aduana de Chuy/Chuí.
Se tinha sido rápida a nossa entrada, a volta ao Brasil foi mais ainda. Carimbamos os passaportes em menos de 2 minutos (sem brincadeira) e nem tivemos o carro revistado. Quando o fiscal da fronteira viu o estado do Gonza de sujeira e desorganização, deve ter pensado: "Nem fodendo que eu vou inspecionar esse carro!". Apesar de não estarmos trazendo nenhuma muamba nem nada, agradecemos. Seria um saco ter que "rearrumar" o porta-malas.
Já no Chuí, batemos uma foto para comprovar que já estivemos no ponto sul extremo do Brasil (falta agora o Oiapoque) e tocamos direto pela 471 rumo a Porto Alegre. Paramos, porém, para almoçar.
Chegamos em Porto Alegre cedo, às 17h. Já tínhamos decidido que, dependendo do horário, poderíamos continuar dirigindo até Lages. E foi o que fizemos. Passamos reto pela capital gaúcha e escolhemos a BR116 para voltar. Meu pai tinha me mandado uma mensagem dizendo que a BR101 estava um caos, com trechos interrompidos, barreiras caídas, muitos acidentes. Escolhemos, pois, como já disse, a BR116 para voltar. E foi a melhor coisa que fizemos. Evitamos todos os acidentes, engarrafamentos e quilombos de puta madre que estava havendo na briói. Fora que, como eu já tinha podido comprovar, a estrada é mais bem sinalizada e muito mais conservada.
Revezando na boleia, chegamos até quase Vacaria, onde dormimos dentro do Gonza, estacionado em um posto de caminhões. De todas as opções de pouso, só nos faltava o carro. E eis que voltamos para o Brasil com todos os pré-requisitos para uma viagem presepeira cumpridos!
Encostamos o carro à meia-noite e dormimos até umas 3h30, 4h. Não consegui mais por conta do desconforto. Tendo isso em vista, lavei o rosto e fui dirigindo até umas 7h, quando bateu o cansaço e passei o volante para o Camilo, que até então vinha babando no banco do passageiro.
Chegamos em Curitiba às 10h cravado.
E dá-lhe doce de leite para todos!
Fin de la saga uruguaya. Espero que hayan disfrutado. Saludos, compas.
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