quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Pequena lista de coisas raras acontecendo em terras hermanas

1. Ruas vazias. Nenhuma alma-penada na rua (especialmente no dia 25).

2. Ônibus vazios. Dá até para sentar. No dia 25, não tinha quase ninguém pegando ônibus. Quem conhece a realidade colectivera de BsAs sabe que isso é algo bem estranho.

3. Casa que nem um brinco. Nossa casa sempre está limpa, mas que nem brinco é coisa da minha mãe.

4. Geladeira abarrotada. Ela sempre tem alguma coisa, mas não assim. O que os seus pais não fazem por você...

5. 25ºC durante dezembro. Estranho, muito estranho. De noite dá até para se cobrir.

6. Cidade menos barulhenta. Em alguns momentos até pareceu uma cidade do interior. Isso sim é bizarro.

7. As ruas, árvores e casas não são tão decoradas como no Brasil. Nem pareceu Natal.

8. Minha mãe não inventou de pôr nenhum enfeitezinho na minha casa. E nem precisei conversar com ela. É, a distância muda as pessoas. Quem conhece a minha mãe e a minha casa em época de festas sabe que isso é algo para se comemorar.

9. Arroz, feijão, salada de tomate e cebola, batatinha frita, bife todo os dias. Nada de milanezas, napolitanas, supremas!

10. Telefone quieto, sem nenhuma atendente ou pesquisadora de marcas de óleo ligando e enchendo as paciências. Motivo de festa. Sim, Camilo, isso é uma indireto para o senhor.



Sugerencia del troesma

Pergunta: que tem a ver o famosíssimo diretor hollywoodiano Brian de Palma (Vestida para matar, Carrie, Scarface, Os intocáveis, A fogueira das vaidades, Carlito´s Way, Missão Impossível, Mulher fatal e Missão a Martes) com o zé-ruela do Bruce Springsteen? Que aquele já dirigiu um clipe deste! Pode isso? Detalhe: preste atenção em quem vai subir no palco no final do clipe e vai dançar com o nosso querido Bruce. Um bombom para quem acertar quem é! Todo mundo tem que começar de algum lugar, né?


terça-feira, 26 de dezembro de 2006

O colecionador de colectivos


É, o inesperado também pode acontecer. De várias maneiras diferentes, diga-se de passagem. Quem diria que meu caríssimo pai, El Bigodón, iria um dia dar o ar de sua graça dentro de um ônibus? Pior, quem imaginaria que não seria um ônibus simples, mas uma série deles, incluindo o bom e velho 42, el colectivo de la muerte? Pois bem, ele já está virando assíduo desse transporte outrora tão desconhecido por sua pessoa. Além do 42, somam-se à lista o 152, o 132, o 92 e o 25. Além, é claro, dos metrôs da Linea A e da C.


Tais comentários podem não significar nada para o leitor mais despreparado, mas com certeza significarão muito para o leitor já interado de toda a situação. O caso é o seguinte: meu velho pai nunca na sua vida havia entrado dentro de um ônibus de transporte urbano, nem dentro de um metrô. E olha que ele já tem lá seus 53 anos. Já tinha viajado de ônibus de viagem, mas nunca tinha pegado um ligeirinho, um sanfonão, interbairros ou qualquer coisa do gênero. Quem o conhece sabe que isso, por mais bizarro que seja, é a coisa mais normal do mundo para ele. Ele adora dirigir e não desgruda do carro. Certo ele. Se eu tivesse carro também não desgrudaria.


O segundo fato inesperado é que não só pegou o 42, como o pegou vazio. Alguém pode acreditar nisso? Também sei que isso não diz muito para uma pessoa que não saiba o que é o 42, por onde ele passa ou como ele é. Camilo sei que vai me entender. Nena também, por mais que este(a) não leia esse blog. De qualquer forma, ele pegou o 42 e estava vazio. Inédito! Acho que se eu jogasse na Mega-Sena hoje só com cinco números, mesmo assim ganharia o prêmio principal sozinho.




Sugerencia del troesma


A sugestão do cabroco índio véio que vos fala é um vídeo que fiz de regalito de navidad ao meu amigo Jorge "mexicano comedor de pimenta" Morales. Que ele não me escute. As imagens do vídeo foram feitas por mim, com minha camerazinha de fotos, e editado também por mim.






Além do além do mais, felizes essas coisas que se dizem nesta época. blábláblá... Não me levem a mal os mais ortodoxos.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Breve histórico de uma longa espera

23h01 entré al 86
00h12 cheguei
00h54 tô na fila
1h10 mmm... foda
1h29 três horas de atraso
6h53 tô saindo agora, without notion

Detalhe: o Camilo deveria ter embarcado às 3h.



Sugerencia del troesma

Como diria meu grande amigo Bob Bombom, viemos ao mundo a passeio. Sendo assim, vamos nos divertir. Aqui segue o link para um blog engraçadíssimo. Por dois motivos: 1. é escrito em português de Portugal, o que já é mais que motivo para ser engraçado; 2. a narrativa, a maneira de construir as idéias e as anedotas são impagáveis. Para quem não conhece, o blog se chama O Meu Pipi, de autor anônimo. Tamanho foi o sucesso em Portugal que o publicaram. Mario Prata, jornalista de O Globo, traduziu-o ao português do Brasil e o publicou em terras tupiniquins.





Link para O Meu Pipi

Obs.: Aqueles que têm problemas no coração ou que são altamente impressionáveis por literatura dita de baixo escalão, aconselho a nem flertar com o link. Podem se dar mal.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

O calcanhar de Aquiles

Se levarmos em conta que em cada ano temos dois semestres e que em três anos teremos seis semestres, podemos dizer, com uma conta mental muito simples, que um semestre é equivalente a um sexto de um triênio. Sendo assim, eu, que recém terminei o meu primeiro semestre de Cinema, posso dizer que dei cabo ao primeiro sexto do meu objetivo dos próximos três anos. Muito bom. Parabenizo-me a mim mesmo.

Agora, pode-se pensar que encarar a coisa toda desse jeito é estruturar-se demais. Eu vejo a questão pelo ponto de vista oposto. Tendo uma boa idéia de para quê vim e para onde quero ir, pensar em sextos, quintos e terços é bem prático. Fora que faz a minha cabeçola aqui tão humanóide pensar um pouco em exatitudes. Aliás, isso meio que fez falta hoje. Explico-me: hoje tinha que fazer uma prova oral de Iluminação e Câmera. Só isso já é de assustar para alguém que nunca foi de saber a ordem exata dos diafragmas (1, 1.4, 2, 2.8, 4, 5.6, 8, 11, 16, 22, 32, 45), a correlação das cores (as primárias em cinema, ao contrário de pintura, são o vermelho, o verde e o azul; a soma dos três é o branco; a ausência dos três é o preto; se você juntar duas cores primárias você obtém uma secundária, que são o amarelo, o ciano e o magenta; e por aí vai...), a temperatura das cores e das "coisas" (sol ao meio-dia tem 5500K, uma vela tem entre 1700 e 2000K, dependendo da sua intensidade, uma lâmpada de tungstênio alógena tem 3200K), a transferência do sinal de vídeo (sua TV, meu caro leitor, se for PALM, tem 625 linhas que funcionam do alto para baixo, da esquerda para a direita, dos números ímpares para os pares, tendo uma frequência de quadro de 50Hz; NTSC é 60Hz), etc. Mas tudo bem, que estamos aqui para isso mesmo, para estudar. De forma que estudei, e bastante, e mesmo assim apanhei das leis da física, química e o car... a 4. Mas passei, com uma nota, no meu ponto de vista, não muito satisfatória, mas passei, sobretudo para quem estava indo tão bem quanto eu estava indo. Mas é assim mesmo, cada um tem sua fraqueza: Aquiles, o seu calcanhar; Popeye, a Olívia Palito; Super-homem, a criptonita; Barcelona, o Inter... eu, Iluminação e Câmera. Como diriam, então, os argentinos, ¡Remá, boludo, tenés que remar!



A partir de hoje, caros senhores, se Deus e Alá quiserem e a preguiça não bater mais forte na hora de postar, haverá em cada post um pequeno adendo sobre alguma coisa, um bônus desse mero mortal que vos fala. Vamos então ao que viemos:

Sugerencia del troesma

Fato: o VocêTuba é o grande amigo daqueles que não têm televisão. Isto posto, a dita pessoa que vos fala estava disfrutando de algumas imagens que se formam por uma série de pontos que se subdividem em RGB e que viajam à velocidade de 300.000 km/s (puta falta que ela faz, meu p... de óculos) quando se deparou com o seguinte vídeo: um presente de recordação do governo da cidade de Buenos Aires ao Príncipe de Gales quando da sua visita à capital argentina em 1925. Ignorem a trilha sonora, que é horrível. Valem as imagens...





terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Pileta libre


O mundialmente conhecido Litte Horse, Petit Cheval, Micrós Hippós, Piccolo Cavallo, Мало Прогулки, Kleines Pferd, لا الحصا, denominado por estas terras rio-platenses tão-somente como Caballito, arrefeceu frente às forças ocultas e intempéries da natureza nesse fim de semana passado. Em outras palavras, não agüentou o tranco e pediu água. Sim, senhores e senhoras, cavalheiros e senhoritas, a questão aqui é água. Nesse último sábado, fatídico sábado, a porca torceu o rabo, o burrinho foi para a sombra... Depois de dias fazendo um calor do cão (se é que cão agüenta isso aqui), São Pedro, que andava meio vadio, resolveu trabalhar aquilo tudo que não tinha trabalhado no mês. Só nas duas primeiras horas de pé-d'água aqui foi o equivalente a todo o mês de dezembro. Detalhe: não choveu durante só duas horas; choveu durante mais de doze... Bilan: inundação na pobrezinha da cozinha dos brasileiros do vigésimo andar. Entrava água a torto e a direito. Pela janela, pelos buraquinhos de sei lá o quê, pelo vão, pelas frestas, por tudo. Não fosse só a chuva, ainda tinha um vento de uns 60km/h que contribuía para que houvesse um chuveirinho de água entrando pela ventanilla. Melhor para o Camilo, que nesse dia não precisou ir à piscina do bairro nadar. Patrão é patrão. Só nós mesmos com tamanho privilégio: piscina dentro de casa. Para poucos, caríssimos.


E nessa casa tem goteira
Pinga ni min

E nessa casa tem goteira
Pinga ni min

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Plaza Vea

O supermercado não é lá aquelas coisas. A verdura nem sempre está fresca, nem sempre está verde quando deveria estar verde, ou vermelha quando deveria estar vermelha. Às vezes não tem o produto que você quer (um simplório amendoinzinho para tomar com aquela cervejinha no final do dia ou para pôr nas tantas salades mêlangées que o Agente da Limpeza que aqui vos fala tanto gosta de fazer). E se tem, está vencido! Em outros momentos, simplesmente os produtos não estão onde deveriam estar: não raro você pode encontrar o sal no meio dos cotonetes ou os alfajores com os macarrões. As filas para pagar são sempre quilométricas, sobretudo na hora do almoço e nos fins de semana (fazer compras nas quartas-feiras às 16h é sempre a melhor opção)...

Agora, no entanto, não se pode dizer que só haja coisas ruins a dizer do queridíssimo Plaza Vea, el mercado que está siempre con vos. Não, existem sim coisas boas. Uma é que você pode pagar as suas contas todas no caixa. Obviamente que tem que passar pelas filas quilométricas, mas essa questão de distância pode ser algo muito relativo. A outra é que as atendentes, por já te conhecerem de tanto você ir, não te atendem com a cara fechada. Até soltam um sorrisinho de vez em quando. Uma terceira coisa, e não menos importante, é que o dito cujo supermercado, que de "super" não tem quase nada, fica em frente de casa. Mas quando digo "em frente" quero dizer realmente na frente na frente. Basta atravessar a rua e entrar. Nem mais nem menos. Melhor seria se nem tivéssemos que atravessar a rua, mas aí já seria pedir demais.

Quem já veio aqui em casa sabe que não podemos falar muito mal do Plaza Vea porque seria cuspir no prato que comemos. Compramos nossos colchões lá, os copos, sempre compramos comida lá (o que encontramos), coisas de última hora... Aliás, o bom de morarmos na frente do gigante Plaza Vea é que podemos olhar um na cara do outro às 21h45 e dizer: "Putz, tem que ir no mercado. Bora?" E vamos, e chegamos em dois minutos. E quando entramos só vemos aquela cara de fdp... dos atendentes que ficam olhando e pensando: "Poxa, faltam dez minutos para fechar e vcs entram justamente agora?" Bom, é o que acontece. Mas muito se enganam os atendentes achando que somos duas lesmas caquéticas. Não, senhores. Como diria o saudoso Chapolin Colorado (que los pinches cabrones mejicanos lo tengan!!!), não contavam com a nossa austúcia. Se somos capazes de ir ao mercado em cinco minutos, também somos capazes de comprar tudo em menos de dez. Como? Segredos da profissão.

Muito embora tudo isso seja verdade, você, caro leitor, que já deve estar de saco cheio de ler essa lengalenga toda, deve estar pensando: pá qué coño nos está contando todo eso? Bom, estou aí no blábláblá para contar que nessa segunda-feira passada o insuperável Plaza Vea fez um desconto de 15% em todas as compras para todos os produtos. Obviamente que De la Croix e De la Lumière aqui entraram sedentos a fim de aproveitar ao máximo. Compramos de tudo e mais um pouco. No entanto, questão fundamental, como íamos levar tudo isso para casa? Por mais que seja logo em frente, só temos quatro braços e isso é pouco. A saída foi choramingar para a tiazona do caixa e fazer com que ela nos deixasse trazer as compras de maneira motorizada. Ou quase. Eis, então, o resultado:



Quem aí é que teve a oportunidade de tirar fotos tão sensuais com um carrinho de mercado (piada interna para Tiazona)?

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Srozhdestvom Kristovym

E eis que o Natal chegou a Little Horse. Neste último dia 08/12, dia da virgem de alguma coisa (todo dia é dia de alguma virgem ou santo), construímos nossa árvore de Natal. Aliás, dizem as más línguas que este é o dia de montar a famosa arvorezinha.

De fabricação artesanal e integralmente composta por partes recolhidas do
basurero del 20º piso (em diferentes dias e horários), Florenciana (nome sugestivo) é a síntese do espírito natalino: tudo se aproveita, tudo combina (sem preconceitos), a beleza esta naquilo que você sente e não no que vê, o que não serve para você pode ser útil para seus vizinhos estrangeiros que não têm árvores de Natal guardadas.



Ho-Ho-Ho Feliz Navidad a todos! Srozhdestvom Kristovym

Obs.: post dedicado às nossas mães e a Sol (que não armou sua arvorezinha no dia que tinha que armar... tststs).
Obs. 2: este post foi redigido pelo excelentíssimo Fiscal da Censura, Camilo De La Croix.
Obs. 3: a observação 2 é de autoria de Magoo, Agente da Limpeza.
Obs. 4: eu, Magoo, gostaria de deixar aqui a minha queixa a De La Croix: guri, os acentos foram criados para serem postos nas palavras, não para serem esquecidos... Valha-me Deus.
Obs. 5: para esclarecer a observação anterior, o ilustríssimo senhor Camilo De La Croix não põe a p... dos acentos nas palavras e ficou sobrando para mim essa tarefa tão indigna (coisa mesmo de revisor).
Obs. 6: fim.

Post-obs. 7:
PS. fiscal da censura eh o c.... ! (postado por de la Croix. sempre zelando por voce, caro leitor, na árdua tarefa de amoldar o cabriocarico vocabulario do estrogonoficamente mediovágel de la lumiere).

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Cinema, documento e visitante

Sim, o mundo dá voltas. Uma por dia em geral. Sendo assim, coisas acontecem, pessoas vêm, pessoas vão...

O quadrimestre (aqui não é semestre, é quadrimestre) terminou e começaram o que eu chamo de meias-férias. "Meias" porque ainda tenho compromissos que cumprir. Sim, aqui a p... do quadrimestre não acaba quando terminam as aulas, mas sim só depois que você rinde los finales. Que seria isso? Bom, render as finais (tradução tosca porém válida) significa estudar que nem um cavalo para prestar um exame oral tendo como banca três professores diferentes da mesma cátedra. Para quem nunca fez nenhuma prova com banca, isso tudo está me parecendo meio assustador. Por ser assustador, estou estudando bastante para chegar o mais preparado possível lá na frente da trindade e não fazer feio.

Como o quadrimestre terminou, terminamos também o nosso curta, que já disponibilizei no VocêTuba (YouTube), junto com alguns outros trabalhos da facul e os making offs todos. De qualquer forma, para quem está com preguiça de ir até lá, clicar no link ou sei lá o quê, estou disponibilizando todos aqui mesmo:


Calcado de Nueve Reinas



Notem que o som não ficou sincronizado por motivos maiores à minha pessoa. Esse foi o primeiro trabalho em vídeo que fizemos. Nosso objetivo era copiar uma cena do filme Nove Rainhas.



Bloopers (making off) de Nueve Reinas





Inmigrante moderno




Trabalho sobre os diferentes tipos de lente que se pode usar (tele, normal e grande-angular).



Le monologue de la statue




Trabalho de Iluminação e Câmera que consiste em apresentar, da maneira que for, como quiser, uma estátua.


Por fim, o curta que fizemos, Maletín, com os bloopers (making off).



Por ora é isso.

Mudando de assunto, tenho o prazer de informar aos incautos leitores que agora Camilo de la Croix e eu, Magoo de la Lumière, já somos cidadãos estrangeiros com cédula de identidade. Ou seja, estamos absolutamente legais. Não que não estivéssemos antes. Estávamos tramitando os documentos. Agora, porém, já somos argentinos... arghhh

E para terminar, temos uma nova moradora em casa, mas a sua história eu só vou contar depois... É muito triste para pôr junto de tudo isso aqui.