domingo, 16 de dezembro de 2007

O fim do fim e o começo do começo

Temporada BsAs diz: "Chefe, passa a régua aí que tamo indo s'imbora!"

Sim, os tempos em terras rio-platenses se terminarão nesta terça-feira, dia 18 de dezembro de 2007, às 12h, depois de 18 meses de muito bife de chorizo con papa fritas y ensalada de lechuga y tomates. Os bravos, corajosos e artimanhosos tupiniquins de Little Horse se despedem de Caballito e da cidade dos kioscos e 42s. Destino: por hora aquele bom e velho Brasilzão sem porteira que tanto conhecemos.

E fica para trás nosso querido apê, que tanta gente recebeu no desaconchego do lar (Fran, Karla, Piperito pançudo - agora mestre -, Lorena, Zird, El Bigodón, Rafa "Ninja Rafaia", Waleskilda, amiga suíça do Camilo, amiga brasileira do Camilo, Pri, Carol, Nancy "tiazona", Julien, Ricardo "el tío", Alicia, Fer, Bruno, Mayra, Ana, Carol "A parça brusquense", Márcia, Milena "Madá", João "Putain de Merde" Arthur, Louise, Hernán, Érica), sem contar os amigos de sempre, presentes constantemente (Nena, Motorola, Jorgelín, Pipi, Ari, Pooh, Ariel, Amine, Lorna, Pajarito, Compadrito, Luc McAna)...

E fica para trás nossa querida Abuelita...

E ficam para trás nossos eternos, e por que não adorados, inimigos de sempre (Pato-Perro, los Muerciélagos, Flanelinhas)...

E ficam para trás nossos restaurantes preferidos (El Reencuentro, Café América e A Punto)...

E fica para trás a Camilo Empreendimentos, que tanto contribuiu em impostos para o avanço da economia argentina...

E ficam para trás os batuques intermináveis no Parque Centenario...

E fica para trás nossa lavanderia, que conseguiu fazer a façanha de encolher todas, mas absolutamente todas as roupas que tínhamos...

E fica para trás a TV tão querida, que tantos Two and a Half Man e 24 horas nos deu...

E fica para trás nossos pufs e colchões no chão, que sempre mantiveram o nível espartano de excelência desta residência...

E ficam para trás os pores do sol privilegiados que temos...

E ficam para trás as tardes sentados na varanda só jogando conversa fora e tomando un matecito...

E ficam para trás os dias passados com dor nas costas devido a esta cadeira de merda que tenho...

E ficam para trás as noitadas jogando cartas, noitadas as quais Camilo era incessantemente humilhado pela pessoa que vos fala...

E fica para trás nossa querida Argentina, que entre altos e baixos nos acolheu como melhor pôde...

E assim vamos voltando, pouco a pouco (não porque queremos, mas porque de busão é sempre mais lento), esperando rever os amigos, botar a conversa em dia, jogar aquele baba no Cachorródromo, pensando na próxima viagem e quem sabe na próxima estadia no estrangeiro (onde? onde? só o tempo dirá!). Mas no fundo, é preciso continuar, porque, como diria o meu querido peluquero Hector: "Maikon, nadie te puede quitar el bailado..."


Obs.: devo, demoro, mas pago; sei que estou devendo as presepadas empreendidas ao longo da nossa última viagem.
Obs. 2: felicitem-me, este é o centésimo post de Bons Ares.



terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Mudando os ares

Bons Ares resolveu espairecer e mudar um pouco de ares. Empreendeu-se uma pequena viagem rumo a oeste e a terras não rio-platenses. O mundo é um lugar muito grande, e ater-se aos pequenos pedaços de terra que conhecemos é praticamente um pecado. Amigos foram feitos, lugares foram conhecidos, bons momentos foram passados, o que é o mais importante. Je vous laisse donc avec ces bribes d'images de ce petit voyage:

Cordilheira dos Andes...


O Caracol...


Tunquén...


Maipú...


Tantí...


...



terça-feira, 27 de novembro de 2007

Fangio y sus adeptos

Eu sou brasileiro e dirijo, você é brasileiro e dirige, nós somos brasileiros e dirigimos. O Senna era brasileiro e dirigia para caralhalho. No entanto, o maior deles, é pelos menos o que dizem, era argentino: Juan Manuel Fangio. Ele também dirigia.

Nascido em Balcarce, Argentina, em 1911, pentacampeão de Fórmula 1, e blá blá blá blá... Se não souberem quem foi o Fangio e quiserem se informar, cliquem aqui. Eu é que não vou ficar dando uma de papagaio. O fato é que o cidadão, pauta de nosso singelo post de hoje, é argentino. Por sê-lo e ter feito tudo o que fez (ganhar cinco vezes o campeonato da Fórmula 1), pode-se imaginar que ele sabia dirigir muito bem. Por ele dirigir muito bem, podemos pensar que ele vem de um lugar onde as pessoas dirigem muito bem, e por pensarmos que todas dirigem bem podemos pensar que na Argentina há ótimos motoristas.

Pém! Falso!

Aqueles que já tiverem tido o prazer de dar o ar de sua graça por estas terras rio-platenses sabem que não estou mentindo. Diria mais até: estou corretíssimo. Os argentinos dirigem mal pra porra! Querem provas? Vamos aos fatos.

Vamos supor que vossa senhoria saiu de casa hoje bem feliz e contente da vida. Está mais que disposto a ir até o mercadinho, comprar um vinho, uns quitutes e chamar uns amigos para virem jogar papo fora em casa. Que precisa fazer para isso acontecer? Antes de mais nada, ir ao mercado e comprar o vinho e quitutes. E que precisa fazer para ir até o mercado? Em geral, sair de casa, andar pela calçada e atravessar a rua. O que, na Argentina, é por si só uma aventura à parte.

Descendo à rua e tomando coragem para encarar o périplo, o que vossa senhoria vê?

  1. Uma monteira de carros velhos, batidos, mal cuidados e sujos abandonados pela rua;
  2. Um filho da puta estacionado em fila dupla, quando não na saída da garagem de alguém, bem despreocupado;
  3. Todos os carros do mundo virando numa esquina sem dar seta!;
  4. Todos os carros do mundo fazendo baliza, quando conseguem, com o pisca-alerta ligado;
  5. Buzinaço;
  6. Os ônibus vindo à toda, cortando todo mundo, não dando seta, buzinando para quem quer que seja;
  7. Os pedestres passando na faixa, sinal verde para eles, ao mesmo tempo que os carros que querem virar nessa esquina também estão avançando (o sinal também está verde para eles!);
  8. Mais buzinaço;
  9. Quase, e não há muitas exceções para isso, todos os carros estacionados tão mal, mas tão mal que dá para pôr uma cadeira entre o meio-fio e a lateral do carro;
  10. Uma infinidade de jeringonça do tempo do Epa rodando.

Vossa senhoria chega ao mercadinho, compra vosso vinho, quitutes e, com muita sorte, chega em casa sem muito espanto. Vossos amigos chegam, todos bebem e saem. Vossa senhoria os acompanha. Como ninguém tem carro, porque são tudo um bando de pé-rapado, pegam um táxi. O que vêem no táxi?

  1. O tachero (gíria para motorista de táxi) está fumando com a janela aberta e ouvindo o hino da Argentina no rádio;
  2. Há uma série de buracos no assoalho do carro, através dos quais dá para ver o pavimento passando;
  3. O excelentíssimo motorista anda por várias quadras, mesmo que a 80km/h, na segunda (ai que dor!);
  4. Para fazer a curva, ele põe a primeira (ai, meu rim já está ardendo);
  5. Feita a curva, volta à segunda e não sai mais dela;
  6. No semáforo, deixa o carro morrer;
  7. E, se der sorte, o carro fica sem diesel ou gás, porque carro a gasolina aqui é luxo.

A que conclusão se pode então chegar?

  1. Argentino, por mais que digam que sim, não sabe dirigir;
  2. Argentino não está nem aí para o seu carro;
  3. Argentino não dá seta mas sabe buzinar.

Sendo assim, proponho eu um protótipo de carro argentino do futuro: tudo o que um carro tenha normalmente, menos os retrovisores (porque não usam mesmo) e as setas e faróis (muitos não devem nem saber como ligar os faróis). Para compensar suas ausências e equilibrar o preço de venda, que ponham uma buzina mais potente e que ela tenha o som do hino da Argentina ou do Maradona dizendo: ¡Dale, pelotudo!

Obs.: Comecei a escrever uns textos de viagem para um blog francês. Se se interessarem, eis aqui o link para Histoires de Voyages. Lá, para se localizarem, eu sou o madelgado, e os dois textos que já publiquei são este e este.



sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Guinchos: o retorno

Não bastasse termos sido atacados na segunda-feira duas vezes (morcego-kamikaze 1 entrando pela janela do Camilo e morcego-kamikase 2 dando um rolê pela sala), fomos novamente atacados ontem por nossos incansáveis inimigos. Fíis duma santíssima madre!

A vítima desta segunda investida foi este corajoso aqui que vos fala. Devia de ser umas 19h. Havia sol ainda no céu, de forma que não tinha motivo para tais amigos estarem passeando por aí. Minha janela estava aberta e eu no computador estudando. De repente não mais que de repente ouço uns guinchinhos malditos e sinto algo passando por sobre a minha cabeça. Quando me viro para ver o que é, vejo uma coisa alada vindo diretamente sobre mim, com as asas abertas, uma cara feia da porra, guinchando e gritando e esperneando.

Muito corajoso, dou um grito de susto e saio pipocando do quarto. "Caraio, Camilo, um fíi da puta entrou no meu quarto". Camilo, sempre de prontidão, se levantou e veio ver o meu infortúnio. O fíi do cramunhão tinha pousado justamente sobre o meu travesseiro e estava ali mui tranqüilamente. Mais corajosamente do que antes, pegamos as roupas sujas que estavam na sala, dentro da mala que ia para a lavanderia, e jogamos uma peça perto dele para que ele se assustasse. O bicho levantou vôo num triz e começou a voar sem rumo. Nós, claro, sempre destemidos, fechamos a porta do meu quarto mais que rapidamente.

No corredor, nos olhamos um para o outro e eu disse: "Só tem um problema: a janela do meu quarto estava praticamente fechada e duvido muito que ele consiga sair por ela". "Puta merda, Shak", pragrejou Camilo. Tive que dar de ombros.

Abrimos então a porta do meu quarto e, com toda a algazarra que tínhamos feito, de fato aquele rato alado tinha voado. Detalhe: por ser mais burro que uma anta, ficou preso no vãozinho da janela, na fresta que havia entre o batente a janela, a qual eu tinha deixado para entrar um arzinho. Pensei: "Mas tu é burro, hein, sió morcego?". Pensei mais uma vez: "Bah, vou ter que abrir essa porra dessa janela para ele ir embora!". Protegido por uma toalha suja, me aproximei, a passos curtos e silenciosos, da janela e, com toda a agilidade que Deus não me deu, abri-a o mais rápido que pude e saí voando porta afora. E não foi que o bicho resolveu ficar ali paradinho onde já estava? "Mas vá ser burro assim lá na China, porra!".

Sem muito mais o que fazer, Camilo pegou o resto da roupa que tínhamos na mala e começou a jogar no bicho para ver se ele se dignava a sair voando. Primeiro foi o meu lençol. Imóvel o bicho. Depois uma camisa minha. Tampouco quis se mexer. Em seguida outra toalha. E nada do cramunhano mover um teco que fosse. Por fim, na quinta tentativa e já quase sem mais nenhuma peça de roupa à mão, ele se deu o trabalho de abrir as asas e sair voando janela afora. Primeira coisa que fiz? Sair correndo e fechar a janela do meu quarto, enquanto Camilo fechava todas as outras da casa!

E sim, se querem saber, estamos sendo bombardeados pelos inimigos, mas mesmo assim estamos resistindo muito bravamente com toda a coragem que nossas roupas sujas nos permitem.


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Guinchos

As massas falaram! Vindas das profundezas, aonde só o cramunhão pode ir, vozes se pronunciaram em prol desta pequena e miserável brogúncia. Sim, os mais diversos rumores, uns mais doces, outros mais ríspidos, uns respeituosos, outros nem tanto, soltaram o verbo e deixaram seus comentários. Inúmeros, aliás, se comparados à zerice com que vinha vindo esse brogue que vos fala.

Alguns que nunca comentavam se fizeram ver por meio de suas palavras encorajadoras. Outros, os poucos que estão sempre presentes, quase se sentiram indignados pelo desabafo e ameaçaram e este que vos fala de morte: cartas-bomba, comentários-bomba, "Te pego na saída" e outras coisas do gênero de "Escreve aí, porra!". Mas eu, sempre inamovível da posição pacifista, pensei: "Não, são só delicadezas!"

Até que algo aconteceu em Cavalim. Um algo muito grave, que surpreendeu a todos. Foi no meio desta manhã. Os intrépidos brazuquins estavam em casa, cada qual em seu quarto fazendo suas coisas, quando, meio que procurando inspiração para levantar e preparar um chá, olho para o meu lado direito e vejo, qual um foguete, algo pequeno e preto se chocando com tudo contra a belíssima e muito bem pintada parede laranja do quarto do Camilo. Não mais que cinco segundos depois vejo o Camilo saltitando e saindo correndo quarto afora. "Caralho, puta merda, que porra é essa?", vitupera Camilo. Eu, da minha parte, sem entender muito bem o que estava acontecendo, me levanto. "Carai, um fiadaputa dum morcego entrou no meu quarto!", grita Camilo, que, sem saber o que fazer, olha para mim. Corajoso que sou para animais chupadores de sangue, agarro a porta e quero fechá-la. Com Camilo lá fora. Aí me lembro de meu amigo, pobre, coitado, à mercê daquele monstro alado, reabro a porta e o convido a entrar: "Entra aí, cara!".

Enquanto estou fechando a janela do meu quarto para que não queiram entrar, Camilonga de la Croix me diz: "Cara, e eu vi outro entrando zunindo pela sala!". "Puta merda!", penso eu, "Estamos sendo atacados!". Novamente. Mais uma vez. De volta. Infinitamente atacados! No momento pensei no maldito Pato-Perro, que devia estar só dando risada do nosso infortúnio.

Levados pela premência da situação, carregando duas toalhas e caminhando na ponta dos pés, cagados de medo (o nome disso é coragem, para quem não sabe), saímos dispostos a expulsar os inimigos voadores. Por sorte, já tinham partido. No entanto, ainda muito receosos e temerosos do pior, vasculhamos, qual duas patricinhas com medo de barata, o quarto do Camilo à procura do mortal oponente ou então em busca de algum rastro ou vestígio deixado por ele. Nada. Vasculhamos o banheiro e também nada. Fomos à sala e tampouco encontramos alguma coisa. Tinham ido embora. Deus é pai, não é padrasto! Rindo do ridículo da nossa situação, mas ainda com medo dos filhos de djanho, inspecionamos a casa novamente e mais uma vez não encontramos nada.

Foi neste momento que me caiu a ficha. Seria isso um ataque frontal e direto às nossas pessoas? Seria isso um ato terrorista de certos leitores insatisfeitos (não citarei nomes)? Seria isso um sinal divino, aconselhando-me a escrever e ao mesmo tempo já me dando o assunto do que escreveria? Dada minha consideração para com meus amigos e sempre acreditando que os Ursinhos Carinhosos podem trazer algo de bom para o mundo, optei pela última opção. E me sentei. E escrevi na tentativa de saciar todas as vontades, as dos mortais e a divina. E por fim pensei: ¡Murciélagos hijoputas!



quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Habemus lectoris

Quando toda a esperança já tinha praticamente acabado, forças ocultas surgem do nada e salvam a este pobre broguezim. Sim, confesso, tinha pensado em exterminá-lo em praça pública por padecer da ausência de comentários, o que me levava a crer, raciocínio mais que lógico, na total e absoluta inexistência de leitores. Muitas maneiras tinham sido elencadas para a execução:

1. Estripação em praça pública, para regojizo da plebe;
2. Enforcamento com direito a sordidez (detalhes a cargo de vossas férteis imaginações);
3. Atropelamento seguido de fuga;
4. Crime hediondo sem suspeitos (o crime perfeito);
5. Fechamento devido a difamação pública.

Eis aí as maneiras que eu tinha imaginado para dar cabo deste pobre e miserável brogue sem leitores. No entanto, como que por desígnio divino, vozes advindas do além, do inferno, do céu e de vossas terras tupiniquins se pronunciaram, clamando piedade por mais este desalmado. O brogue que estão lendo foi salvo pelo gongo.

Vozes até então desconhecidas saíram dos mais recônditos recônditos e se fizeram ver:

1. Camila, leitora chilena, que muito apreciou as presepices aqui escritas. Gracias, ¡che!;
2. Jacquie-o-rama, renascida das cinzas e agora acompanhada por sua fiel escudeira, Clarucha-Tartarucha;
3. Tissot, proprietário dos famosíssimos relógios suíços de mesmo nome, que, surpreendentemente, afirmou ser leitor desta pocilga que vos recebe. O prazer é nosso, caríssimo!;
4. Fá, que, também surpreendentemente, confessou ser leitora e culpada do crime de nunca deixar recados;

Outras vozes, que já sabia existir e que não deixam comentários, também se juntam a essa soma de só um algarismo:

5. Camilo, que nos últimos tempos resolveu sossegar o facho e deixou de ser El Turistón;
6. Sem-sorte, que está sempre aí na equipe de apoio;
7. Minha santa mãezinha. Pudera fosse também, porque se nem a minha mãe lesse acho que teria que enfiar a cabeça na privada e puxar a descarga;
8. Parça Brusquense, que lê sempre que pode lê esta brogúncia diretamente lá de Gibraltar;
9. Eu, porque sou obrigado a ler o que escrevo. Triste Fim de Magoo na Quaresma!

O agradecimento, pois, a todos estes leitores (inclusive eu) é enorme. Que sentido tem um texto se não há quem o leia? Pergunta a qual constantemente me fiz a mim mesmo durante este vácuo de comentários por que passou Bons Ares. Esta mesma pergunta suscitou inúmeras reflexões deste que vos fala acerca deste conjunto de letrinhas enfileiradas que comumente chamamos de texto.

Sim, comecei a entender um pouco mais o que sempre dizem os escritores, de que escrever é uma atividade solitária. Você, cheio de idéias na cabeça e ansioso para transmiti-las ao mundo, senta-se na sua cadeira preferida (no meu caso, na única que tenho, que, aliás, parece um toro mecânico, porque tenho que ficar me equilibrando em cima dela), de frente para seu instrumento de escrita (no meu caso novamente, um computador; sou tradicional e conservador demais para escrever a mão) e se põe a esboçar, rascunhar e organizar o que quer dizer. O tempo passa, as dificuldades se mostram, você as supera e por fim o texto se dá por terminado (sim, é o texto quem se termina, não eu que o termino). E taram! Pronto. Sorriso no rosto, um passo a mais dado rumo a LER e você solta seu texto no mundo à espera de que o leiam.

Neste momento, começa todo um processo distinto. Você se joga no vácuo à espera do que quer que seja. Será que farão muitos comentários? Será que aquela pessoa vai ler? O que será que aquele outro vai dizer? Será que não vão ler? Tudo passa pela sua cabeça, menos o que vai acontecer. Aí você começa a ficar preocupado com a perspectiva de não ser lido. Por sorte, neste momento, meus longos anos de estudo de filosofia me servem de algo e me fazem lembrar: que mesmo a negação e o nada ainda são alguma coisa. De forma que mesmo o não-comentário ou a ausência deles é uma resposta. É a inevitabilidade desta inefável realidade.

Ainda assim, no entanto, fica aquela dúvida no ar. E aí jaz uma das facetas da solidão. Você simplesmente não pode saber se leram ou não seu texto, quem leu, quando o leram, como o leram, se gostaram, se odiaram. Ou seja, fica sem saber nada. A única coisa que pode fazer é sentar, escrever outro texto e esperar que algo aconteça, mesmo que esse algo não seja nada.

Sendo assim, gostaria de agradecer a todos os que deixam seus comentários, a todos os que lêem mas não deixam comentários e a todos os que não lêem. Seja o que for que façam, muito obrigado.

E também gostaria de comunicar que a execução deste terém que estão lendo foi cancelada pelo bem de todos, mas sobretudo pelo do próprio brogue.





terça-feira, 30 de outubro de 2007

Un poco de todo

Bons Ares estava de férias. Ou melhor, Bons Ares estava com preguiça de estar de qualquer coisa. Isso, porém, não quer dizer que muitas coisas tenham acontecido nestes últimos tempos, umas boas, outras mais ou menos.

1. Semsorte está em terra rio-platenses fazendo-me uma visita. Diliça de semsorte! Passeamos, fomos comer em lugares estranhos (restaurante dinamarquês e chinês de verdade), curtindo a vida adoidado, como diria Trevis. Única notícia ruim é que ela volta amanhã para o Brasil e serão outros 40 ou 50 dias sem nos vermos. Essa história de distância é uma bosta! Por que é que não inventaram ainda um teletransportador?

2. Domingueira, depois de muito caminhar, fiz algo que fez minha adolescência vir à tona: andei de patins pelo Parque Tres de Febrero! Descoberta que foi. Muita gente andando de patins, uns aprendendo, outros nem tanto, e eu, completamente sem forma, achando que todos eram obstáculos a serem desviados aqui pelo Sr. Gosta-de-Velocidade. Zunga, lembrei muito de ti. Uma hora patinando já me deixou com dor nas pernas até hoje. Estou pensando em voltar lá neste domingo e em ¡ahorrar guita y comprarme un par de patines!

3. Camilonga de la Croix, também conhecido como El turistón, depois de outra estadia no Brasil, deu as caras novamente em BsAs. Quando será sua nova viagem do nada? Vai saber!

4. A tristeza de não ter leitores foi amenizada por comentários elogiosos de uma amiga do Camilo. Disse que leu todo o blog em algumas sentadas, que gostou muito de tudo e que manda elogios. Eu agradeço, imagino que ele também. É bom saber que alguém lê o que escrevemos. Fica, então, o convite para os que lerem este blog, se é que há, deixarem seus comentários.

5. Dona Ar-i-Ana andou se formando e foi oveada algumas vezes e jogada na piscina. Eu, obviamente, não lhe joguei nada. Não quero saber de rancores ou de desculpas para fazerem o mesmo comigo. Já me jogaram ovos na rua, um dia voltando de madrugada, e meu cabelo ficou fedendo por dias.

No mais, tudo firme e forte que nem prego na areia.



terça-feira, 18 de setembro de 2007

Palermização...

Aquele que conhece um pouco de Buenos Aires sabe que aqui existem uns tantos quantos Palermos: tão-só Palermo, Palermo Hollywood, Palermo Viejo, Palermo Soho e sei lá mais quantos Palermos. Bom, o fato é que nossos amigos portenhos, não satisfeitos em terem dois bairros truchados dos lá de cima, agora querem trocar o nome de Villa Crespo para Palermo Queens. Pode uma coisa dessa? Dizem as más línguas que está havendo uma grande comoção contra a mudança do nome. Os adeptos à não-mudança são, em geral, idosos tradicionalistas que moraram toda a vida em Villa Crespo.

Eu, da minha parte, como pouco me importo com isso e até gosto de atiçar, estou pensando em propor à câmara da cidade que troquem o nome de Caballito para Palermo Brooklyn, já que estão para construir aqui uma ponte móvel que ligará não se sabe onde a não se sabe quê. O princípio é mesmo só ter uma ponte. Vai saber. Independente, já que estão mudando os nomes dos bairros, Caballito, que é um bairro tradicional por excelência, bem que podia ter seu nome em homenagem ao bairro nova-iorquino. Eu com certeza votaria a favor se houvesse um pleito.


Sugerencia del troesma

Há dias estava sem ter o que sugerir. Pois hoje tenho: World Passport. Na verdade, foi minha semsorte que me recomendou esse site com músicas africanas da melhor qualidade. Melhor então, porque sugestão vinda por terceiros corrobora ainda mais a qualidade da sugerencia de este troesma que os habla.


Our freek world

Chinês morto por jogar na net.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Como não celebrar um aniversário em 10 passos

Primeiro: não avise ninguém que é seu aniversário.

Segundo: não faça festa e, óbvio, não fique triste com isso.

Terceiro: não espere presentes (oras bolas, se você não avisou ninguém, como podem te dar presente).

Quarto: saia para almoçar ou jantar no restaurante que você quiser; dê-se esse presente.

Quinto: compre um bom vinho e tome-o escutando jazz.

Sexto: evite pensar que você está ficando mais velho (isso pode te deprimir).

Sétimo: quando atender o telefone, não espere que seja para te darem os parabéns; a lo mejor querem te pedir alguma coisa.

Oitavo: assista Simpsons (sempre te fará bem).

Nono: se você tiver algum amigo como eu que faça aniversário em alguma data próxima do seu, vá a feste dele, coma e tome de graça e comemore consigo mesmo.

Décimo: durma pensando que no ano que vem tem mais!



terça-feira, 11 de setembro de 2007

5 casamentos e nenhum funeral

Este, de fato, foi o ano dos casórios. Começamos com Marmota Peluda e dona Tatinha frente ao Todo-Poderoso. Festerê, conversê e bucho cheio. Alguns meses depois, já seu Gros Caco e Guidalina juntaram suas tralhas oficialmente. Lua-de-mel aqui em Buenos Aires. Na seqüência, Pri e Márcio se casaram às pressas e também vieram passar aqui a lua-de-mel. Alguns poucos dias depois, O Príncipe e Lilian casaram num mó festerê, também vindo passar a lua-de-mel aqui. Por fim, Nena e Carola, na última quinta-feira, se casaram no civil, com festa de arromba na sexta (embora eu tenha ido embora às 4h, teve festa até às 9h).

Se formos pensar que dos 5 casais que casaram 3 vieram passar a lua-de-mel aqui, que 1 dos casais é daqui e que o presente do único casal que não veio para cá foi comprado aqui, chegamos à conclusão que Buenos Aires é sinônimo de casamento e de ajuntamento. Quem serão os próximos? Cuidado, senhoras e senhores, porque aqueles que pisarem em terras argentinas correm o sério risco de se casarem em seguida.


Sugerencia del troesma

Estou viciado em um escritor sueco fantástico. Seu nome é Henning Mankell. Quem quiser um bom policial, não hesite em ler Os cachorros de Riga ou A Leoa Branca.


Our freek world

Coisas de Camilo.



terça-feira, 4 de setembro de 2007

Aqueles que trabalham por um mundo melhor...

Há indivíduos neste mundo que vêm a passeio. Há outros que não vieram a passeio porque têm preguiça de bater perna. Outros, por fim, trabalham por todos os outros por um mundo melhor (também sinônimo de mais dindim no bolso!). Que eu conheço, da minha idade, são quatro:

1. Dueña Ariana Moroconga Loca - trabalha mais de 15 horas por dias, 6 dias por semana, como contadora, chefe, orçamenteira de mudanças, professora de português e assistente social;

2. Rubén Pooh García - trabalha em uma empresa de artefatos, canos e coisas do gênero para terceiros que mexem com petróleo; nas horas vagas, para variar, trabalha no seu locutorio tirando xerox, atendendo telefone e tudo o mais que envolve um locutorio;

3. Ana Carol Kachel - gerente sei lá do quê da Kraft; começa às 8h e vai até às 22h quase todos os dias; simplesmente louca;

4. Camilonga de la Croix - novo empresário da área, atuante em três países diferentes, também proprietário da Camilo Empreendimentos, que terá muito futuro nesta terra sem porteira.

Por que digo isso? Porque este último, além de todas as suas funções, ainda tem me brindado diariamente com pérolas incríveis deste mundo afora. Só isso já é merecedor de respeito. Sendo assim, deixo aqui minha homenagem a ele e aos outros três de cima e vos deixo com as pérolas no nosso Our freek world:

Perigo continua rondando o pobre Caballito. Já estava ficando de dar medo.

O supermercado português.

Cuidado onde você dorme! Eita Brasilzão velho!




segunda-feira, 3 de setembro de 2007

A maneira argentina de avançar

Tendo em vista que este simplório país já esteve muy bien, gracias, e hoje em dia está más o menos, papá, sou obrigado a discorrer um pouco na maneira deles de irem para a frente. Quando digo "ir para a frente", estou literalmente dizendo "ir para a frente", na direção que vão os seus pés. No entanto, parece que a direção dos pés destes sul-platenses não é das mais objetivas. Não que nosso querido reino tupiniquim seja um exemplo de nação que está progredindo, mas tenho a impressão, quando comparo a nossa situação com a dos hermanos, que nós vamos bem, pero ellos no tanto...

Precisando eu hoje pela manhã imprimir uns documentos e fotocopiá-los, saí eu em direção ao locutorio a que sempre vou para imprimir. Não que seja o mais barato, mas pelo menos, dos que há aqui perto de casa, é o único que não leva literalmente uma hora para imprimir 10 folhas. Eram 9h30 da manhã, um horário já bem tardio. Quando chego lá, fechado. Às 9h30 da manhã um estabelecimento fechado? Hum... ok. Voltei às 11h30 e continuava fechado. Pensei eu: pero qué coño están haciendo? Almoçando que não pode ser, porque aqui se almoça lá pelas 14h. Bom, decidi que voltaria depois do almoço.

Às 15h volto lá e está aberto. Sou atendido, tudo perfeito. Vou à fotocopiadora, onde devia tirar xerox dos documentos que tinha acabado de imprimir. O que encontro? Fotocopiadora aberta, mas com o funcionário de preguiça. Explico: cheguei e perguntei se o atendente tinha como tirar xerox daqueles papéis naquele momento, já que estava com um pouco de pressa. Sabem o que ele me respondeu: "Olha, até daria, mas não vai dar. Tenho que xerocar esses dois livros e estou meio ocupado". Ok, concordo que ele estava ocupado, mas o que ele precisaria fazer era tão-somente ir na máquina, pôr no automático e dizer quantas cópias queria. A fotocopiadora faria todo o resto sozinha. Obviamente eu lhe disse isso. O que ele me respondeu: "Disculpá, jefe, pero no llego a hacer todo a la vez." Pois vejam só vocês. Não estou querendo eu chamá-lo de incompentente, mas se um dia esse cidadão fosse tirar xerox no Brasil, acho que ia ficar com vergonha.

Concordemos que brasileiro é vadio, mas os argentinos estão se mostrando para mim ainda mais. Que eles não me escutem, por favor.

Our freek world

Fantástico. Camilo está cada vez melhor na busca de suas pérolas: O pedreiro e sua amante.



sábado, 1 de setembro de 2007

Nova cartografia criminal

Que há na esquina da Vallese com Hidalgo? A ver: um kiosco, um prédio, um sobrado e uma lavanderia.

Que há na esquina da Campichuelo com a Díaz Vélez? Uma igreja, o Parque Centenário à frente e um mercadinho chinês.

Que há no cruzamento da Av. Gaona com a Av. San Martín? Uma pracinha, nada mais.

Que há na esquina da Ambrosetti com Avellaneda? Um mercadinho, um açougue e uma locadora.

E que há na esquina da Vallese com Acoyte? Um supermercado, três prédios altos, uma farmácia e um locutorio.

Mas será mesmo só isso?

A princípio, não haveria porque haver mais que isso. Mas tem!

Há cerca de dois ou três meses, na rua Ambrosetti 400, quase esquina com Avellaneda, mataram um guarda sem mais nem menos.

Algumas semanas atrás, na Av. San Martín, 1274, mataram o casal de zeladores con un martillo o un hierro. Crime feroz, até hoje sem explicação, que assustou os moradores do bairro.

Se não me engano, no sábado passado, às 22h da noite, mataram um caixa chinês do mercadinho chinês que tem na esquina da Campichuelo (onde sempre passo para pegar o metrô Linha B) com Díaz Vélez.

Há cerca de 15 dias, quando João Arthur e Louise tinham recém-chegado, tentaram entrar no apartamento. Era um domingo às 2h. Até hoje não se sabe direito o que aconteceu. Existem muitas teorias e hipóteses...

Na quarta-feira, na esquina da Hidalgo com a Vallese, ocorreu um tiroteio às 15h da tarde. Estava eu em casa, exatamente na cozinha, fazendo um cafezinho para mim depois de ter almoçado. Estava tranqüilo e calmo, querendo relaxar tomando meu café e comendo um alfajor, o que sempre faço aqui después del almuerzo. Pus o pó na macchinetta napolitana, pus a água e acendi o fogão. Esperando que a água fervesse, fiquei olhando pela janela da cozinha. Quando, de repente, ouço o barulho de carros correndo, fazendo curvas, freiando e ouço uns pipocos! Um, dois, três, quatro... Depois do quarto perdi a conta... Devem ter sido uns 10 ou 12 ao todo. Não saberia precisar. No primeiro ou segundo, pensei que fosse um escapamento estourando, mas depois notei que eram tiros. Vi uns pintores que estão pintando uma fachada pulando para o teto do mesmo prédio, gente correndo na rua, outros entrando em qualquer lugar e outros se jogando no chão. Uns 10 segundos mais tarde, outro amontoado de ruídos de carros, arrancadas, freiadas e silêncio. Eu, neste ínterim todo, só olhando pela janela. Dois minutos depois, sirenes por todos os lados. Uma, duas, três ambulâncias ao total chegaram. Um minuto depois três carros de polícia e já uma multidão no local. Meu café ficando pronto e eu me dando conta de que não ia poder saber mais nada se não descesse, me sentei e fiquei esperando dar na TV alguma coisa. Não saiu nada.

Ontem, voltando para casa pela mesma Hidalgo, encontrei um dos funcionários aqui do prédio (um dos suspeitos, da minha parte, pela tentativa de invasão aqui de casa). Nos cumprimentamos e lhe perguntei que tinha havido ali mesmo na Hidalgo dois dias antes. Ele me explicou: estava vindo uma caminhonete, de propriedade de uma empresa de segurança que parece que tem aqui perto de casa, com dinheiro de não se sabe quê. A uns 10 minutos daqui, o motorista percebeu que estava sendo seguido. Via rádio, entrou em contato com seus colegas na empresa de segurança, avisou-os que estava sendo seguido e combinaram de preparar uma armadilha para os ladrões justamente na esquina da Hidalgo com a Vallese. Foi assim que, na Díaz Vélez com Hidalgo, a caminhonete deu um gás e veio voando até a esquina da Vallese, onde agora tem um semáforo. Furou o semáforo e parou na esquina. Nisso, vinha vindo o carro perseguidor. Quando este se acercou, começou o tiroteio. O pessoal da empresa de segurança tinha se colocado estrategicamente e abriu fogo. Foi um pipoco só, incluindo resposta dos ladrões. Fatos: um dos ladrões morreu no hospital, nenhum dos funcionários da empresa se machucou e o outro passageiro ladrão do carro perseguidor fugiu no carro de apoio de sua quadrilha. Detalhe: tudo isso quase na frente de uma escola, justamente na hora de saída de uma criançada. Bah!




Sugerencia del troesma

Ótimo ensaio no NYT.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Esqui

Continuando as reflexões (ou seriam refracções?) sobre traduzir, estava pensando eu agora a pouco nas ironias do destino, ou, no meu caso, nas ironias das traduções. Até ontem eu estava traduzindo um site de uma estação de esqui aqui da Argentina (não, senhores, por mais que neve em Caballito, ainda não temos uma estação de esqui aqui!) e comecei a pensar:

1. Como vou traduzir essas coisas para o português do Brasil se não tem neve lá e se não existe uma cultura, e por conseguinte um vocabulário consolidado, para os milhões de termos específicos que existe em inglês ou espanhol?

2. Mais particularmente, como é que se traduz algo sobre uma coisa que nunca se experienciou? Em outras palavras, como é que vou escrever sobre neve se nunca esquiei?

A resposta para a primeira pergunta é simples: improvisando, uai! Já para a segunda, é diferente. Não vou bem lhes dar uma resposta, mas sim mostrar em que estava pensando enquanto traduzia: como diria meu grande amigo João Arthur, de quem sempre lembro nestas horas, "Vai fazendo, fio, vai fazendo e não pensa muito!" Pois é isso. É assim que se escreve sobre esqui sem nunca ter esquiado na vida. A única exceção, que nem conto, foi quando tentei, sem nenhum sucesso, aprender snowboard com meu amigo Léo Chocolate em Molina, Catalunha.

O começo, quando tudo ainda era lindo e parecia fácil...


O primeiro de muitos tombos...


Não sou eu, mas demonstra bem como fiquei depois de cair: parecendo um pateta!


Sugerencia del troesma

Às vezes tão-somente não se tem o que sugerir...


Our freek world

Mesmo Camilo estando a full com seus milhões de empregos, ainda nos brinda com suas pérolas jornalísticas: Nicole Neumann.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Quanto vale uma palavra?

Difícil dizer quanto custa uma palavra, não? Para aqueles que estão precisando de uma palavra de carinho, a palavra certa poderia valer uma vida, um sorriso, uma decisão, uma escolha. Sendo menos piegas, para outros uma palavra, como um não, pode significar muitas coisas, geralmente ruins (dizem as más línguas que há males que vêm para bem; esperamos que assim seja!; so be it!). Para outros, uma palavra pode significar justamente aquilo que não se quis dizer, de forma que uma palavra pode custar muito caro.

E se fôssemos tentar dizer quanto, em tutu, vale uma palavra? Difícil, né? Difícil quantificar algo inquantificável. Mas eu consegui. Uai, simplesmente consegui. Não sei se vocês sabem ou não, dentre as algumas coisas que faço nesta minha vida está traduzir. Sendo assim, tenho que ter um preço pela página, que chamo lauda, traduzida. Conversando com meu amigo João Arthur, cheguei a um preço x. Uma lauda tem 1500. Se partirmos do pressuposto de que uma palavra, em geral, tem mais ou menos 5 letras, pode-se chegar ao valor exorbitante de $0,10 por palavra! Isso mesmo, caros senhores e senhoras, saibam vossas sapiências que uma palavra, para este ser que vos fala, vale aparentemente 10 centavinhos. Isso mesmo. E não pensem que é só 10 centavinhos. Por trás destes míseros 10 centavinhos há pesquisa, estudo, muitas idas e idas ao dicionário, consulta e tudo o mais que se possa fazer para descobrir a palavra exata para uma outra palavra. Agora, não nos esqueçamos também que para traduzir uma palavra é preciso que haja outra, em outro idioma, do outro lado do jogo. Sendo assim, se dissermos que uma palavra vale 10 centavinhos, não estamos dizendo a verdade inteira, já que temos que dividir esta mesma verdade por dois (são duas palavras). É, pois, desta forma, que chego ao valor, agora irrefutável, de $0,05 centavinhos por palavras. Que acham os senhores? Muito ou pouco? Só nesta pergunta já tem quase $0,15!


Sugerencia del troesma

Para quem nunca viu, saiba que minha semsorte recomendou e eu por conseguinte lhes recomendo: Ilhas das Flores.

parte 1


parte 2



Our freek world

Lolito?



sábado, 25 de agosto de 2007

Algo disso tem que sair, né?

Para não dizerem que sou um vadio inveterado (o que não posso negar que não seja, muito embora eu conheça vadios mais vadios que eu), hei-me aqui de novo. Me voilà! Pois bem. E para não andarem por aí dizendo que desse cinema que ando estudando não sai nada, hoje tenho o prazer de trazer a vocês a mais nova produção deste aqui que vos fala. Sim, é o curta que fizemos como trabalho final do semestre passado. Deu trabalho, passei duas noites seguidas sem dormir, com visita em casa e trabalhos a fazer... Mas agüentei e fiz a minha parte. Que fiz no curta? Bom, assistente de fotografia e de câmera. E, obviamente, carregar equipamento para lá e para cá. Se saiu bom? Hum... não sei. Não acho que mereça um Oscar pelo curta. Talvez eu mereça somente um "Vá estudar mais, moleque, que muitas cenas ficaram subexpostas!" O que não deixa de ser a mais pura verdade.

Sendo assim, deixo-vos com o curta, seu making off e uma rápida retrospectiva dos vídeos do ano passado.

7 minutos


7 minutos making off


Nueve Reinas


Bloopers Nueve Reinas


Inmigrante moderno


Le monologue de la statue


Maletín




Onde tudo começou

Sim, nós somos diferentes. Não comemoramos um ano de Buenos Aires (6 de julho), não comemoramos um ano de apê (28 de julho), não comemoramos um ano de estudos (para Camilo em julho e para mim agora em agosto), mas, de uma maneira até um pouco sórdida, comemoramos um ano de liberdade de Natascha Kampsuch. Para nós, mais que motivo de comemorar. Não só por ela, mas também por um ano de pérolas jornalísticas de nosso querido Camilonga, el trabajador del pueblo!

É por isso então que decidi fazer da pérola freek do dia a pauta de hoje. Deixo aqui com vocês duas reportagens sobre o seqüestro de nove anos da Natascha.

No mais, com aquela preguiça de mandar a preguiça embora, o blog acabou ficando um pouco às traças. Pobre coitado. Mas também é de se entender. Tinha mais o que fazer: eu, no meu caso, curtir a minha semsorte um pouco!

Se eu fosse um bom pecador, prometeria que ia começar a escrever de volta todos os dias, como se isso fosse me redimir do sétimo pecado capital. Mas, como todos sabem que uma vez cometendo um pecado capital não se tem volta, não vou ser eu aquele que vou me preocupar em não ir para o céu.

De qualquer forma, a vontade há de prevalecer. Ou então a força!

Saludos a todos.


Sugerencia del troesma

Ótimo curta. Vale a pena os minutos perdidos e a sujeição a vê-lo na péssima qualidade do VocêTubo.




Our freek world

Para você que fica aí teclando e procurando uma periguete, esperte-se: Internauta de Hong Kong.


terça-feira, 31 de julho de 2007

Toujours en deuil

Ainda de luto por Bergman e agora ainda mais por Antonioni.

RIP


segunda-feira, 30 de julho de 2007

En deuil

De luto oficial pela morte do diretor sueco Ingmar Bergman. Quem quiser ler uma retrospectiva da sua vida e obra, faça o favor de clicar aqui.

Sin demases
, despeço-me.





segunda-feira, 18 de junho de 2007

Paga-se bem por...

O filho do beiçudo, não contente com o resultado de todo o quilombo da infiltração, resolveu atacar novamente. Desta vez, fui eu a sua pobre vítima. Mui habilmente jogou sobre mim um vírus maligno e me deixou de cama por três dias, tendo sido o ápice sábado de noite e domingo de manhã. Febre, tremeliques, dor no corpo, dor de cabeça, tudo o que não se quer num feriado para o qual estava planejado fazer uma série de coisas. Mas tudo bem, porque a vontade de matar ao Pato-Perro é ainda maior e só isso já me dá mais forças para melhorar (o que praticamente já fiz) e empreender uma caçada mortal ao filho do beiçudo cabeludo. Sendo assim, comunico aos ouvintes que está aberta a temporada de caça ao Pato-Perro. Recompensa: estadia na minha casa por uma semana ou um jantar no El Reencuentro.


quinta-feira, 14 de junho de 2007

Pato-Perro ataca novamente

¡Hijo de una chingada madre! Quando acho que as forças do Pato-Perro estão arrefecendo e que ele já tinha cansado de tentar expulsar os brazucas de Caballito, descubro que não. Por mais que a niebla tenha cessado e nos deixado ver um pouco o céu e os prédios vizinhos, as artimanhas do fio do djanho continuam. E agora está nos atacou literalmente por baixo. Que vil de sua parte!

O fato é que nosso prezado vizinho de baixo está/va com infiltração no teto do seu banheiro, bem embaixo do onde estaria a nossa banheira. Por conta disso, esperava que nós, de muita boa vontade, arrumássemos o problema colocando pastina e além disso ainda pintássemos o seu teto. Foi aí que começou todo o enrosco. É ligar para imobiliária, é ligar para a administradora que cuida do condomínio, é falar com vizinho, outra vez com imobiliária, outra vez com administradora, e assim foi. Três dias de pepino atrás de pepino. Mas nada com que não pudéssemos lidar. Por mais que as forças obscuras de Pato-Perro sejam poderosas, nossa capacidade de hacer quilombo o echar desmadre é maior, de forma que conseguimos, parcialmente, resolver o problema e acho que não teremos mais até, tipo, quarta.

O que eu sei é que ainda vou fazer um foie gras com esse Pato-Perro do djanho!



terça-feira, 12 de junho de 2007

Conversa de pileta (ou deveria eu dizer de míope?)

- Campeão, é minha impressão ou essa mina que entrou na raia do lado da tua está de biquíni?, perguntou o cegueta que vos fala.
- É tua impressão não, man. Ela entrou sim de biquíni., respondeu Camilonga de la Croix.
- E pelo menos a mina é gata para estar de biquíni?
- Que nada, jaburu de teta, fio.
- Bah!


Sugerencia del troesma

Para quem gosta de cultura antiga, fica aí a dica: Rome Reborn. Agradeçam a Camilonga, que está fazendo o meu serviço enquanto estou de huelga.



Our freek world

Você sabe quem fala esse idioma?




sábado, 9 de junho de 2007

3ª Guerra Mundial (capítulo 1)

Pato-Perro e aliados avançam contra brazuquins de Poneyhood. Já é o terceiro dia de neblina sobre a cidade. Não sei como, mas eles têm conseguido manter esta névoa na esperança de nos fazer tropicar em algum obstáculo, cair, quebrar a bacia e assim conseguir nos deportar. Mas não! Porque o bugre aqui que vos fala tem andado muito atento pelas esquinas do bairro, sempre de olho em perseguidores e inimigos.

Para provar que não estou ficando louco e que as artimanhas de Pato-Perro e seus aliados realmente existes e são poderosas, lhes mostro, em fotos jornalísticas fatidicamente realísticas, a realidade desta guerra de trincheiras:





Em tempos de guerra, é importante ter um olho no peixe e outro no pato!



Sugerencia del troesma

EN HUELGA.



Our freek world

Coca e água tudo a ver. Agora, devolver, aí já é demais.




sexta-feira, 8 de junho de 2007

Fuckin' fog

Agora que sou um falastrão também no idioma maldito, me dou o direito de soltar umas nesta língua para mim tão insólita. Não que essas umas sejam muitas, mas já são algumas, o que é mais que nada! I’m fuckin’ happy, man!

Introdução feita, peço a todos que se sentem em suas cadeiras, que respirem fundo com o intuito de diminuírem as batidas de seus corações e se acalmarem, ou melhor, se prepararem para uma péssima notícia que vou lhes dar. Não é uma boa notícia, isso não é.

Lembram vocês do nosso amigo Pato-Perro, fatídico inimigo dos tupiniquins de Little Horse? Sim? Pois bem. E se lembram que esse meliante, sujeitinho sem caráter, baixo e vil, tinha se aliado com a gangue dos murciélagos, com a dupla dinâmica dos flanelinhas, com o movimento Anti-Torres de Caballito e ainda com a Nena? Lembram-se? Pois então, Pato-Perro, inimigo público número 1 deste descendente de bugre que vos fala (é, parece que tenho um bisavô que era um bugre legítimo; cuidado comigo então, porque os bugres eram uma das piores tribos de canibais da antiga Terra Brasilis), reuniu mais forças. Além de já ter tomado a rua, os ares e a esquina de casa, resolveu agora tomar toda a cidade com mais uma de suas artimanhas quaquaquaqüísticas. Usou de algum feitiço ou magia desconhecida e soltou em toda a cidade de Buen Ayre/Bons Ares/Bons Airs/Good Airs/Kalói Aéroi uma peste que tem assolado a cidade desde a madrugada de anteontem. Tal bruxaria, chamada tão-simplesmente por mim de fuckin’ fog tem atacado com severidade os brazuquins do já citado bairro de Poneyhood. Desde ontem que todos os vôos nacionais (impedindo-nos de pedir ajuda de fora) estão cancelados; as estradas foram postas em estado de alerta (uns tantos zé-ruelas conseguiram desrespeitar o alerta e deram de frente com alguns caminhões, o que gerou um senhor acidente na 19) e os entregadores de empanadas entraram em greve por acharem perigoso demais sair em uma noite como aquela. Fuckin’ Duck-Dog! Trancar o aeroporto nacional e cancelar todos os vôos, tudo bem. Fazer com que adoradores de Maradona se estropeiem, triste porém não me afeta. Agora, entregadores de empanadas em greve já é demais! É afronta demais. Praticamente uma declaração de guerra. E como tal, aceito e digo: vencê-lo-emos, caro, Pato-Perro! Prepare-se para uma derrota iminente e eminente. Isto posto, construir-se-ão trincheiras entre nossa calçada e a do Pato-Perro. Nós, aqui de cima, infernizaremos a vida dele até que nos peça trégua ou, em idioma mais humano, peça água.

A 3ª Guerra Mundial começa: Pato-Perro e suas tropas de morcegos x Tupiniquins de Poneyhood.


Sugerencia del troesma


EM GREVE.



Our freek world


A partir de hoje, não desestimulem os seus filhos a jogarem videogame; isso pode dar frutos: Moleque profissional dos games.




quarta-feira, 6 de junho de 2007

Alpiste

Para os atletas futuros campeões, aconselha-se uma alimentação saudável. Que comam direito, que continuem fazendo seus exercícios e que não tomem bombas. Minha semsorte, pensando no meu bem e no dela (???), apresentou-me ao mundo dos alpistes e diferentes comidas para passarinhos, que é como chamo esse gênero de comida. Em outras palavras, alpiste significa tudo o que diz respeito a: linhaça, aveia, uva passa, mel, banana amassada, estofadinho à la ração de cachorro, sucrilhos e afins. Sim, tudo isso que tem cara de alpiste eu chamo tão-simplesmente de alpiste.

Agora, ao pé da letra, alpiste é comida para passarinho, e de passarinho não tenho nada. Estou mais para peixe nos últimos dias. Sendo assim, deveria eu chamar minha dieta alimentar de ração de peixe. Mas não tenho vontade. Alpiste é mais bonito, mais engraçado e dá a idéia de que não há abundância. Se você diz a uma pessoa que ela come um passarinho, você quer dar a entender que ela come muito pouco, muito embora isso seja errado, porque passarinho come uma enormidade. Eis aí porque eu não chamo a minha dieta pelo nome que melhor lhe competiria. E eis aí também porque não digo que fui à forra comendo na sexta passada e sim que timocreonei. O nome pelo qual você chama as coisas que faz sempre dá um peso às coisas que faz. E como eu não quero peso nenhum na minha vida, alpiste é a palavra.



Sugerencia del troesma

Cuidado com as Shakiras que têm síndrome de Indiana Jones. Elas podem ser péssimas cantoras.



Our freek world

Guarde suas moedinhas, elas podem ser úteis: Conta paga em moedas.




sábado, 2 de junho de 2007

Grande pequeno país

A cidade de Buenos Aires e a Argentina por si só têm milhões de particularidades. Muitas delas já foram citadas aqui inúmeras vezes e creio que não é o caso agora de citá-las novamente. Não obstante, uma delas, de que meio me dei conta só ontem, ainda não foi citada.

Não sei se vocês sabem alguns números dos nossos vizinhos platinos. A Argentina possui um território de mais ou menos 2.792.000 km², enquanto o nosso território é de 8.515.000 km². Mais ou menos umas quatro vezes mais. A população argentina versa pelos 39 milhões (estimativa de 2006), ao passo que nós somos mais ou menos 188 milhões, também mais ou menos umas quatro vezes mais. No entanto, Buenos Aires e região metropolitana tem cerca de 12 milhões, enquanto a nossa maior cidade e sua respectiva região metropolitana (Complexo Metropolitano Paulista) tem seus 29 milhões de paulistas. Se pararmos uns minutinhos e fizermos umas contas, vamos chegar aos seguintes cálculos.

Argentina - 39.000.000
Buenos Aires - 12.000.000
Ou seja, mais ou menos 30% da população do país inteiro se encontra em um único conurbano (uma grande "cidade").

Brasil - 188.000.000
São Paulo - 29.000.000
Isto é, 15%.

Só este fato já nos diz muito, mas continuemos com o pequeno raciocínio. Enquanto no Brasil você tem pelos menos duas grandes cidades que se destacam, a saber, Rio e Sampa, na Argentina se tem uma mais destacável, a já conhecidíssima Buen Ayre. Além disso, o Brasil ainda tem uma diferença grande daqui. Enquanto existem três cidades que dividem as funções no Brasil (São Paulo capital econômica, Rio capital turística e Brasília capital política), na Argentina só tem uma. Há, é claro, outras cidades que são importantes, tais como Mendoza, La Plata, Mar del Plata, Córdoba, Rosario e Santa Fe, mas elas não têm a mesma importância que as suas equivalentes no Brasil (Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Recife).

Sendo assim, além de uma única cidade ser 30% de um país inteiro, ela é ainda a cidade mais importante em quase todos os aspectos. E qual é a sensação de morar em uma cidade que é praticamente um país inteiro, onde tudo acontece? Estranhíssimo. Quando se está no Brasil, em qualquer outra cidade que não São Paulo ou Rio, ouve-se falar das coisas que passam nestas duas cidades de uma maneira distante. É quase como se fosse outro país. Já, por outro lado, morando na cidade onde tudo acontece, tudo muda de figura. Tem-se a impressão de que tudo está acontecendo aqui e de que tudo o que pode acontecer vai ser aqui. Fora o fato de você encontrar volta e meia na rua pessoas importantes, da TV, do esporte, políticas. Quando é que você vai ter, morando em Curitiba, um artista de novela morando no prédio do lado? Pois aqui temos uma atriz de novela importante que mora do edifício vizinho. Estranho isso. Encontrá-la no Plaza Vea comprando mods é mais estranho ainda.

Este mesmo fenômeno acontece no Chile, e quem sabe até pior por ser o Chile ainda menor. Também é assim no Uruguai. Estar em um país que não é um continente por si só é muito estranho. E mais estranhas as coisas que acontecem em um pequeno país.



Sugerencia del troesma

Sem idéia para sugerir algo.



Our freek world

Tenha medo até de soltar pum de agora em diante: Google Maps.





Ó grande Timocreão, nós o louvamos...

Camilonga y yo fomos ontem a um massacre, chacina ou, se preferirem, orgia gastronômica. Timocreamos mesmo. Sem medo de sermos felizes. Ou, como diria minha mãe, comemos até o cu fazer bico.

Sim, sim, sim, Salabim. Os companheiros de trabalho do Camilo o convidaram para um asado e ele, mui gentilmente, convidou aquele que vos fala para acabar-se de tanto comer e tanto beber. O lugar não era dos mais próximos de casa. Diria até o contrário, que era meio longinho. Tivemos que pegar um ônibus, um trem, andar 11 estações e ainda caminhar umas dez quadras. Mas fomos firmes e fortes, com fé, que o churras prometia. Ainda mais sendo churrasco argentino, que prima sempre pela qualidade das carnes e pela técnica aprimorada dos churrasqueiros.

Nós podemos dizer que somos os melhores no futebol, que nossas mulheres são as mais lindas e mais tudo, que nossas praias são muito melhores, que nosso povo é o mais simpático, o mais festeiro e o mais receptivo. Tudo isto nós podemos dizer e não vamos estar errados (que nenhum argentino me ouça!). Agora, se há uma coisa na qual não podemos dizer que somos melhores é no preparo da carne e na sua qualidade. Nisso, eles são de lejos os melhores. E por isso lhes tiro o chapéu.

Sabendo disso e levando comigo o respeito pelas vacas argentinas, fui disposto a comer até explodir. E cumpri com a minha promessa, assim como meu querido companheiro de chacina Camilonga de la Cruz. Mas as carnes foram somente a metade da história, porque ainda havia os vinhos. Mal chegamos e já vi eles abrindo um Durton Cabernet-Sauvignon 2005. Hum...! Não entendo muito de vinho, mas vendo senhores argentinos (por conseguinte apreciadores de bons vinhos) abrindo uma garrafa e dizendo que tínhamos que provar esse vinho, não pensei duas vezes: taça na mão e vinho para a pança!

E foi assim, carne e vinho argentinos da melhor qualidade sem parar, por 5 horas depois que termos chegado. Resultado: comilança para mais de metro (como diriam os catarinas como eu) à la Timocreão. E é aí que fechamos o círculo, com nosso Timocreão. O pequeno resumo da sua vida que retirei de um livro e um excerto de suas poesias já devem dizer quem ele era sem necessidade de mais palavras. Além de dar a idéia de como estou me sentindo hoje:

Lyriques grecs - Timocréon de Rhodes

Timocréon a vécu au début du Ve s. av. J.-C. Auteur comique (il ne reste rien de son théâtre), adversaire du poète Simonide et surtout de Thémistocle, contre lesquels il a écrit des vers féroces. Connu comme athlète (pentathlon), comme sympathisant des Mèdes, il avait aussi une sérieuse réputation de gloutonnerie, comme en témoigne l'épitaphe que lui avait composée Simonide:

Grand buveur, grand mangeur et grand diffamateur
de mes semblabes, je gis ici, moi Timocréon de Rhodes


Sugerencia del troesma

Meu querido amigo Gilberto Preá tocando Koyunbaba:



Our freek world

Aparentemente Camilonga resolveu tomar vergonha na cara e continuar com sua busca interminável de freekices: Mais uma de japonês. Estou começando a chegar à conclusão que este povo miúdo de olhos puxados deveria ganhar o prêmio de mais freeks do mundo. Será que tem algo na água que eles bebem que os deixam assim?




quinta-feira, 31 de maio de 2007

O esquecimento total na Sibéria do Sul

Tem feito frio aqui. Não há como negar. Tem dia que faz 9, como hoje, tem outros que faz 5, outros 3, outros 2 e uns que tem chegado a 0 ou -1. Fresco, em resumo. E por estar fazendo semelhante clima, em que é que se cai? Em comer mais, em sair de casa menos e em vestir-se com mais roupas.

A primeira das conseqüências de estar fazendo frio (comer mais) faz com que o pánceps cresça um pouco. Natural e esperado. A segunda faz com que você comece a amar mais do que nunca a sua caminha, as suas cobertas e a todas as suas meias (tenho uma bem grossa que é a minha segunda paixão). A terceira, por fim, faz com que você tire as roupas velhas de inverno do armário, ponha-as para tomar um sol e arejar e as vista com todo o afã. Além disso, faz com que um outro fenômeno, assaz estranho, bizarro e, se quiserem, freek venha à tona: o completo esquecimento das partes do seu corpo. Tem feito frio há tanto tempo que, por exemplo, por estar usando meias e mais meias direto, já não lembro mais do meu pé. Tenho ainda, é claro, uma imagem vaga dele guardada em algum lugar da minha mente, sinto-o às vezes (nas poucas vezes que saio e nas quais invariavelmente fico com frio nele(s)), mas é quase como se ele já fosse uma parte alheia a mim. Bizarro. A mesma coisa acontece com os joelhos e bunda. Não há Cristo que me faça ficar mais de 30 segundos nu depois de sair do banho. Me enxugo e roupa o mais rápido possível. Caso contrário, possível congelamento.

Agora, enquanto os pés padecem deste fenômeno do esquecimento total, as mãos sofrem de não-mais-sensação-de-tato! Enfermidad peligrosísima. Remédio? Luvas, se elas não me incomodassem a tal ponto que prefiro passar frio que usá-las. Sendo assim, o fenômeno do esquecimento total acaba ocorrendo também com as mãos, já que já esqueci o que é senti-las quentinhas e a gusto.



Sugerencia del troesma

No inverno, compre luvas e meias de lã de lhama! Caso tenha alergia ou sinta-se incomodado com semelhante tecido, ¡jodete!, que já não tem mais jeito.



Our freek world

Parece que as reclamações públicas deste que vos fala fizeram com que o piqueteiro-mor movesse a sua bunda e nos brindasse com mais uma de suas pérolas: Tesouro encontrado. Sobre isso, digo: achado não é roubado, quem perdeu é retardado!




segunda-feira, 28 de maio de 2007

Para baixo e avante!

Qual é a sensação de estar constantemente perdendo de ver coisas interessantes por estar sempre preocupado com outras coisas? Caros leitores, não precisam se preocupar, esta era uma pergunta retórica que eu mesmo vou responder. Pois a sensação é a seguinte: uma grande merda! E não no sentido literário eufemístico ou o caralho a quatro. Não, é merda mesmo! Das fedidas e grandes, similares a um bom profiterólis. Tem gente que diz (minha semsorte) que fedor é sinônimo de vida. Bom, eu acho que fedor é sinônimo de merda e ponto final.

Caminhar em Buenos Aires é isto. Você constantemente está andando e olhando para baixo com medo de pisar naquelas imensas e brutais mierdas que nossos amigos perros deixam por aí! Amigos o caralho! Mr. Bones é meu amigo, o resto dos cachorros que se estropeiem. Se você acha que estou exagerando, estou não. É a mais pura verdade. Não passo um mês sem voltar um ou dois dias com a sola do tênis com aquele cheirinho bem característico. Duvidam? Não é tanto assim? Pois fiquem com os depoimentos que colhi em uma enquete que fiz ontem:

Pedro, um amigo brasileiro: "Porra, cara, não dá mesmo. Só tem merda de cachorro nessas ruas. Tu não pode caminhar em paz. Me sinto num puto canil!"

Facundo, parceiro argentino: "¡La puta madre! ¡No me lo digas! Es increíble lo cuanto esos perros pueden cagar. ¡Él que los llevan a pasear se las debería recoger a las mierdas!"

Pablo, companheiro colombiano: "¡Sopas! ¿Usted qué cree? ¡Yo odio a esas mierdas! Unos hijoeputas esos manes. ¡Toda una gallada!"

Jean-Paul, conhecido francês: "Oulalalala la vache! Putain, c'est incroyable ça. Y a pas mal de chiens qui chient là. Ça me fait chier, quoi!"

Paul, conhecido americano: "Tell me about! Disgusting, man. Fuckin' dogs and their owners!"

Chupa-cabras! Tudo a mais pura verdade. Não tiro nem ponho. Sabe quê? Aquela Protocomuna de Caballito devia lutar por ruas não mais amerdaiadas, e não pela não-construção das torres! Mas é claro que não vão fazer isso: tudo aqui é copiado da França, e em Paris é exatamente assim, até pior. Só que tem detalhe básico nisto tudo: lá a merda dos chiens tem cheiro de perfume!



Sugerencia del troesma

Em greve por estar com muita preguiça e frio nos dedos!


Our freek world

Camilonga continua em greve ou férias. Chamem como quiser.





Domingão em Buenos Aires

Se eu estivesse no Brasil, certeza que em algum momento do meu domingo me depararia com o inesquecível e execrável Faustão e quem sabe com o Fantástico e o Show do Tédio. Como não estou, tive que pensar em algumas opções para ter o que fazer.

Já vinha estando em casa, recluso, tranqüilinho no meu canto e fugindo do frio desde a quinta-feira de noite. Pensei então: "Bah, seria interessante ver se ainda existe mundo lá fora, não é?" Até fiquei na dúvida se as coisas ainda estariam lá. Resolvi, pois, encarar o frio e sair. Programa? Ir no MALBA (Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires), ver a exposição do David Lachapelle e aproveitar o ensejo e ver um documentário sobre um livro do Cortázar. Ótimo então. Roupa posta, blusa posta, meias postas, cachecol no pescoço e cara na rua! ¡Estaba fresquito, fresquito, che! Cheguei no MALBA surpreendido: o museu é muito mais bonito do que eu estava esperando. Realmente fiquei de cara. E por dentro ainda mais bonito. Além de limpo, organizado, amplo. Um típico bom museu francês. Quem diria que encontraria um assim aqui?

Como já mencionei, tinha ido com a idéia principal de ver a exposição do David Lachepelle, mas acabei me deparando com uma outra exposição do Alfredo Volpi também muito boa. Tinha ainda outra de arte abstrata muito legal! Me senti uma criança no meio daqueles trens bizarros.

Fui então na do Volpi (não sabia muitas coisas dele; achei o cara interessantíssimo), fui na de arte abstrata e só então que fui no Lachapelle. Claro que estava me resguardando o melhor. Quando entro, já de cara dou com uma foto da gostosíssima Angelina Jolie, ainda com a tatuagem com o nome do Billy Bob Thornton no braço, e sua bocarra.


Em seguida, o prazer de ver Naomi Campbell nua em uma foto do Lachapelle.



As fotos seguintes todas fantásticas (elas sim são fantásticas, não o Fantástico). Por fim, já no final da exposição, montaram uma pequena sala que exibia os videoclips que ele fez.

Já quase na hora do cinema, fui eu para o auditório do MALBA. Impressionante! Um museu que merece respeito. O filme propriamente dito não merece nem alusão. Já o livro, para quem não sabe, se chama Los autonautas de la cosmopista. Trata-se de um livro-experiência de Cortázar e Dunlop, sua mulher, que consiste em fazer Paris-Marselha de carro e parando em todas as paradas de repouso que haja no caminho. Cortázar e Dunlop planejaram a viagem para 33 dias, sendo que à medida que avançavam também iam escrevendo um livro contando suas experiências. O livro vale a pena, já o filme... Só se for mesmo por curiosidade, como no meu caso.

Pois é assim, uns vêem Faustão e enchem o cu de cachaça e carne no domingo, eu fui no MALBA. Recomendo. Pelo menos não estou cultivando o pánceps.



Sugerencia del troesma

Nada mais nada menos que o próprio MALBA. Se um dia vierem a Buenos Aires e gostarem de museus pequenos que não te cansam pelo excesso de obras, tipo o Louvre, este vai encantá-los.


Our freek world

Japonesa vive com bala na cabeça. Ela devia ter uma puta dor de cabeça da porra!




domingo, 27 de maio de 2007

Caballitocentrismo

Toda cidade tem dois ou três bairros que são meio que o seu símbolo. Nova York tem seu Brooklyn e Manhatan. Paris possui o Marais, Quartier Latin, Montmartre. Londres tem seu Soho, West End e Notting Hill. Rio tem Ipanema e Copacabana. São Paulo tem Jardins, Vila Madalena, Freguesia do Ó. Até Curitiba tem seu bairro famoso: Batel. E Buenos Aires? Bom, BsAs possui sim alguns bairros que compõem o seu cartão-postal: Recoleta, Palermo e Belgrano. Diria eu.

No entanto, desconfiando que há uma falha seríssima nesta assertação, quero sugerir que há um outro bairo que deveria entrar nesta lista e vou provar por que acho isso. O bairro, como muitos de vocês já devem ter descoberto (até um macaco treinado com a pança cheia de banana poderia descobrir isso), é nem mais nem menos que o meu velho Caballito. Bairrinho pitoresco, de classe média, com regiões empestadas de prédios e outras quase unicamente residenciais, cheio de velhinhos resmungões andando pela rua, com merdas de cachorros em tudo quanto é calçada (é chic, é imitação de Paris!), com jovens andando pela rua de madrugada sem preocupação (aqui de fato não é perigoso). Sim, essa é a boa e velha Caballito. Mas o bairro de Little Horse não se resume só a velhos e cocôs. De maneira nenhuma. Há muito mais coisas aqui do que as vãs filosofias podem acreditar. Tem guerra de gangues de alunos, tem tiroteio, tem assassinato de polícia em plena luz do dia, tem incêndio, tem assassinato de mulher e dois filhos seguido do suicídio do pai, tem pato-perro, tem os murciélagos...Toda a gama de crimes está disponível aqui no bairro. Mas não acaba por aí não. Ainda existem os movimentos contra as Torres de Caballito, que, para surpresa minha, parecem ser muito mais organizados do que eu imaginava. Não que eu achasse que eles fossem só um bando de pés-de-chinelo velhotas sem ter o que fazer, porque geralmente o são, mas não esperava isso que encontrei hoje. O bando, ou devo dizer cardume?, tem site na internet, promove encontros semanais e ainda dispõe de uns vídeos no VocêTubo com o intuito de tocar nos nossos coraçõezinhos sobre as mazelas do bairro. O meu não tocaram, já que moro no alto (vocês vão entender isso quando verem os vídeos) mas quem sabe o de vocês... E é nisto que jaz o meu argumento comprobatório de que este bairro deveria entrar na lista dos bairros-símbolos de BsAs. Sendo assim, por admiração e por serem um argumento para que bairro onde moro atualmente entre na lista dos símbolos, bato o martelo neste julgamento e mostro as provas que tenho:

1. Blog do cardume, com fotinhos de todos eles sorridentes:

Protocomuna Caballito

Detalhe: algumas das fotos são aqui do lado de casa.

2. Eles no VocêTubo:

Prensacaballito

3. Alguns vídeos deles no melhor estilo reporteiro das 18h na Record!:














Sugerencia del troesma

Um buscador amigo, que reúne todos os outros: Sputtr.



Our freek world

Até poderia ser coisa de japonês, mas não é: Competição de salto.









sexta-feira, 25 de maio de 2007

Totismos

Que porra é um totismo?, deve estar se perguntando você. Pois acalme-se, amável leitor, que lhe direi tudo o que você quer saber. Totismo é uma palavra que inventei eu e é usada para designar as expressões usadas por Toto. E quem, pel'amor de Jesus na cruz, é Toto? Toto, também conhecido como Toto-Bola ou Tommy, é um companheiro de faculdade que tem os mesmos hábitos que eu: usar expressões bizarríssimas, que quase ninguém conhece e poucas pessoas usam, para falar das coisas; adora gírias; e vive criando novas palavras para tudo. Sim, Toto faz isso, e eu também, e por isso somos legais! O único problema dos totismos é que, na maioria das vezes, só são entendidos por dois ou três negos, assim como os magoosismos. Pensando melhor, por dois ou dois e meio, já que conto só como um ao entendê-los. Alguns são até hoje incompreensíveis para mim. Outros já domino. Quase nenhum uso, porque nunca me vêem à mente. ¡Qué lástima! Bom, os poucos totismos que sei até agora são:

tirar a alguien
- levar alguém até algum lugar
clavar
- estacionar
pucho
- cigarro
tranca
- tranqüilo.
pagar los premio
s - cobrar uma dívida de alguém
colgar las zapatillas
- aposentar-se
mac
- carro
poronga
- caralho (não no sentido fálico, diga-se de passagem)
chocho
- vagina

E alguns magoosismos:


cornélio procópio - nossa!

barbina do oeste - nossa!

jesusmariajosé - nossa!

perseguida - vagina

respectiva - namorada

cidadão - alguém

porpeta - nossa!


E, em colombiano, a melhor das expressões para "nossa!":
¡Sopas!



Sugerencia del troesma


Já ouviram falar de Hildegard von Bingen? Pois se gostam de música antiga Hildegarda (isso mesmo, ela é uma compositora mulher!) vaut le coup d'oeil!




Our freek world


Camilonga continua naquela preguiça que nem mais Deus sabe de onde sai, de forma que estou tendo que desatualizá-los com notícias freeks do passado mais longínquo. Agora, se freek é tudo igual, de alguma maneira as freekices devem perdurar no tempo: Um totó de baleia.



Obs.: Como odeio editar os textos nesta merda de Blogger!





Pipes & Fittings

Traduzir é um treco estranho, ainda mais quando é em uma língua que você não domina quase nada e sobre um assunto completamente desconhecido e técnico. À primeira vista, traduzir pode parecer algo bem simples, até simples demais:

O livro está em cima da mesa.
El libro está sobre la mesa.
Le livre est sur la table.
The book is on the table.

Aparentemente, se tomarmos em conta o exemplo acima, traduzir não passa de uma brincadeira de criança. Quase como um jogo de substituição de palavras. Troco "livro" por "libro", por "livre" ou por "book" e tudo está em casa, como manda o figurino. Depois, troco "mesa" por seus sinônimos, mudo os artigos e abraço! Uma simples tradução pode, porém, se complicar com pouquíssima coisa:

Eu me chamo Magoo.
Mi llamo Magoo.
Je m'appelle Magoo.
I call myself Magoo.

Nos três casos de tradução acima, as três frases estão perfeitamente corretas, de acordo com as normas padrões das três línguas, e até se pode dizer que uma pode ser a tradução da outra. No entanto, querer dizer que são boas traduções, aí já é forçar a amizade com o pobre leitor. Para se traduzir, além de levar em conta o velho jogo de substituição das palavras, ainda é preciso pensar na normalidade e recorrência da frase. Em outras palavras, o bom e velho: "Por mais que esteja certa, como é que eu diria isso na minha língua?" Resposta:

Eu me chamo Magoo.
Mi nombre es Magoo.
Je m'appelle Magoo.
My name is Magoo.

Como se pôde ver, muda um pouco, apesar de não ser muito. É então nestas horas que aquele cidadão que fica tirando tatu do nariz lá no fundo da sala diz: "Pô, mas não mudou nada, caralho! As duas versões dizem a mesma coisa". De fato as duas versões têm o mesmo conteúdo, mas não o mesmo valor, o que quer dizer que não dizem as mesmas coisas. Por exemplo: se eu traduzir Eu me chamo Magoo por I call myself Magoo, a pessoa que for ler isso vai entender que o meu nome, ou melhor, apelido, é Magoo, mas vai pensar, logo em seguida, de onde é que eu saí. Quem sabe do nordeste da Nova Zelândia? Quem em sua sã consciência iria dizer uma frase dessas em inglês se não fosse por zoação?

Tendo isto em visto, vamos para a próxima complicação: as palavras que em tese têm tradução exata mas que no fundo não são a mesma coisa. Explico-me: pipe, em inglês, significa, a princípio, "tubo" ou "cano", assim como fitting seria ou "união" ou "conector". E não são estes pares de palavras sinônimos? Segundo os dois maiores pais-dos-burros, sim; na prática, por outro lado, isso já não é uma verdade. "Tubo" é mais para residências e "cano" mais para indústrias, da mesma forma que "união" é mais para casas e "conector" mais para fábricas. E como é que fiquei sabendo disso? Boa pergunta. Perguntei a um amigo da área, que mexe com essas coisas, e ele me explicou que embora sejam sinônimos, uma palavra é mais usada para um caso e a outra, para outro. ¡La re puta que los parió!

Muito bem, Flipper!, devem ter dito vocês, Mas não passam de duas palavras! Bom, imaginem então uma longa série de palavras para os quais tive que descobrir o equivalente na prática:

nozzle - bocal
thread - rosca
piping - tubulação
socket - união
elbow - joelho
bend - curva
tee - tê
red - de redução
cross - cruzeta
niple - nípel
bush - bucha
crossover - curva de transposição
plug - cap
tank adapter - adaptador com flanges livres
flange - flange
seat valve - registro

¡Qué desmadre! ¡Qué quilombo! ¡Qué lío! E será que estou certo nestas traduções? Só vou saber quando alguém comprar um produto pensando que era outro. E é assim que vão sendo feita as traduções!



Sugerencia del troesma

Como tudo neste mundo uma hora é copiado, aqui fica a versão do MSN para o VocêTubo: Soapbox.



Our freek world

Mais uma pérola de Camilonga, que um dia destes, faz tempo já, teve um ataque de freekice e ajuntou milhões de pérolas: Alemão fica escorrega e fica grudado...